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Estação põe os deficientes em lugar de honra
Há 13 tipos de cursos profissionalizantes, 16 modalidades de esportes adaptados e 36 programas nas oficinas culturais. "A Estação da Lapa estimula o deficiente a descobrir o potencial que tem e a desenvolver sua sensibilidade e aptidão", explica a diretora técnica, Marisa Souza Silva.
Um dos cursos profissionalizantes é o de informática para deficientes visuais, com o programa Virtual Vision. Mariana Vieira, de 41 anos, moradora de Pirituba, é uma das alunas e está em treinamento para trabalhar na biblioteca (Infocentro). "Se você não aprende a mexer no computador, fica fora do mundo."
Outro curso oferecido é o de panificação, onde os inscritos aprendem a preparar vários tipos de pães. Moradora da Lapa, Tatiana Peixoto Lima, de 19 anos, não tem deficiência e está aproveitando a oportunidade, juntamente com dois deficientes auditivos. "Sempre quis aprender a fazer pães e pretendo procurar um emprego na área. Estou adorando."
Certificado - Por causa da parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), ao término dos cursos profissionalizantes, que duram em média dois meses, todos recebem um certificado e podem ser encaminhados ao Programa de Apoio às Pessoas Portadoras de Deficiência (Padef), responsável pela captação de vagas e pela colocação dos deficientes no mercado de trabalho. Além do Senai, a estação conta com diversos parceiros, incluindo Hospital das Clínicas, Coca-Cola, Parmalat e Xerox. "Todos eles se associam a uma ONG chamada Associação dos Amigos da Estação Especial da Lapa", explica a diretora, Teresinha Mauro.
O local também obtém recursos para compra de materiais por meio da venda, nos bazares abertos ao público, de objetos fabricados em alguns cursos, como os de arte em couro e de oficinas culturais. A estação abriga programas de esportes adaptados, incluindo capoeira, o mais procurado. Há ainda natação, em piscinas com rampas para cadeiras de roda, judô, golbol (futebol para deficientes visuais) e condicionamento físico.
Ler - Outro projeto é o de alfabetização de adultos com deficiência mental. Com apenas um ano de funcionamento, a proposta já ensinou a ler e a escrever 90 pessoas. Os interessados em integrar os programas da estação passam antes por uma triagem com professores especializados.