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Cresce incidência de Aids em adolescentes

Por Gazeta de Alagoas   28 de janeiro de 2003
Em Alagoas, de 1986 a 2001 foram registrados 381 casos entre jovens de 13 a 24 anos e MS lança campanha direcionada a essa faixa etária

FERNANDA MEDEIROS

Com o crescimento da Aids entre as adolescentes de 13 a 19 anos, o Ministério da Saúde desencadeou uma campanha ofensiva de combate à doença, nessa faixa etária, com mensagens direcionadas aos jovens que hoje são considerados o principal grupo de risco. A primeira campanha, inclusive, começou a ser veiculada, no último dia 13, em rede nacional, com a participação da dupla Sandy e Júnior, e vai permanecer no ar até as férias de inverno. No carnaval, a campanha será intensificada, como ocorre todos os anos.

Em Alagoas, os números da Aids também preocupam, sobretudo no que se relaciona aos adolescentes. Dados de 1986 a 2001 apontam que foram registrados cerca de 381 casos entre jovens de 13 a 24 anos, sendo 270 casos no sexo masculino e 111 em mulheres. "São números parciais, pois ainda estamos fechando o banco de dados de 2002, o que fazemos mensalmente. Esses dados estarão sendo analisados até o próximo mês de março", explicou a coordenadora estadual do Programa de Doenças Sexualmente Transmissíveis DST/Aids da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), Fátima Rodrigues. Ela adiantou, no entanto, que em 2002 foram registrados 125 casos da doença em adultos e cinco casos em crianças, em todo o Estado. Desse total, 70% dos casos foram registrados em adultos que residem na capital alagoana. "Ainda não contabilizamos os números oficiais em jovens", reforçou a coordenadora, informando que em Alagoas, a razão de homem para mulher é de 2/1, ou seja, para cada dois homens infectados com o vírus HIV, existe uma mulher. A principal forma de transmissão da doença no Estado, segundo ela, é a sexual. "Isso está nos preocupando muito", revelou.

Prevenção

Por causa do grave problema, a Sesau tem desenvolvido atividades rotineiras para esclarecer a população sobre o risco de contaminação da doença. "São atividades de prevenção que acontecem nos municípios alagoanos, onde são ministradas palestras sobre DSTs e Aids, além da distribuição de cartazes, folders e preservativos, entre outros brindes alusivos à campanha de combate à doença", explicou a coordenadora.

Com a proximidade do carnaval, ela esclarece que a campanha torna-se mais ofensiva. As ações, inclusive, serão iniciadas duas semanas antes do carnaval, que este ano acontece nos dias 2, 3 e 4 de março. "Nesse período, as ações serão intensificadas, como ocorre normalmente em datas importantes como Natal, festas juninas, Dia Internacional da Mulher, entre outras. Além disso, nessa época, o número de camisinhas a serem distribuídas é duplicado. Porém, ainda não recebemos a grade que será distribuída no Estado. Estamos aguardando a confirmação do Ministério da Saúde", informou, acrescentando que todo o material é fornecido pela Sesau, em parceria com o MS, e a contrapartida dos municípios.

Aids no Brasil

Dados do Ministério da Saúde, atualizados em março de 2002, mostram que o total de casos de Aids no País, desde 1980, é de 237.588. Desse total, 172.228 foram registrados em homens e 65.360 em mulheres. Os dados apontam, ainda, que o crescimento maior da doença ocorre em heterossexuais e mulheres. Já com relação aos jovens e adolescentes, de 13 a 24 anos, os números chegam a 29.613 casos, sendo 19.229 em meninos e 10.384 em meninas. Também revelam os números do MS que desde o ano 2000, as novas ocorrências têm sido maiores em mulheres do que em homens.

Em 2000, foram registrados 1.046 casos do sexo masculino e 1.058 do sexo feminino. Em 2001, foram 714 casos masculinos contra 771 femininos; e em 2002, foram registrados 82 casos masculinos contra 75 femininos. "Tanto o homem quanto a mulher têm 100% de responsabilidade com relação à prevenção. Todos nós somos vulneráveis. Acabou essa história de dizer que "isso nunca vai acontecer comigo", pois qualquer pessoa corre o risco de contrair a Aids. Há algumas pessoas que são mais e outras que são menos vulneráveis, mas todas correm risco", finalizou Fátima Rodrigues.

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