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Países ricos e pobres não sabem como eliminar pobreza
Por Folha Online   25 de março de 2003
Representantes dos EUA e da Europa defenderam a manutenção das políticas
atuais do BID, enfatizando a necessidade de se refletir mais profundamente
as causas da pobre
Da Redação
Na sessão preliminar do Conselho de Governadores do BID, ocorrida ontem, a estratégia do banco para o combate à pobreza dividiu de maneira clara países pobres e ricos. Em perfeita sintonia, os representantes dos EUA e da Europa defenderam a manutenção das políticas atuais do BID, enfatizando a necessidade de se refletir mais profundamente as causas da pobreza''.
O ministro do Planejamento, Guido Mantega, que preside até hoje o Conselho de Governadores, fechou a sessão retrucando que, se ficarmos esperando para analisar as causas da pobreza, vamos deixar todo mundo morrer de fome''.
Mantega defende, junto com o bloco de países latinos, que o banco assuma uma posição anticíclica, ou seja, de apoio aos países emergentes, especialmente em momentos de recessão, de modo a apoiar a recuperação da economia.
Mas o que ocorre, segundo Mantega, é exatamente o contrário. Por conta de pressões das agências de classificação de risco, o BID decidiu suspender os ''wavers'' _mecanismo de desconto sobre as taxas de juros. ''Em vez de uma política anticíclica, o banco acabou agindo de maneira pró-cíclica'', lamenta o ministro.
O Brasil é o maior devedor do BID _US$ 12,4 bilhões, dos quais US$ 5 bilhões estão em carteira, mas não podem ser sacados devido ao compromisso assumido com o FMI de diminuir a dívida pública.
''Estamos pagando o custo desse empréstimo sem aproveitar o benefício, e isso significa uma conta de US$ 88 milhões, só em taxas de permanência, para 2003.
Precisamos agora de criatividade para compensar esse revés'', disse o ministro.
Na semana passada foi dado um passo importante para isso, quando o BID decidiu, pouco antes de começar a reunião anual em Milão, mudar o cálculo dos seus juros, atrelando-os à taxa Libor _dos 6,5% anteriores, passa-se a cobrar 2,5%. A vantagem, porém, é que a taxa vale apenas para os novos empréstimos, aqueles que não podem ser sacados.
Da Redação
Na sessão preliminar do Conselho de Governadores do BID, ocorrida ontem, a estratégia do banco para o combate à pobreza dividiu de maneira clara países pobres e ricos. Em perfeita sintonia, os representantes dos EUA e da Europa defenderam a manutenção das políticas atuais do BID, enfatizando a necessidade de se refletir mais profundamente as causas da pobreza''.
O ministro do Planejamento, Guido Mantega, que preside até hoje o Conselho de Governadores, fechou a sessão retrucando que, se ficarmos esperando para analisar as causas da pobreza, vamos deixar todo mundo morrer de fome''.
Mantega defende, junto com o bloco de países latinos, que o banco assuma uma posição anticíclica, ou seja, de apoio aos países emergentes, especialmente em momentos de recessão, de modo a apoiar a recuperação da economia.
Mas o que ocorre, segundo Mantega, é exatamente o contrário. Por conta de pressões das agências de classificação de risco, o BID decidiu suspender os ''wavers'' _mecanismo de desconto sobre as taxas de juros. ''Em vez de uma política anticíclica, o banco acabou agindo de maneira pró-cíclica'', lamenta o ministro.
O Brasil é o maior devedor do BID _US$ 12,4 bilhões, dos quais US$ 5 bilhões estão em carteira, mas não podem ser sacados devido ao compromisso assumido com o FMI de diminuir a dívida pública.
''Estamos pagando o custo desse empréstimo sem aproveitar o benefício, e isso significa uma conta de US$ 88 milhões, só em taxas de permanência, para 2003.
Precisamos agora de criatividade para compensar esse revés'', disse o ministro.
Na semana passada foi dado um passo importante para isso, quando o BID decidiu, pouco antes de começar a reunião anual em Milão, mudar o cálculo dos seus juros, atrelando-os à taxa Libor _dos 6,5% anteriores, passa-se a cobrar 2,5%. A vantagem, porém, é que a taxa vale apenas para os novos empréstimos, aqueles que não podem ser sacados.