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AACD faz campanha para prevenção da mielomeningocele

Por Jornalistas: Waldely Reis e Luzia Zocchio    11 de setembro de 2002
São PauloMais grave que a paralisia infantil, a mielomeningocele atinge um em cada mil bebês nascidos vivos. Trata-se de uma doença congênita, causada pela má formação na medula espinhal, podendo ocasionar paralisia nas pernas, na bexiga e no intestino, além de hidrocefalia. A única maneira de prevenir este mal é a ingestão de ácido fólico (um componente do Complexo B) antes do período de gravidez. Pensando nisso, a AACD está mobilizando autoridades e as indústrias de farináceos para que a inclusão da substância em seus produtos esteja prevista na lei, como acontece em países como Estados Unidos, Canadá e Chile.

Tudo o que pode ser feito por um paciente portador de mielomeningocele - inclusive várias cirurgias - (para exemplificar, a AACD tem um paciente de 16 anos que já fez 15 cirurgias) - servirá apenas para tentar minimizar as conseqüências da doença, que tem caráter irreversível.

A única maneira de prevenir a mielomeningocele é a ingestão de ácido fólico, uma substância encontrada em verduras como o alface e o agrião. Porém, a quantidade de ácido fólico encontrado na natureza é muito menor do que o necessário para a prevenção. A AACD - que convive diariamente com esse problema - decidiu pleitear, junto às autoridades e órgãos responsáveis, a adição de ácido fólico nas farinhas de trigo e de milho produzidas no Brasil.

Como centro de referência da América Latina no tratamento de deficiências físicas, a AACD iniciou sua luta contra a patologia participando de reuniões com autoridades, empresários do setor e junto à Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Além de não alterar o sabor ou a composição dos alimentos, o custo da adição do ácido fólico nas farinhas é extremamente baixo. Segundo um estudo da Embrapa, para cada quilo de farinha, o fabricante gastaria o equivalente a US$ 0,00046 em ácido fólico. Já para viabilizar o tratamento preventivo com medicamentos, o Governo teria que desembolsar R$ 11,00 por trimestre para cada mulher em idade fértil.

Para se ter uma idéia da importância da iniciativa, um ano depois de ser implantado nos Estados Unidos, o índice de mielomeningocele naquele país foi reduzido em 50%.

AACD (Associação de Assistência à Criança Deficiente)

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www.viveiros.com.br Novembro/2001

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