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Movimento recria horizontes por meio da alfabetização

Por Estado de SP   20 de setembro de 2002
Foto de Divulgação Sonho de estudantes era aprender a ler para poder acompanhar as notícias de revistas e jornais
São Paulo - A dona de casa Maria Gomes do Vale, de 49 anos, começou a estudar há um ano e hoje já consegue ler as primeiras palavras. Ela não perde nenhuma aula da classe mantida no Jardim São Marcos, em Embu, pela prefeitura. Faz parte do Movimento de Alfabetização (Mova), um programa mantido com apoio do governo e estruturado por voluntários e monitores dedicados.

"Eu me sentia completamente perdida, sem ter como ler nada", diz a dona de casa, que integra uma estatística negativa do município. De um total de 195 mil habitantes, 82 mil não completaram o ensino fundamental, sendo 12 mil sem escolaridade. Por diversos motivos, muitas pessoas chegam aos 20, 40 e até 60 anos sem poder identificar uma só palavra, dificultando a integração com a sociedade.

O Mova já reúne cerca de 800 alunos, que vêm demonstrando progressos.

Distribuídos em unidades de ensino, escolas municipais, igrejas e associações, os estudantes vêm de diversas faixas etárias. Eles se sentem constrangidos por não ingressar no mercado de trabalho ou simplesmente não conseguir ler a carta de um parente distante.

Bahia - Valdir Mendes, de 18 anos, quer aprender a ler e escrever cartas para seus parentes na Bahia. "Meu sonho é poder estudar para um dia ler um jornal ou uma revista. Tem muita coisa que tenho de aprender", comenta.

Só quem está realmente disposto a enfrentar desafios pode conviver com a precariedade de algumas salas de aula da cidade, porém, isso não é problema para os que tem boa vontade, como a educadora Marília Souza. "Fico alegre em poder ajudar e emocionada ao relembrar a época que comecei a estudar", afirma Marília.


Os interessados em se matricular devem ligar para 4785-3500.

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