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Micro velho reformado ajuda instituições
"O que chegar em nossas mãos, a gente aproveita", afirma o responsável pelo laboratório de reciclagem do projeto, o engenheiro Dalton Lopes Martins. Ele explica que todas as máquinas que estejam funcionando, mesmo que sejam antigas, são usadas. "Quando constatamos que máquina está quebrada, verificamos que peças podem ser reaproveitadas, trocadas por outras em lojas de 'sucatas'."
Martins instala o sistema operacional GNU/Linux nas máquinas que recebe. "O Linux nos dá liberdade técnica, podemos recompilar o kernel, tirando módulos que não quero", exemplifica. O software livre também evita acusações de pirataria, explica o engenheiro.
Além de fazer a recuperação técnica dos equipamentos, o projeto aborda também a reeducação do uso do computador. "Não queremos somente entregar a máquina, mas garantir que ela seja bem aproveitada", disse. Com este objetivo, Martins organizou quatro tutoriais: um de problemas técnicos, outro sobre acesso à web, sobre o sistema operacional e sobre ferramentas de comunicação (blog, e-mail e chat). O treinamento é dado a crianças. "Elas aprendem mais rápido."
A idéia do Projeto MetaReciclagem surgiu em junho de 2002 numa lista de discussão do Projeto Metáfora, entidade online que se define um "catalisador de projetos colaborativos" (http://projetometafora.tk). Em janeiro, o Projeto Metáfora firma uma parceria com a Agente Cidadão, entidade que faz a ligação entre doadores e entidades beneficentes, para iniciar os trabalhos do Projeto MetaReciclagem.
A Agente Cidadão dispõe de uma van para retirar os computadores, apenas na região da Grande São Paulo, por enquanto. Em fase inicial, o projeto recebeu três Macintoshes e dois PCs, já reformados por Martins, que planeja fazer a primeira doação nesta semana. "Ainda estamos definindo a instituição que receberá estes micros."
Mutirão[/INTERTITULO] - Computadores reformados são utilizados nas escolas de informática e cidadania do Comitê para Democratização da Informática (CDI), organização não-governamental que promove a inclusão digital.
Em parceria com a Câmara Americana de Comércio (AmCham), o CDI organiza em São Paulo a Campanha Megajuda, de arrecadação de computadores. Ao longo do ano, são realizados os Mutirões Megajuda, evento em que técnicos voluntariamente reformam os computadores recebidos em doações feitos ao CDI.
Em 2002, foram arrecadados na campanha 2.344 micros usados, reformados em dez mutirões. A ajuda chegou a 1.040 EICs. Desde o início da campanha, em 2002, já foram recebidos 5.614 micros usados.
Nos mutirões, os voluntários revisam as máquinas. Segundo o coordenador de comunicação do CDI Daniel Marinho, são instalados tanto o sistema operacional Windows como o Linux. "A Microsoft é nossa parceira, mas não temos nada contra o uso do Linux", garante.
As máquinas reformadas servem às escolas de informática e cidadania (EIC), que atendem comunidades de baixa renda e instituições com necessidades especiais. Quando a máquina não funciona mais, é vendida como sucata ou é transformada em obra de arte, em eventos como o Sucarte, organizado também pelo comitê. Quando o computador é considerado uma relíquia, é enviado para o Museu do Computador, parceiro do CDI.
O CDI aceita doações de computadores 486 DX2 ou configuração superior.
Também recebe periféricos, como teclado impressora e mouse.
O local de entrega é Rua da Paz, 2100, Chácara Santo Antônio, São Paulo (SP). Horário:
das 8 às 13 horas, às terças-feiras, e das 13 às 17 horas, às quintas-feiras. Em caso de grandes doações, é possível providenciar a retirada, depois de contato telefônico.
Projeto Cidadão (11) 3079-5966. e-mail: dmartins_br@yahoo.com Campanha Megajuda (11) 5180-3646 ou (0800) 169 199. e-mail: megajuda03@amcham.com.br