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PricewaterhouseCoopers oferece oportunidades para internos da Febem

Por Instituto Ethos   11 de setembro de 2002
São Paulo - Aulas de informática e cidadania, oportunidades de estágio e até emprego. Desde 2001, a consultoria PricewaterhouseCoopers contribui para a ressocialização dos internos e ex-internos da Fundação Estadual para o Bem Estar do Menor (Febem), em São Paulo. Através de uma parceria com o Comitê para a Democratização da Informática (CDI) e com a Câmara Americana de Comércio (Amcham/SP), 150 funcionários da Price trabalham como voluntários em uma Escola de Informática e Cidadania (EIC) montada na unidade da Febem do bairro do Tatuapé, na cidade de São Paulo.

Além disso, até o final de 2002 a empresa pretende ter dez jovens em liberdade assistida trabalhando como estagiários dentro da companhia, recebendo o apoio de um funcionário `padrinho` e de psicólogos. Depois de um estágio de até um ano, eles serão encaminhados a diversos clientes da consultoria, que já se comprometeram a contratá-los. `A idéia é que a cada ano a Price receba mais dez jovens e prepare-os para o mercado de trabalho`, explica Wander Teles, sócio-diretor da PricewaterhouseCoopers e responsável pelos Programas de Ação Social da empresa.

A decisão de trabalhar com os internos da Febem partiu de um convite do CDI e da Amcham/SP para que a Price participasse da implantação da EIC dentro da instituição. Como o foco do trabalho social da empresa sempre foram projetos que envolvem educação e tecnologia, a companhia decidiu contribuir com a iniciativa. `A Febem estava passando por um processo de reestruturação. Sabíamos que existiam riscos, mas decidimos enfrentar o desafio`, diz Teles. Cerca de 150 funcionários da empresa foram treinados pelo CDI para ministrar aulas na EIC, em colaboração com os instrutores da Febem. O treinamento para os funcionários aconteceu na sede da Price, que hoje também forma multiplicadores para outras Escolas de Informática e Cidadania.

As aulas na EIC abordam conhecimentos técnicos de informática e também tratam de temas ligados à cidadania, como direitos humanos, não-violência, preservação ambiental e saúde. `É complicado falar sobre cidadania para os jovens da Febem, mas aos poucos eles vão aprendendo a importância de trabalhar em grupo`, conta Mila Guimarães, voluntária e coordenadora dos Programas de Ação Social da PricewaterhouseCoopers.

O programa de voluntariado da Price não determina um número máximo de horas que o funcionário pode se ausentar da empresa para realizar o trabalho voluntário na Febem. `Estipulamos apenas que a dedicação ao trabalho voluntário deve ser dividida meio a meio pela empresa e pelo funcionário`, afirma Teles. Ou seja, se o funcionário utilizar duas horas do horário comercial para serviço voluntário, a empresa recomenda que também dedique mais duas horas do seu tempo livre para o projeto no final de semana, por exemplo.

O sócio-diretor conta que depois que as primeiras turmas de jovens começaram a se formar na Febem, os funcionários e a empresa sentiram necessidade de continuar tendo um contato com os internos, mesmo após o fim do curso. `Queríamos saber qual era o resultado do nosso trabalho na Escola e se estávamos sendo efetivos na ressocialização desses jovens`, explica Teles. Por isso, em setembro de 2001 foi implantado um programa-piloto, através do qual um ex-interno passou a trabalhar como estagiário dentro da Price. A empresa decidiu fazer a experiência com um ex-interno, para depois ampliar o programa para mais dez jovens em liberdade assistida.

O programa-piloto foi um sucesso e atualmente este primeiro jovem é funcionário efetivo da Price. O processo de seleção dos próximos dez participantes está em andamento e eles devem iniciar o estágio até o final de 2002. `O programa é o mais transparente possível e todos os funcionários da empresa foram informados. A reação está sendo muito positiva`, diz Teles. O sócio-diretor conta que a reação também foi positiva entre os clientes da Price. Das 15 empresas procuradas pela Price, sete já se comprometeram a contratar pelo menos um ex-interno depois do estágio na consultoria.

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