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ONG defende boicote a produtos feitos por crianças
Por Diário do Grande ABC   23 de janeiro de 2003
Em todo o planeta, segundo dados da Marcha, 250 milhões de crianças são
exploradas, especialmente na agricultura
Da Redação
O coordenador da Marcha Mundial Contra o Trabalho Infantil, Kailash Satiarthi, defendeu nesta segunda, em Porto Alegre, que o comércio internacional tenha vínculos com a defesa dos direitos humanos e passe a boicotar produtos fabricados por adultos escravizados ou por crianças. Satiarthi está na capital gaúcha participando de atividades do Fórum Mundial da Educação, evento da programação paralela do Fórum Social Mundial.
Satiarthi lembrou dos distribuidores que se recusaram a comprar tapetes e bolas de futebol confeccionados na Índia e Paquistão. Com isso, segundo ele, contribuíram para forçar fábricas daqueles países a abandonar a exploração do trabalho infantil.
Dados - Em todo o planeta, segundo dados da Marcha, 250 milhões de crianças são exploradas, especialmente na agricultura. A Índia é a campeã mundial da trágica estatística, com 60 milhões de crianças fora da escola, a maioria prestando serviços para a própria família e para empresas de mineração e confecções, tapetes e bolas de futebol. No mundo todo há 250 milhões de crianças exploradas.
Brasil - O país ainda tem muito por fazer, mas começa a apresentar resultados positivos. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) citados pelo assessor de política social da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, Luiz Gonzaga de Araújo, indicam que o número de crianças em idade escolar trabalhando caiu de 2,97 milhões em 1999 para 2,23 milhões em 2001. Contribuíram para isso, segundo Araújo, a própria Marcha, que denunciou a exploração sobretudo em carvoarias e nas colheitas do agave e da cana-de-açúcar, e a adesão do governo brasileiro às convenções da Organização Internacional do Trabalho que proíbem o trabalho infantil.
História - A Marcha tem sede na Índia, onde já resgatou 45 mil crianças de trabalhos em condições subumanas, e conta com a adesão de grupos militantes de 145 países. O movimento, iniciado em 1997, chegou ao Brasil em 1998, e incluiu entre suas ações manifestações públicas, sobretudo caminhadas, em defesa dos direitos da infância, e retirada, mediante recursos à Justiça, de crianças exploradas ou escravizadas.
Segundo Satiarthi seriam necessários US$ 11 bilhões por ano para transferir todas as crianças do trabalho para a escola. O dinheiro não seria o problema, acredita o diretor da Marcha. "O valor equivale a apenas quatro dias dos gastos globais com armamentos", compara, dando a entender que bastaria estabelecer prioridades.
Da Redação
O coordenador da Marcha Mundial Contra o Trabalho Infantil, Kailash Satiarthi, defendeu nesta segunda, em Porto Alegre, que o comércio internacional tenha vínculos com a defesa dos direitos humanos e passe a boicotar produtos fabricados por adultos escravizados ou por crianças. Satiarthi está na capital gaúcha participando de atividades do Fórum Mundial da Educação, evento da programação paralela do Fórum Social Mundial.
Satiarthi lembrou dos distribuidores que se recusaram a comprar tapetes e bolas de futebol confeccionados na Índia e Paquistão. Com isso, segundo ele, contribuíram para forçar fábricas daqueles países a abandonar a exploração do trabalho infantil.
Dados - Em todo o planeta, segundo dados da Marcha, 250 milhões de crianças são exploradas, especialmente na agricultura. A Índia é a campeã mundial da trágica estatística, com 60 milhões de crianças fora da escola, a maioria prestando serviços para a própria família e para empresas de mineração e confecções, tapetes e bolas de futebol. No mundo todo há 250 milhões de crianças exploradas.
Brasil - O país ainda tem muito por fazer, mas começa a apresentar resultados positivos. Dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) citados pelo assessor de política social da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura, Luiz Gonzaga de Araújo, indicam que o número de crianças em idade escolar trabalhando caiu de 2,97 milhões em 1999 para 2,23 milhões em 2001. Contribuíram para isso, segundo Araújo, a própria Marcha, que denunciou a exploração sobretudo em carvoarias e nas colheitas do agave e da cana-de-açúcar, e a adesão do governo brasileiro às convenções da Organização Internacional do Trabalho que proíbem o trabalho infantil.
História - A Marcha tem sede na Índia, onde já resgatou 45 mil crianças de trabalhos em condições subumanas, e conta com a adesão de grupos militantes de 145 países. O movimento, iniciado em 1997, chegou ao Brasil em 1998, e incluiu entre suas ações manifestações públicas, sobretudo caminhadas, em defesa dos direitos da infância, e retirada, mediante recursos à Justiça, de crianças exploradas ou escravizadas.
Segundo Satiarthi seriam necessários US$ 11 bilhões por ano para transferir todas as crianças do trabalho para a escola. O dinheiro não seria o problema, acredita o diretor da Marcha. "O valor equivale a apenas quatro dias dos gastos globais com armamentos", compara, dando a entender que bastaria estabelecer prioridades.