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Micro ressuscitado ajuda entidade sem recursos
"O que chegar em nossas mãos, a gente aproveita", afirma o engenheiro Dalton Lopes Martins, responsável pelo laboratório de reciclagem do projeto. Ele formata as máquinas e instala o sistema operacional GNU/Linux. "Assim, temos liberdade técnica e evitamos acusações de pirataria."
O Projeto Metareciclagem iniciou os trabalhos em janeiro, quando foi firmada a parceria entre o Projeto Metáfora, grupo de discussão de onde surgiu a idéia, e a Agente Cidadão, entidade que liga doadores e entidades beneficentes. Em fase inicial, o MetaReciclagem fará a primeira entrega de micros reformados nesta semana. Para evoluir, o projeto está precisando de um galpão para guardar as doações e de técnicos voluntários.
Computadores reformados são utilizados por centenas de escolas de informática e cidadania do Comitê para Democratizaçãoda Informática (CDI), organização não-governamental (ONG) que promove a inclusão digital.
Em parceria com a Câmara Americana de Comércio (AmCham), o CDI organiza a Campanha Megajuda, de arrecadação de computadores. Técnicos se reúnem voluntariamente em mutirões para consertar os micros doados.
Nos países mais ricos, há muitas organizações empenhadas no assunto. A americana Alameda County Computer Resorce Center, por exemplo, conseguiu reformar e doar 5 mil computadores no ano passado.
Classe média - No Brasil, micro usado não é sinônimo de população carente. A classe média é atraída pelos preços vantajosos dos computadores de segunda mão.
Vitor Azevedo, sócio-proprietário da Busca Micro, uma consultoria para quem compra e vende PCs, afirma que os micros que mais saem são os Pentium de 100 até 233 MHz para pessoas físicas. "Um 233 MHz completo sai por, no máximo, R$ 600." Já os PCs superiores a 233 MHz são mais procurados pelas empresas de pequeno porte. "Temos muita oferta de computadores 486, mas não há mais mercado para eles."
A Busca Micro procura o computador usado que a empresa ou o usuário doméstico está precisando e intermedia o negócio para o cliente. "Sai barato para o cliente e a aquisição atinge suas metas", diz Azevedo.
Esta foi a solução adotada pelas sócias Patricia Camargo e Lilian Neri Colombi. Elas compraram um AMD K6II de uma empresa que estava se desfazendo dos pertences por R$ 700. "Se fossemos comprar um novo, iríamos gastar quase cinco vezes este valor. O computador funciona direito e atende às nossas necessidades", comenta Patricia.