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Conheça sobre a importância do voto

Por www.educarede.org.br   16 de setembro de 2002
Foto de Divulgação
São PauloO Instituto da Cidadania nasceu em 1998, tendo como um de seus motivos a importância das eleições que se realizavam naquele ano e que agora se repetem dentro de uma circunstância igualmente relevante para a vida do país. O Brasil vem amadurecendo e buscando encontrar o caminho do crescimento equilibrado, onde todos os seus habitantes possam ser alcançados por uma melhoria de sua qualidade de vida.

Naquele instante, há quase quatro anos, percebeu-se que era preciso um esforço maior em prol da educação, único meio capaz de dar ao Brasil um desenvolvimento harmônico e justo. E educação sem cidadania ou cidadania sem educação impedem que haja espaço para esse desenvolvimento. A sociedade como um todo precisa estar num nível mais elevado de conhecimento, de discernimento, para poder participar, reivindicar e executar. A expressão "educação e cidadania" - razão da existência do Instituto - tem como estrutura básica para sua formulação e solução a existência das liberdades democráticas e a possibilidade de autodeterminação de nosso povo, o que passa, fundamentalmente, pelo exercício do voto.

Mais importante do que discutir sua obrigatoriedade ou não, neste instante, é estabelecer as razões dessa necessidade de aperfeiçoamento do instrumento da representação popular e da escolha direta dos governantes, uma vez que a ausência de uma consciência – e exercício – dos direitos e deveres da cidadania impede que haja uma atitude mais adequada ante a responsabilidade da decisão que o voto implica.

Consciência pela Educação Em palestras realizadas em mais de 40 importantes empresas no ano de 1998, sempre para diretores e gerentes, a respeito de política e cidadania, contamos que somente em duas, os presentes souberam responder a uma questão simples da vida nacional: qual a diferenciação e a natureza das funções dos deputados federais e dos senadores. A ausência de definições claras nas respostas era (e ainda é) um indicador da distância existente entre o conhecimento necessário para a vigência da cidadania e a prática do voto.

Esse simples exemplo é suficiente para revelar quanto temos a construir em termos de educação e quanto o voto ainda não recebeu atenção pela importância que merece. Como imaginar que a ampla maioria da população do Brasil vote de forma consciente, madura, entendendo a razão do próprio voto e suas conseqüências, se seus principais formadores de opinião, suas elites destacadas, passam ao largo de considerar isso relevante, fogem do processo político-partidário e não revelam interesse algum em fazer parte do sistema eleitoral?

“Tô fora” São poucos os brasileiros que conseguem dar ao voto a dimensão cabível. Por razões históricas, culturais e de ignorância do processo político do país, as pessoas em geral têm ojeriza a falar de política, a participar da política e nem cogitam da hipótese de uma candidatura. “Deus me livre”, “política não é para mim”, “estou fora dessa safadeza” são expressões comuns quando se pergunta a qualquer um de nós por que não se candidata a um cargo eletivo.

Na ausência de candidatos que saiam do próprio meio, que representem o pensamento e os valores de quem elege, acaba-se votando em candidatos sem vínculos pessoais, morais, de valores, com que os elege. E o resultado é o círculo vicioso que predomina na vida nacional até aqui.

Isso tudo é resultado da já mencionada falta de conhecimento, de educação, de envolvimento com os mecanismos da vida do país. Essa falta de conhecimento, de educação, de formação para a cidadania mantém a democracia brasileira ao sabor dos interesses de grupos e representações que, de fato, não se reportam aos interesses reais da imensa maioria da população. Uns usam da liberdade democrática somente a seu favor e outros contra ela conspiram, usando de suas benesses. Quando essa liberdade pertence a todos os brasileiros que não sabem dela fazer uso. Mesmo quando escolhem seus representantes.

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