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Unesco quer combate ao analfabetismo

Por O Estado de São Paulo - MARTA AVANCINI   30 de outubro de 2001
Para cumprir os compromissos assumidos com a comunidade internacional na área da educação, os governos de pelo menos 32 países terão de investir mais no ensino fundamental e no combate ao analfabetismo. Essa é uma das conclusões do relatório de avaliação do programa Educação para Todos, uma iniciativa da Unesco - a agência das Nações Unidas para educação, ciências e cultura - em vigor desde 1990. O documento está sendo discutido em encontro de representantes das nações integrantes do programa que termina hoje em Paris.

O combate ao analfabetismso é um dos principais desafios. Apesar dos esforços já feitos, um em cada cinco adultos não sabe ler nem escrever. Para que a meta de reduzir o número pela metade seja atingida, é preciso formar pelo menos 92 milhões de pessoas, o que significa acelerar o atual ritmo de redução em 1,3 vez.

O esforço depende, na avaliação da Unesco, do incentivo de programas de formação não-formais, sobretudo por meio de parcerias entre os governos e entidades do terceiro setor. Isso se deve ao fato de que os governos costumam priorizar os investimentos na educação básica (ensino fundamental e médio). E, em diversas partes do mundo, o compromisso de universalizar o acesso de meninos e meninas à escola ainda é um horizonte distante. Essa é a realidade de 32 países, a maioria africanos. De modo geral, a América Latina - incluindo o Brasil -, não se enquadra nesse caso se mantiver o atual nível de investimento.

O cumprimento dessa meta depende de duas coisas: mais dinheiro e mais professores. Estima-se que os investimentos, até 2015, devem saltar de US$ 8 bilhões para US$ 15 bilhões ao ano. Quanto ao número de professores, estima-se ser necessário contratar mais profissionais. E isso não ocorre apenas nos países pobres: nos Estados Unidos, por exemplo, serão necessários mais 2 milhões de docentes até 2015.

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