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A força de uma guerreira contra a exclusão social

Por Laila Valois Chucre - FAAP/SP   6 de novembro de 2002
Foto de Laila Valois Crianças participando do coral
São Paulo - Preconceito e desinformação compõem um dos mais poderosos agentes de exclusão social. Tome-se como exemplo a absurda lei que o Brasil aprovou, na década de 20, determinando que portadores de hanseníase fossem segregados não apenas da comunidade como também privados da convivência com seus próprios filhos. Por desconhecimento e discriminação, prevalecia a idéia equivocada de que a lepra era uma doença contagiosa.

O sentimento de inconformismo com essa situação foi a semente que deu origem ao trabalho da Associação Santa Terezinha, instituição criada, em 1923, em Carapicuíba (SP), com o propósito de reintegrar os pacientes de hanseníase. "Por acreditar no resgate das pessoas, e não somente no tratamento da doença, passamos a oferecer ao portador da hanseníase a possibilidade de levar uma vida em comunidade e em contato com seus familiares", destaca a irmã Paolina Doninelli( Irmã Lina ), presidente da associação.

O trabalho da instituição foi decisivo para demonstrar que a doença não é hereditária, como se divulgava. Os filhos de portadores de hanseníase assistidos pela entidade não apenas não contraíam a doença, como encontravam, nas atividades da associação, a oportunidade que precisavam para avançar nos estudos e para ingressar no mercado de trabalho. Com a miséria crescente e maior numero de menores abandonados a entidade adotou um novo desfio: reproduzir o eficiente modelo de assistência para a comunidade carente de Carapicuíba. Os responsáveis pela instituição decidiram enfrentar a questão e ampliaram suas instalações na década de 70, passando a acolher crianças e adolescentes em situação de risco social. Assim, a Associação Santa Terezinha atende, hoje, um público de 480 pessoas - de recém-nascidos a jovens de dezoito anos.

A clientela atendida pela instituição é proveniente das varas de infância e juventude, conselhos tutelares e serviços de saúde da cidade de Carapicuíba e de outros municípios próximos. Todos os jovens freqüentam escolas da rede pública; participam dos cursos profissionalizantes mantidos pela associação, como de informática e jardinagem; e de atividades artísticas, de lazer e de esportes. "Apesar da super-lotação, bebês, crianças e adolescentes vivem aqui a experiência de uma grande família cristã , com alegrias e dificuldades, mas com muita união", destaca a irmã Lina.

A entidade conta com um bom numero de voluntários que de alguma maneira alegram a vida dessas crianças, com trabalho ou qualquer tipo de doação.


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