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Os principais candidatos à Presidência dizem o que pensam sobre voluntariado
Por    2 de outubro de 2002
No próximo dia 6 de outubro iremos às urnas eleger nossos representantes do início do século XXI. As mudanças que queremos podem vir com o nosso voto.
O Portal do Voluntário não poderia ficar de fora desta grande festa da Democracia. Para isso, fizemos uma mesma pergunta aos principais candidatos à Presidência da República. Recebemos a resposta de três deles: Ciro Gomes, José Serra e Luiz Inácio Lula da Silva. Até o momento o candidato Anthony Garotinho não respondeu.
Portal do Voluntário - A participação voluntária dos cidadãos no enfrentamento da exclusão social e nas questões do meio ambiente cresceu muito nos últimos anos. Como o senhor vê essa participação? O senhor já foi voluntário?
Ciro Gomes - Coligação Frente Trabalhista (PPS / PDT / PTB)
Sim, já fui voluntário. Na minha adolescência, integrei o corpo de Escoteiros, em Sobral, no interior do Ceará. Lá, aprendi noções de cidadania e, principalmente, de voluntariado. Houve lá, em 1974, uma grande enchente e toda a população foi mobilizada para socorrer os desabrigados pela cheia do rio Acaraú. Naquela oportunidade, nós, escoteiros, trabalhamos por vários dias prestando assistência às vítimas. Aquele trabalho me marcou profundamente e até hoje sei perfeitamente da importância do voluntariado.
Dou tanta importância ao voluntariado, que meu Programa de Governo, lançado no dia 27, em São Paulo, incorporou, na sua íntegra, a proposta da Ação da Cidadania Contra a Fome e a Miséria, uma das mais respeitadas ONGs do País, criada pelo inesquecível Betinho. O Estado e a Ação da Cidadania do Betinho celebrarão uma parceria para distribuir comida para 50 milhões de pessoas que hoje passam fome no País. Certamente, outras iniciativas voluntárias de organizações que cuidam de assistir as populações mais carentes do Brasil terão, também, a mesma atenção do Governo Federal em um eventual Governo que eu tenha a honra de presidir por escolha livre do povo brasileiro.
José Serra - Coligação Grande Aliança (PSDB / PMDB)
Vejo com total simpatia e entendo que o envolvimento pessoal dos voluntários é fundamental para o sucesso na luta contra a exclusão social, em favor do meio ambiente e em muitas outras ações de interesse público. Os voluntários atuam com agilidade, possuem grande capacidade de mobilização e trabalham com entusiasmo. Os resultados são notáveis e os custos são sensivelmente mais baixos do que se o mesmo trabalho fosse realizado por governos ou por empresas privadas. Esse potencial não pode ser desprezado, sobretudo num país carente como o nosso.
Quando fui Ministro da Saúde, fizemos uma parceria com a Comissão Pastoral da Criança, dirigida por Dona Zilda Arns, para que a entidade apoiasse as ações do governo no combate à desnutrição infantil. Os resultados foram excelentes. As 150 mil voluntárias da Pastoral visitam mensalmente cerca de 1,5 milhão de crianças em áreas carentes de todo o país. Nas áreas onde ela atua, houve queda dos índices de mortalidade infantil e sensível melhoria dos indicadores de nutrição.
Uma pesquisa feita em 1999 apurou que cerca de nove milhões de brasileiros recebiam atendimento social direto de entidades filantrópicas privadas, sem participação de recursos públicos. Estima-se que 20 milhões de brasileiros têm alguma participação como voluntário em projetos sociais, o que representa um em cada cinco brasileiros entre 16 e 60 anos de idade. Esse trabalho é da maior importância para o país e para as pessoas, que se sentem gratificadas em poder ajudar seus semelhantes.
Luiz Inácio Lula da Silva - Coligação Lula Presidente (PT / PL / PCdoB / PMN / PCB)
O fortalecimento da sociedade civil é fundamental para a democracia brasileira. Hoje os países que alcançaram um maior grau de desenvolvimento social e reduziram as desigualdades têm uma sociedade civil atuante, que é crítica às más políticas e propõe alternativas para seus governos.
Dialogando com várias organizações da sociedade civil, percebo que elas transformaram sua relação com o Estado. Em primeiro lugar, essas organizações contribuíram para a concepção de que o que público não se reduz ao que é estatal. O público deve ser entendido como uma esfera pública ampliada que supõe acesso a fundos públicos por parte dessas organizações, para fins públicos e com controle social dos mesmos. A segunda grande contribuição é a noção de que o Estado não pode se relacionar com essas organizações da sociedade civil com uma visão instrumental do papel que elas desempenham. O Estado não pode atribuir a essas organizações tarefas públicas que ele não executa. Entendemos que é fundamental trabalhar junto com as organizações da sociedade civil e com objetivos comuns: reduzir as desigualdades e construir um novo país.
Para isso, nós contamos com a contribuição da iniciativa privada, como está escrito no nosso programa de governo. Queremos, especialmente, a ajuda das milhares de organizações que fazem parte do Terceiro Setor, e das empresas socialmente responsáveis.
