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Estudo mostra que 41% dos alunos largam o ensino fundamental

Por Revista Época   14 de março de 2003
De cada grupo de 100 alunos que ingressam na primeira série do ensino fundamental, 59 conseguem terminar a oitava série e os outros 41 param de estudar no meio do caminho. Esta é uma das conclusões do estudo Geografia da Educação Brasileira 2001, produzida pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC) com a finalidade de reunir e divulgar os mais atualizados indicadores deste setor. Para o presidente do Inep, Otaviano Helene, os dados são alarmantes e evidenciam o atraso escolar brasileiro em todos os níveis.

Para aqueles que entraram no ensino médio, a expectativa de conclusão é maior: 74% conseguem terminá-lo. Os estudantes que concluem, sem interrupção, essas etapas educacionais levam, em média, de 10,2 anos para completar as oito séries do ensino fundamental e 3,7 anos para passar pelas três séries do ensino médio. E do total de alunos que entram no nível educacional obrigatório, apenas 40% concluem o ensino médio, precisando para isso, em média, 13,9 anos.

Ainda de acordo com o levantamento do Inep, grande parte dos estudantes brasileiros está em atraso escolar. No ensino fundamental, 39% dos alunos têm idade superior à adequada para a série que cursam. No ensino médio, esse índice é de 53%. De acordo com o estudo, isso é conseqüência das elevadas taxas de repetência. Com isso, esses estudantes têm desempenho inferior aos alunos que estão em séries próprias à idade.

Na quinta série do ensino fundamental e na primeira série do ensino médio, localizam-se os maiores índices de atraso escolar. Nestas séries, as taxas de distorção idade-série são de 50% e 56%, respectivamente. Como nas séries iniciais a reprovação e o abandono são elevados, um significativo contingente dos estudantes que alcançam as séries conclusivas chega com idade acima da ideal.

Alunos brasileiros têm, em média, apenas 4 horas de aula por dia

A pesquisa também revelou que os estudantes brasileiros matriculados no ensino fundamental e médio têm 4,3 horas-aula por dia, em média.

Outro resultado indica que, na educação infantil, o período é um pouco maior. Nesse nível de escolarização, as crianças têm, em média, 5,1 horas-aula por dia. O estudo também conclui que é necessário ampliar a carga horária para oferecer melhores condições aos alunos.

Enquanto no ensino fundamental e médio, os índices de horas-aula diárias em todas as regiões do país estão bem próximos da média nacional, variando de 4,1 a 4,7 horas-aula por dia, na educação infantil isso não acontece. A carga horária de permanência das crianças nas escolas apresenta diferenças acentuadas entre as regiões. No Norte e no Nordeste os estudantes têm, em média, 4,4 horas-aula por dia, já no Sul esse índice chega a 6,5.

Na creche, modalidade inicial da educação infantil, as crianças estão passando praticamente todo o período diurno nas instituições de ensino. No país, elas ficam em média 7,8 horas por dia. Na região Sul, a média de permanência é de 9,8 horas.

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