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Pequenos gestos que podem dizer muito
Por    14 de março de 2003
Para comunicar-se com surdos, não basta saber o alfabeto especial em que se usam as mãos. A língua de sinais é importante para 'dizer' palavras e expressões
Mãos a postos, palavras e frases são "faladas" com fluência. O idioma é a libras (Língua Brasileira de Sinais), usado pelos deficientes auditivos no Brasil. Quem quiser dar os primeiros passos nessa forma de comunicação encontra algumas opções na internet.
O primeiro dicionário de libras online ( www.dicionariolibras.com.br) foi desenvolvido pelo biólogo Pedro Augusto Marques, de 60 anos. Depois da biologia, ele virou garimpeiro e, agora, decidiu ser programador. Há dois anos, passou a se dedicar ao estudo da libras. "Não sei exatamente o motivo.
Meu avô materno e minha mãe eram deficientes auditivos e talvez isso tenha me influenciado", conta.
Seu dicionário online tem cerca de mil palavras. O produto também é distribuído em CD-ROM (R$ 50) e a nova versão, que está quase pronta, terá cerca de 4 mil palavras. "Serão aproximadamente 50 mil termos, já que cada palavra tem 13 ou 14 sinônimos." Marques também gostaria de criar dicionários com regionalismos, mas falta patrocínio para o projeto.
Além da libras, existe o alfabeto do surdo-mudo (datilologia). Ele é mais usado para "dizer" nomes próprios. No site, um programa gratuito está à disposição de quem quiser aprendê-lo. Outro software de Marques é um jogo de palavras cruzadas em CD-ROM (R$ 35) - o programa mostra um sinal em libras e ele deve ser escrito em português nos quadrinhos.
Tradutor e atendimento
Ele está desenvolvendo um tradutor de livros - a página, dividida ao meio, terá à esquerda o texto e à direita, o sinal - e um sistema de atendimento online. "O atendente escreve em português e o deficiente vê em libras", explica.
Nos Estados Unidos, a AT&T tem um serviço de atendimento online de surdos: o Video Relay Call ( www.relaycall.com). Não existe, porém, um programa entre o deficiente e o atendente. Com computador, webcam e conexão de alta velocidade, o surdo conversa com um intérprete, que passa as informações para o atendente.
Outra fonte sobre libras é o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines) (www.ines.org.br). Há um ano, colocaram online um dicionário bilíngüe libras-português, português-libras. "Trata-se de um recurso que ajuda tanto o surdo quanto o ouvinte: é possível pesquisar por palavra ou por sinal", relata Stny Basílio Fernandes dos Santos, diretora-geral do Ines.
O desenvolvimento do dicionário envolveu lingüistas, filólogos, lexicólogos e surdos, que trabalharam juntos durante um ano. Em cada país, há sinais próprios. "As línguas são estabelecidas de acordo com a cultura local", ressalta Stny. No site, há cerca de 8 mil sinais em vídeo, organizados por assunto, em ordem alfabética. "O dicionário permite ver os movimentos e a expressão facial. Isso é muito importante para o surdo."
Outro canal é o site libras ( www.libras.org.br), que tem alfabeto, videoaulas e informações sobre a lei, sancionada em 24 de abril de 2002 pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, que determina a inclusão do ensino de libras nos cursos secundários e superiores de magistério e fonoaudiologia.
Mãos a postos, palavras e frases são "faladas" com fluência. O idioma é a libras (Língua Brasileira de Sinais), usado pelos deficientes auditivos no Brasil. Quem quiser dar os primeiros passos nessa forma de comunicação encontra algumas opções na internet.
O primeiro dicionário de libras online ( www.dicionariolibras.com.br) foi desenvolvido pelo biólogo Pedro Augusto Marques, de 60 anos. Depois da biologia, ele virou garimpeiro e, agora, decidiu ser programador. Há dois anos, passou a se dedicar ao estudo da libras. "Não sei exatamente o motivo.
Meu avô materno e minha mãe eram deficientes auditivos e talvez isso tenha me influenciado", conta.
Seu dicionário online tem cerca de mil palavras. O produto também é distribuído em CD-ROM (R$ 50) e a nova versão, que está quase pronta, terá cerca de 4 mil palavras. "Serão aproximadamente 50 mil termos, já que cada palavra tem 13 ou 14 sinônimos." Marques também gostaria de criar dicionários com regionalismos, mas falta patrocínio para o projeto.
Além da libras, existe o alfabeto do surdo-mudo (datilologia). Ele é mais usado para "dizer" nomes próprios. No site, um programa gratuito está à disposição de quem quiser aprendê-lo. Outro software de Marques é um jogo de palavras cruzadas em CD-ROM (R$ 35) - o programa mostra um sinal em libras e ele deve ser escrito em português nos quadrinhos.
Tradutor e atendimento
Ele está desenvolvendo um tradutor de livros - a página, dividida ao meio, terá à esquerda o texto e à direita, o sinal - e um sistema de atendimento online. "O atendente escreve em português e o deficiente vê em libras", explica.
Nos Estados Unidos, a AT&T tem um serviço de atendimento online de surdos: o Video Relay Call ( www.relaycall.com). Não existe, porém, um programa entre o deficiente e o atendente. Com computador, webcam e conexão de alta velocidade, o surdo conversa com um intérprete, que passa as informações para o atendente.
Outra fonte sobre libras é o Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines) (www.ines.org.br). Há um ano, colocaram online um dicionário bilíngüe libras-português, português-libras. "Trata-se de um recurso que ajuda tanto o surdo quanto o ouvinte: é possível pesquisar por palavra ou por sinal", relata Stny Basílio Fernandes dos Santos, diretora-geral do Ines.
O desenvolvimento do dicionário envolveu lingüistas, filólogos, lexicólogos e surdos, que trabalharam juntos durante um ano. Em cada país, há sinais próprios. "As línguas são estabelecidas de acordo com a cultura local", ressalta Stny. No site, há cerca de 8 mil sinais em vídeo, organizados por assunto, em ordem alfabética. "O dicionário permite ver os movimentos e a expressão facial. Isso é muito importante para o surdo."
Outro canal é o site libras ( www.libras.org.br), que tem alfabeto, videoaulas e informações sobre a lei, sancionada em 24 de abril de 2002 pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, que determina a inclusão do ensino de libras nos cursos secundários e superiores de magistério e fonoaudiologia.