Notícias

Clínica reabilita deficientes, a partir de seus desejos

Por CRISTINA RIBEIRO/ Estado de SP   16 de setembro de 2002
Foto de Divulgação Tratamento integra profissionais, paciente e famílias: profissional busca os melhores resultados para portadores de deficiências
São Paulo - O Grupo de Reabilitação e Habilitação Unificado (GRHAU), fundado em março de 1983, além de ser uma clínica de reabilitação que atende crianças, jovens e adultos com problemas de recuperação de uma fratura até distúrbios neuromotores congênitos ou adquiridos por doença ou acidente, realiza um trabalho assistencial junto à comunidade com uma escola e oficinas de artes.

O diferencial da clínica é o tratamento integrado de paciente, terapeuta e família. "É muito importante para o sucesso do trabalho desenvolvido", explica a fisioterapeuta Janice Maria Ortiz de Nardi, uma das sócias da clínica.

A escola funciona de segunda a sexta-feira, das 8 às 13 horas, e recebe crianças da faixa etária de 3 a 15 anos, desenvolvendo atividades físicas, de estimulação sensorial, terapias individuais e em grupo."O importante é aumentar a forma de expressão dessa criança com o mundo, para que qualquer pessoa em qualquer local possa entendê-la", explica Janice. As crianças realizam diversas atividades práticas com o objetivo de inclusão social em escolas regulares. Muitas conseguem adaptar-se e conviver socialmente e outros continuam na clínica, integrando oficinas de arte.

Por meio da Transformar - uma associação sem fins lucrativos, formada por profissionais, famílias dos pacientes e outros colaboradores - é desenvolvido o projeto Entre Nessa com oficinas de artes plásticas, de reciclagem, de texto, do corpo e dança e de cidadania, de segunda-feira a sexta-feira, das 13h30 às 16h30. Tem como finalidade dar assistência pedagógica integrada com processo de reabilitação e desenvolver amparo, ajuda, adaptação e integração social aos jovens com idade entre 15 e 18 anos, portadores de deficiência física, mental e visual O jovem, acompanhado de um parente, passa por uma entrevista e todas as suas necessidades são analisadas. Posteriormente, é encaminhado para uma determinada oficina, dependendo do foco de interesse. Se a pessoa tem condições financeiras, paga uma mensalidade. Se não tiver, a Transformar oferece condições para esse jovem ficar no projeto. Todas as atividades práticas têm como proposta criar possibilidades de trocas e novas experiências com a sociedade e interagir com pessoas portadoras e não-portadoras de deficiência no espaço social. Os jovens participam de espetáculos de dança e expõem trabalhos artísticos no Sesc Vila Mariana.

"Com a experiência das oficinas, conhecemos ainda a realidade daqueles que não têm condições financeiras para garantir o pagamento de escola de cursos regulares e ou lazer, ficando assim limitados a permanecerem em seus lares, já que existem tão poucas opções de caráter público dirigidas a este fim, diz Janice. Os profissionais da clínica respeitam o desejo do paciente.


GRHAU - Grupo de Reabilitação e Habilitação Unificado (Rua José Antonio Coelho, 461. Mais informações pelo telefone 5579-7909) Acolher o interessado e a família dentro da sua necessidade é o principal objetivo. "As pessoas são respeitadas dentro de suas expectativas. A partir disso, nós desenvolvemos técnicas e atividades para a reabilitação das pessoas, proporcionando dignidade, respeito e muito amor", afirma Janice.

Comentários dos Leitores