Por Teresinha Matos / DIÁRIO DO COMÉRCIO   16 de agosto de 2003
Foto de Newton Santos/ Digna Imagem
O farmacêutico Marcelo Martins (à esq. ) vai investir em Maurício Ferreira (à dir. ), oriundo do
Maurício Ferreira, 20 anos,
Rubiane Alves da Silva, 20
anos, Alan de Mello Barreto,
19 anos, Genilson Barreto de
Lima, 18 anos, e Bryanne Nunes Sakane, 17 anos. Esses brasileiros têm dois pontos em comum: a juventude e, o melhor,
a esperança. Trabalham e estudam. Outra vantagem: vislumbram no final do túnel a chance
de ter uma profissão.
Maurício Ferreira ainda não
completou a primeira semana
no emprego na Farma&Cia da
praça Craveiro Lopes, 19, Bela
Vista. Mas já planeja concluir o
curso de técnico em farmácia e,
em seguida, fazer a faculdade.
E seu sonho pode ser concretizado. O proprietário do estabelecimento Marcelo Martins
já se comprometeu a investir
no jovem talento, que não tinha carteira assinada há pelo
menos três anos.
A trajetória do auxiliar de
farmácia foi difícil até ele participar do curso "Projeto Jovem Farmácia"promovido pela Associação Paulista do Projeto Ampliar, instituição social
do Secovi, pela Agência de Desenvolvimento Humano,
ADH e também pela Sophie Sociedade para Promoção do
Humano e de Iniciativas Empreendedoras. O curso direcionado para a profissionalização de jovens entre 18 e 21 anos
foi realizado como projetoiloto da unidade Paulista/Brigadeiro do Ampliar. Formou
35 jovens em julho, após dois
meses de aulas, dos quais 12 estão se preparando para trabalhar e quatro já estão empregados, diz a gerente de projetos
do Secovi, Lídia Nicolino.
"Apesar do desemprego elevado, não havia no mercado
auxiliares de farmácia preparados. Ouvi falar do projeto do
Ampliar e da ADH (fone 32773135)por uma indústria parceira, a Shizen, me encantei e
contratei o Maurício", relata o
farmacêutico Martins.
O "Projeto Jovem Farmácia"
deve crescer. "A expectativa é
formar turmas em cada região
da cidade, beneficiando outros
jovens", diz Marcelo Scharra,
coordenador da ADH.
Empreendedorismo a rtir para um negócio próprio.
Esse é o ideal de um grupo de
jovens que na última segundafeira começou a se preparar no
"Projeto EngraxArte". "Cada
um dos engraxates será dono
do seu próprio negócio. Quem
trabalhar mais receberá mais",
diz Genilson Barreto de Lima,
um dos beneficiários do projeto que está confiante no sucesso do empreendimento.
O que é o Projeto EngraxArte?O que pretende?Na verdade, um grupo de 30 jovens vai
estudar e trabalhar por dois
meses na composição de uma
cooperativa de engraxates.
"No primeiro mês receberão
noções de empreendedorismo, cooperativismo, informática, administração, cidadania,
marketing pessoal, liderança,
entre outros temas", diz Marcelo Scharra, da ADH, que está
levando o projeto junto com o
Ampliar (fone 5591281).
Também aprenderão técnicas de engraxar e os roteiros de
arte da cidade. Enquanto lustram sapatos, eles poderão indicar aos clientes um roteiro de
artes e espetáculos. E tem mais.
Os próprios cooperativados
venderão o projeto às empresas. E aprenderão isso num
curso de telemarketing.
Os jovens não irão engraxar
nas ruas. Eles farão o atendimento em empresas e em condomínios. Pelo menos dez jovens já foram requisitados, seis
por uma multinacional da área
de consultoria e quatro por um
condomínio, diz Scharra.
A expectativa é de que os engraxates ganhem entre R$
500, 00 e R$700, 00 mensais,
descontados os gastos com
condução e almoço. O valor
cobrado por par de calçados
engraxados é de R$5, 00.
A pequena e jovem cooperativa prestará serviços na modalidade Express. Os engraxates
deixarão sacolinhas em condomínios e empresas. Farão a
coleta periodicamente e depois devolverão o calçado lustrado para o freguês.
"O projeto tem tudo para
nos ajudar a alçar vôos maiores", diz Genilson. O jovem,
que já trabalhou como repositor e promotor de vendas, está
desempregado.