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Projeto vai preparar estudantes carentes para concurso vestibular

Por Correio da Bahia   12 de março de 2003
Convênio assinado, ontem, beneficia moradores do Cabula e adjacências
BR> Hildete Santana
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BR> Reitora Ivete Sacramento e Wilson Café assinam convênio para o Projeto
BR> Pré-Vestibular na Comunidade
BR> Os estudantes já sabem que, sem passar por um cursinho pré-vestibular, é muito mais difícil entrar na universidade. No entanto, as mensalidades são caras e, mesmo aquelas mais em conta, significam verdadeiros abismos para os alunos carentes. A partir de abril, os moradores do Cabula e bairros vizinhos vão poder se preparar para o exame no projeto Pré-Vestibular na Comunidade, uma parceria entre a Escola de Educação Percussiva Integral e a Universidade do Estado da Bahia. O convênio foi assinado ontem, pela manhã, na sede da Uneb, entre o presidente da EEPI, o percussionista Wilson Café, a reitora Ivete Sacramento e o pró-reitor Lourisvaldo Valentim.
BR> Segundo Café, a idéia surgiu da proximidade da escola de música com o campus da universidade e por perceber que a região que compreende, além do Cabula, Engomadeira e Estrada das Barreiras, tem uma demanda de estudantes carentes que acabam ficando de fora do processo seletivo das universidades, principalmente daquelas com maior nível de exigência. "Inicialmente, serão abertas cem vagas e em breve divulgaremos os critérios de seleção", ressaltou o percussionista. Além da preparação para o vestibular, o convênio contempla também a educação (alfabetização) de adultos.
BR> A reitora destacou a importância do convênio e disse que a expectativa é das melhores. "O espaço da Uneb é pequeno e a vizinhança sempre solicita intervenções como esta", afirmou. Assim como acontece em outros convênios sociais da instituição, os alunos desse projeto estão isentos do pagamento da taxa do vestibular. As aulas serão ministradas na sede da EPPI, no turno da noite, por alunos do 7º e 8º semestres dos cursos da Uneb.
BR> A EEPI trabalha com adolescentes dos 13 aos 16 anos, matriculados na rede de ensino oficial e, durante dois anos, ministra aulas de técnica de sonorização, confecção de instrumentos, artes plásticas, direitos e deveres, ancestralidade (história), capoeira, meio ambiente, além de um currículo complementar de informática, inglês, português e matemática.
BR> O projeto da escola de percussão já existe há quatro anos, mas, até este ano, a escola não tinha sede e os profissionais realizavam trabalhos sistemáticos nas comunidades e prestavam consultoria, inclusive fora da Bahia (Alagoas). A sede recém-inaugurada no Cabula passou por uma reforma e ampliação realizada em parceria com o governo do estado. A entidade agora conta com o apoio do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), da Unesco e do Sebrae, e recebe cerca de R$150 mil por ano para realizar as atividades pedagógicas. A prefeitura do Salvador, que também garante alimentação, professores e material didático, vai agora construir uma praça em frente à escola.

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