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Carta do Diretor de Comunicação

Por Moisés Rabinovici    17 de fevereiro de 2003
Foto de Comunicação - REBRAF Jornalista Moisés Rabinovici
Prezados amigos da Rebraf

Estou iniciando o meu trabalho como diretor de Comunicação da Rebraf. Sou Moisés Rabinovici. Há quase 40 anos trabalho no Grupo Estado. Fui correspondente oito anos em Israel, seis nos Estados Unidos e dois na França. Estive em todas as guerras e acordos de paz no Oriente Médio, a partir de 1977 e até 2001. Também fui enviado especial a conflitos na América Central, África e Europa do leste. Chefiei a equipe de criação do Portal do Estadão, que dirigi por dois anos. E hoje estou de volta como editor-executivo do Jornal da Tarde, que ajudei a fundar.

O trabalho que quero desenvolver na Rebraf me leva a repensar seriamente o princípio da neutralidade fundamental a qualquer repórter. Aprendemos a reportar sem intervir nos acontecimentos. Uma vez, na África do Sul, vi um homem ser executado com um “colar de fogo” – um pneu em chamas no pescoço. Vários da imprensa, eu entre eles, controlamos o ímpeto de pedir ao carrasco que não acendesse o fósforo, em nome da neutralidade e da objetividade.

Meu novo “colar de fogo” está sendo chamado de jornalismo cívico pela imprensa e acadêmicos nos Estados Unidos. É um movimento recém-criado por repórteres que querem ir além de noticiar com distanciamento os problemas de suas comunidades. Em algumas situações, é trocar a neutralidade pelo engajamento. É se envolver. É promover debates. É criar um ambiente em que alguns problemas possam ser resolvidos e grupos em conflito, reconciliados. É ajudar a cidadania a participar efetivamente na vida pública. Entro no desafio que a Rebraf me proporcionou com a convicção de que o bom jornalismo pode estar comprometido, ao mesmo tempo, com os melhores princípios da profissão e os melhores interesses das comunidades do terceiro setor. Ajudem-me, por favor, a provar que o jornalista pode mais do que apenas registrar os problemas em nossas comunidades, abrindo canais de diálogo. Todos são bem-vindos. Temos um ponto de encontro na Internet, www.terceirosetor.org.br, e um e-mail para contatos, rebraf@uol.com.br

Atenciosamente,

Moisés Rabinovici

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