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Casa Abrigo vai ser exposta como modelo solidário
Arquitetos, decoradores e empresários se uniram para transformar o ambiente de instituições que cuidam de crianças e adolescentes, em uma parceria entre o Instituto Ayrton Senna e a Construtora Bratke Collet. "A partir da nossa profissão, podemos mudar alguma coisa", diz a assistente do Casa da Criança, Cléo Araújo. Esse projeto chega agora à cidade de São Paulo. Em três anos de funcionamento, foi responsável pela reforma de seis unidades, sendo quatro no Nordeste, uma no Centro-Oeste e uma no Sudeste.
Tudo começou com a vontade da arquiteta pernambucana Patrícia Chalaça de, quando criança, construir uma creche. Já adulta e sem condições para tanto, resolveu ajudar na reforma de um abrigo para crianças órfãs no Recife, a Casa de Carolina. "O projeto não nasceu com o sentido de ser multiplicado.
Mas com a mobilização de profissionais e empresários criada com o sucesso da primeira casa, não poderia mais parar." A escolha da entidade de Santana e de mais três instituições em outras regiões da cidade ocorreu no fim do ano passado. "Procuramos mantenedoras sérias e casas já conhecidas", diz Cléo.
Abandono - Sob responsabilidade da Associação Evangélica Beneficente (AEB), a Casa abriga 60 crianças entre 3 e 14 anos, encaminhadas pela Vara de Família, SOS Criança e Conselho Tutelar da Infância e Juventude. A Secretaria Estadual de Assistência e Desenvolvimento Social mantém uma parceria para ajudar no funcionamento da instituição.
Vítimas de abandono, negligência ou violência física e sexual, as crianças são acolhidas pelo abrigo e cuidadas por assistentes sociais, psicólogos e professores. Mesmo tendo de ficar na instituição, continuam a freqüentar a escola. "O objetivo não é deixá-las entre quatro paredes", diz a gerente de Serviço Social da AEB, Simoni Piragini.
A primeira fase do projeto consiste em mexer na parte estrutural do prédio.
Derrubar ou levantar uma parede, por exemplo. Na Casa Abrigo Santana, esta etapa, iniciada em 4 de julho, ficou a cargo da Construtora Camargo Corrêa.
"Com a reforma, vamos ganhar um espaço para atividades lúdicas", diz Simoni.
Depois disso, entram em cena os arquitetos e decoradores. Cada um dos 47 ambientes será adotado por um profissional. "Funciona nos moldes de uma mostra de decoração", explica a arquiteta Cláudia Mendonça, responsável pela coordenação do projeto no Sudeste. "Conseguimos os patrocinadores, empresas e mão-de-obra. Depois, a casa é aberta para a visitação do público."
Colaboração - O término da reforma está previsto para outubro. E Simoni não vê a hora de as crianças retornarem. "Quero ver a carinha deles quando voltarem." Enquanto isso, estão numa casa alugada, próxima do abrigo. Todos os móveis e equipamentos ficam para a instituição.
Cláudia Mendonça diz que empresários e profissionais interessados ainda podem participar do programa com doações de materiais, equipamentos ou trabalho voluntário. Informações pelo telefone 4522-1543.