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FGV diz que Alagoas tem 47% de miseráveis

Por O Jornal    21 de março de 2003
O economista Marcelo Néri, da Fundação Getúlio Vargas, responsável pela elaboração do Mapa do Fim da Fome em Alagoas, participou anteontem da mesa-redonda promovida pelo Ministério Público para discutir propostas de melhoria dos indicadores sociais do Estado. O levantamento foi feito no ano passado com base no Censo 2000. Néri explicou que a pesquisa mostra que 47% da população alagoana é miserável e sobrevive com uma renda abaixo de R$ 88,00 por pessoa. Néri fez um balanço da situação no Estado e mostrou ações que devem ser adotadas pelo Governo do Estado para erradicar o problema.

Os índices foram observados no município de Traipu, que lidera a relação dos que possuem o Índice de Desenvolvimento Humano mais baixo de Alagoas, e em outros, como Porto de Pedras, São José da Laje, Senador Rui Palmeira e Poço das Trincheiras.

Para reverter esse quadro, o economista propõe a adoção de uma linha de política e metas sociais para o Estado, com a finalidade de reduzir a miséria ao longo dos anos. Uma das alternativas é premiar, através de incentivos do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias (ICMS), os municípios que desenvolverem ações para reduzir o quadro de pobreza.

Marcelo Néri informou que a Organização das Nações Unidas (ONU) tem como meta para este milênio trabalhar para reduzir a miséria à metade até 2015. "Para isso, deve haver nos Estados um envolvimento de todos os segmentos em conjunto com a sociedade. É necessário que haja uma participação conjunta de todos para que se alcance esse objetivo", afirmou.

Ele propôs também a mudança na forma de compensação dos municípios que reduzirem seus índices. Atualmente, a política adotada compensa com mais verba as cidades que não mostram nenhum avanço. Para Marcelo Néri, o ideal é injetar recursos em quem trabalha com visão do futuro e contribui para diminuir os problemas sociais.

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