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Reaproveitamento alimentar é usado no combate a fome
Por Cidadania-e - http://www.cidadania-e.com.br/   10 de março de 2003
No momento em que o governo federal se engaja no combate à fome e mobiliza
toda a sociedade para que faça o mesmo, tecnologias sociais como o Projeto
de Reaproveitamento Alimentar, realizado em Cuiabá, no Mato Grosso, devem
ganhar força. Com uma idéia simples, a Secretaria Municipal de Bem Estar
Social resgatou a dignidade e passou a alimentar famílias que viviam das
comidas que coletavam nos lixos de feiras e supermercados da cidade.
"Era comum vermos diariamente famílias inteiras catando alimentos que eram descartados pelos feirantes. Elas viviam do que conseguiam juntar de sobras nas feiras e containers de supermercado", conta o Secretário Municipal de Bem Estar Social, Carlos Alberto Nunes de Araújo. "Este alimento era a única forma de sustento deles e por ele arriscavam a saúde diariamente", completa.
O problema teve uma solução simples. "Compramos maquinários que possibilitam o processamento de muitas verduras e legumes e, através de um sistema de empacotamento e congelamento, estamos reaproveitando muitos alimentos que são distribuídos para famílias carentes que delas dependiam para viver", conta Araújo. A Secretaria Municipal investiu cerca de R$ 16 mil para comprar os recursos materiais e investe R$ 7 mil mensais para a manutenção do projeto. "Além das pessoas que trabalham na seleção, limpeza, processamento, empacotagem e congelamento dos alimentos, contamos também com um administrador e uma assistente social", conta Araújo.
Processo simples e alimento de qualidade O Projeto funciona no Terminal Atacadista de Cuiabá, o popular Verdão, onde acontece a maior feira hortifrutigranjeira atacadista da capital. Os feirantes que atuam no local entregam, diretamente no Projeto, os alimentos que não foram colocados à venda - por não possuírem o nível de qualidade definido por eles - e os que seriam jogados fora após a feira. "E nós temos um caminhão próprio que busca os alimentos separados por parceiros de outras feiras e supermercados", conta o Secretário.
O primeiro passo é separar os alimentos que podem ser processados (cenoura, batata e beterraba, por exemplo) dos que não podem, como alface e tomate. Os primeiros são recuperados, através do corte das partes que não estão boas; colocados na máquina de processamento, que faz a limpeza e higienização; pré-cozidos em um fogão industrial; cortados e embalados a vácuo; e, por último, congelados no freezer. Já os que não podem passar por este processo, são apenas selecionados e levados. "No final colocamos os alimentos em sacolas que são distribuídas para 256 famílias extremamente carentes", diz Araújo. As famílias são constantemente cadastradas na própria feira, quando são identificadas recolhendo os restos, e vivem, em sua maioria, em bairros periféricos de Cuiabá e no município vizinho Várzea Grande.
Resgate da vida Além dos alimentos, as famílias ainda recebem do Projeto orientações de saúde, ajuda para matricular as crianças em creches e escolas, e encaminhamento dos adultos para cursos de capacitação ou para o mercado de trabalho. "As famílias que conseguem um emprego e renda suficiente para não depender mais da comida jogadas no lixo, são desligadas do Projeto, para que sua vaga seja ocupada por famílias mais necessitadas", explica Araújo. Desde a sua criação, em 1998, o Projeto de Reaproveitamento Alimentar - Programa de Ação Integrada de Enfrentamento à Pobreza já atendeu a 1.356 famílias.
Para o Secretário Municipal de Bem Estar Social, a maior importância do Projeto é o resgate da dignidade das pessoas. "A alimentação é um direito básico e é humilhante para essas pessoas estarem dependendo da comida jogada fora. Tirá-las desta condição, alimentá-las e possibilitar que elas vislumbrem um futuro diferente é valorizá-las, é contribuir para o resgate da auto-estima", diz Araújo.
Mais informações sobre este projeto podem ser encontrado no Banco de Tecnologias Sociais da Fundação Banco do Brasil (www.cidadania-e.com.br).
"Era comum vermos diariamente famílias inteiras catando alimentos que eram descartados pelos feirantes. Elas viviam do que conseguiam juntar de sobras nas feiras e containers de supermercado", conta o Secretário Municipal de Bem Estar Social, Carlos Alberto Nunes de Araújo. "Este alimento era a única forma de sustento deles e por ele arriscavam a saúde diariamente", completa.
O problema teve uma solução simples. "Compramos maquinários que possibilitam o processamento de muitas verduras e legumes e, através de um sistema de empacotamento e congelamento, estamos reaproveitando muitos alimentos que são distribuídos para famílias carentes que delas dependiam para viver", conta Araújo. A Secretaria Municipal investiu cerca de R$ 16 mil para comprar os recursos materiais e investe R$ 7 mil mensais para a manutenção do projeto. "Além das pessoas que trabalham na seleção, limpeza, processamento, empacotagem e congelamento dos alimentos, contamos também com um administrador e uma assistente social", conta Araújo.
Processo simples e alimento de qualidade O Projeto funciona no Terminal Atacadista de Cuiabá, o popular Verdão, onde acontece a maior feira hortifrutigranjeira atacadista da capital. Os feirantes que atuam no local entregam, diretamente no Projeto, os alimentos que não foram colocados à venda - por não possuírem o nível de qualidade definido por eles - e os que seriam jogados fora após a feira. "E nós temos um caminhão próprio que busca os alimentos separados por parceiros de outras feiras e supermercados", conta o Secretário.
O primeiro passo é separar os alimentos que podem ser processados (cenoura, batata e beterraba, por exemplo) dos que não podem, como alface e tomate. Os primeiros são recuperados, através do corte das partes que não estão boas; colocados na máquina de processamento, que faz a limpeza e higienização; pré-cozidos em um fogão industrial; cortados e embalados a vácuo; e, por último, congelados no freezer. Já os que não podem passar por este processo, são apenas selecionados e levados. "No final colocamos os alimentos em sacolas que são distribuídas para 256 famílias extremamente carentes", diz Araújo. As famílias são constantemente cadastradas na própria feira, quando são identificadas recolhendo os restos, e vivem, em sua maioria, em bairros periféricos de Cuiabá e no município vizinho Várzea Grande.
Resgate da vida Além dos alimentos, as famílias ainda recebem do Projeto orientações de saúde, ajuda para matricular as crianças em creches e escolas, e encaminhamento dos adultos para cursos de capacitação ou para o mercado de trabalho. "As famílias que conseguem um emprego e renda suficiente para não depender mais da comida jogadas no lixo, são desligadas do Projeto, para que sua vaga seja ocupada por famílias mais necessitadas", explica Araújo. Desde a sua criação, em 1998, o Projeto de Reaproveitamento Alimentar - Programa de Ação Integrada de Enfrentamento à Pobreza já atendeu a 1.356 famílias.
Para o Secretário Municipal de Bem Estar Social, a maior importância do Projeto é o resgate da dignidade das pessoas. "A alimentação é um direito básico e é humilhante para essas pessoas estarem dependendo da comida jogada fora. Tirá-las desta condição, alimentá-las e possibilitar que elas vislumbrem um futuro diferente é valorizá-las, é contribuir para o resgate da auto-estima", diz Araújo.
Mais informações sobre este projeto podem ser encontrado no Banco de Tecnologias Sociais da Fundação Banco do Brasil (www.cidadania-e.com.br).