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Quando o talento supera todos os obstáculos
Sem nunca ter feito nenhum tipo de pintura anteriormente e mesmo tendo chegado atrasada para a aula, Mariana foi a primeira da turma a terminar o trabalho. O motivo para o espanto é que ela é uma jovem com necessidades especiais.
Aluna da 6.ª série do ensino fundamental do Colégio Cermac, ela é um exemplo de que os portadores de síndrome de Down, se tiverem uma oportunidade, podem desenvolver habilidades e talentos como qualquer pessoa. Após ver o trabalho da filha, Marlene a colocou em duas escolas de arte, que trabalham com propostas distintas.
"Ela tem um olhar diferente das coisas", afirma Renata Maria Puccetti, do Espaço Azul Arte. "A pintura dela é própria, tem um estilo único, uma identidade", diz a professora, que adota um sistema mais livre de pintura.
"Ela desenvolve o trabalho de pintura naturalmente", comenta a professora Benícia Maria Bronzeti Fernandes, da Escola Benê Fernandes, que segue uma linha acadêmica. Nas aulas, Mariana tem contato com quadros de diversos mestres da pintura, que viraram referência. "Eu gosto de obras de Van Gogh, Cézanne, Renoir e Matisse", comenta a garota.
Paisagens, mar e flores estão entre seus temas prediletos. No entanto, um dos quadros que Mariana mais gostou de pintar foi um com bailarinos dançando.
O apego da artista às mais de 80 obras é tanto que dificilmente presenteia alguém com uma delas. "Eu que sou irmã fui uma das últimas a ganhar um", lembra a advogada Adriana de Souza Soriano. Marlene, porém, periodicamente recebe um quadro de presente da filha.