Participamos de em um grande evento com empresários, promovido pelo Instituto Ethos. Duas semanas antes, participamos de uma significativa reunião na sede da Abong (Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais). A experiência tem demonstrado que a maioria das iniciativas dessas instituições tem funcionado muito bem. E nós vamos incentivá-las porque queremos que os recursos do governo e da sociedade sejam mobilizados de forma articulada, eficiente e produtiva em torno das nossas grandes prioridades: retomada do crescimento econômico, com geração de emprego e distribuição de renda.
Ciro Gomes - Coligação Frente Trabalhista (PPS / PDT / PTB)
Sim, já fui voluntário. Na minha adolescência, integrei o corpo de Escoteiros, em Sobral, no interior do Ceará. Lá, aprendi noções de cidadania e, principalmente, de voluntariado. Houve lá, em 1974, uma grande enchente e toda a população foi mobilizada para socorrer os desabrigados pela cheia do rio Acaraú. Naquela oportunidade, nós, escoteiros, trabalhamos por vários dias prestando assistência às vítimas. Aquele trabalho me marcou profundamente e até hoje sei perfeitamente da importância do voluntariado.
Dou tanta importância ao voluntariado, que meu Programa de Governo, lançado no dia 27, em São Paulo, incorporou, na sua íntegra, a proposta da Ação da Cidadania Contra a Fome e a Miséria, uma das mais respeitadas ONGs do País, criada pelo inesquecível Betinho. O Estado e a Ação da Cidadania do Betinho celebrarão uma parceria para distribuir comida para 50 milhões de pessoas que hoje passam fome no País. Certamente, outras iniciativas voluntárias de organizações que cuidam de assistir as populações mais carentes do Brasil terão, também, a mesma atenção do Governo Federal em um eventual Governo que eu tenha a honra de presidir por escolha livre do povo brasileiro.
José Serra - Coligação Grande Aliança (PSDB / PMDB)
Vejo com total simpatia e entendo que o envolvimento pessoal dos voluntários é fundamental para o sucesso na luta contra a exclusão social, em favor do meio ambiente e em muitas outras ações de interesse público. Os voluntários atuam com agilidade, possuem grande capacidade de mobilização e trabalham com entusiasmo. Os resultados são notáveis e os custos são sensivelmente mais baixos do que se o mesmo trabalho fosse realizado por governos ou por empresas privadas. Esse potencial não pode ser desprezado, sobretudo num país carente como o nosso.
Quando fui Ministro da Saúde, fizemos uma parceria com a Comissão Pastoral da Criança, dirigida por Dona Zilda Arns, para que a entidade apoiasse as ações do governo no combate à desnutrição infantil. Os resultados foram excelentes. As 150 mil voluntárias da Pastoral visitam mensalmente cerca de 1,5 milhão de crianças em áreas carentes de todo o país. Nas áreas onde ela atua, houve queda dos índices de mortalidade infantil e sensível melhoria dos indicadores de nutrição.
Uma pesquisa feita em 1999 apurou que cerca de nove milhões de brasileiros recebiam atendimento social direto de entidades filantrópicas privadas, sem participação de recursos públicos. Estima-se que 20 milhões de brasileiros têm alguma participação como voluntário em projetos sociais, o que representa um em cada cinco brasileiros entre 16 e 60 anos de idade. Esse trabalho é da maior importância para o país e para as pessoas, que se sentem gratificadas em poder ajudar seus semelhantes.
Luiz Inácio Lula da Silva - Coligação Lula Presidente (PT / PL / PCdoB / PMN / PCB)
O fortalecimento da sociedade civil é fundamental para a democracia brasileira. Hoje os países que alcançaram um maior grau de desenvolvimento social e reduziram as desigualdades têm uma sociedade civil atuante, que é crítica às más políticas e propõe alternativas para seus governos.
Dialogando com várias organizações da sociedade civil, percebo que elas transformaram sua relação com o Estado. Em primeiro lugar, essas organizações contribuíram para a concepção de que o que público não se reduz ao que é estatal. O público deve ser entendido como uma esfera pública ampliada que supõe acesso a fundos públicos por parte dessas organizações, para fins públicos e com controle social dos mesmos. A segunda grande contribuição é a noção de que o Estado não pode se relacionar com essas organizações da sociedade civil com uma visão instrumental do papel que elas desempenham. O Estado não pode atribuir a essas organizações tarefas públicas que ele não executa. Entendemos que é fundamental trabalhar junto com as organizações da sociedade civil e com objetivos comuns: reduzir as desigualdades e construir um novo país.
Para isso, nós contamos com a contribuição da iniciativa privada, como está escrito no nosso programa de governo. Queremos, especialmente, a ajuda das milhares de organizações que fazem parte do Terceiro Setor, e das empresas socialmente responsáveis.
Participamos de em um grande evento com empresários, promovido pelo Instituto Ethos. Duas semanas antes, participamos de uma significativa reunião na sede da Abong (Associação Brasileira de Organizações Não-Governamentais). A experiência tem demonstrado que a maioria das iniciativas dessas instituições tem funcionado muito bem. E nós vamos incentivá-las porque queremos que os recursos do governo e da sociedade sejam mobilizados de forma articulada, eficiente e produtiva em torno das nossas grandes prioridades: retomada do crescimento econômico, com geração de emprego e distribuição de renda.