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Série de reportagens termina com debate
Por Jornal do Commercio   4 de fevereiro de 2003
Representantes de ONGs da área social e empresarial e da igreja discutiram
ontem, na Rádio Jornal, a participação da sociedade e outras sugestões para
garantir a segurança alimentar "Não cabe só ao governo agir." Esse foi o
consenso do debate que a Rádio Jornal promoveu ontem para aprofundar a
discussão sobre o combate à fome, iniciada esta semana pelos veículos do
Sistema JC de Comunicação. A mudança de postura da sociedade, antes
indiferente, e hoje engajada em movimentos que ajudam a solucionar o
problema, foi um dos enfoques do encontro que ainda abriu espaço para temas
como Reforma Agrária e participação de empresas privadas. A discussão
aconteceu no programa Super Manhã, sob o comando de Aldo Vilela.
Participaram a diretora técnica da Ação Empresarial pela Cidadania, Amélia
Bezerra, o agente da Comissão Pastoral da Terra, Plácido Júnior, e os
coordenadores do Recife Voluntário, Márcio Sá, e da Missão Pastoral da
Arquidiocese de Olinda e Recife, Jortil Menezes. Após essa primeira etapa do
Movimento, que se encerrou ontem, mostrando com reportagens, maneiras de
contribuir para minimizar o problema da fome, o Sistema JC atuará como
agente aglutinador das entidades que trabalham na área. "Somos um centro
divulgador. Podemos disponibilizar informações e atuar como ponte entre os
que necessitam e os que querem ajudar", explicou Eduardo Lemos, do Conselho
de Administração do Sistema JC. No debate, durante uma hora, os convidados
falaram sobre vários aspectos envolvidos na luta contra a fome, como
eficácia do assistencialismo, importância da Reforma Agrária para a produção
de alimentos e a participação do voluntariado na superação da miséria. O
programa de segurança alimentar do Governo Federal foi outro tópico
debatido. O missionário Jortil Menezes enfatizou que doações de alimentos
são indispensáveis em qualquer ação emergencial, mesmo não sendo suficientes
para a solução do problema. "Enquanto a estrutura que barra o acesso à
comida não for superada, a distribuição de mantimentos será necessária",
afirmou Jortil. A Reforma Agrária foi citada pelo representante da Comissão
Pastoral, Plácido Júnior, como alternativa que precisa ser considerada pela
sociedade. "A distribuição de terra para a agricultura familiar, além de
garantir a subsistência dos assentados, aumentaria a oferta de alimentos em
regiões pobres", salientou. Para Márcio Sá, do Recife Voluntário, boa parte
do empresariado precisa perceber que o incentivo à participação voluntária
de empregados em ações sociais pode ajudar na melhoria da sociedade e do
ambiente de trabalho. "Quem atua como voluntário trabalha com mais
satisfação", disse Márcio. A diretora técnica da Ação Empresarial, Amélia
Bezerra, lembrou que a população brasileira vive a oportunidade histórica de
influenciar diretamente a política governamental. "O novo presidente abriu
esse canal. Cabe a nós aproveitarmos", comentou Amélia.