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Água, preocupação mundial
Por Folha de Pernambuco   25 de março de 2003
Brasil é o 25o. colocado na relacão das nações com maior quantidade de água
por habitante, dispondo de 48,3 mil metros cúbicos/habitante por ano
Da Redação
A 3ª Cúpula Mundial da Água, concluída sábado em Kioto, no Japão, reuniu chefes de Estado, cientistas e empresários, além de representantes de organismos multilaterais e movimentos sociais para debater a crise mundial do produto e firmar acordos que assegurem o acesso universal. Estimativas de setores especializados revelam que 1,5 bilhão de pessoas sobrevivem em regime de escassez do líquido, situação agravada em virtude de a população mundial já explorar metade dos recursos hídricos acessíveis, enquanto prevê-se que em 2005 o consumo deverá alcançar dois terços dos recursos totais. Por isso, calcula-se que nos próximos 20 anos, se não forem realizadas ações significativas, as reservas disponíveis, por pessoa, atualmente, devem se reduzir a um terço.
Foram tratados diversos aspectos do problema, entre os quais a relação da água e a pobreza e como fator de conflitos, as mudanças climáticas, as novas tecnologias e o financiamento de infra-estrutura básica. As estatísticas são preocupantes: 29% da população do Nordeste dispõem apenas de 3% das reservas nacionais; 70% das internações hospitalares no País são causadas por doenças provocadas por ingestão hídrica; 3 bilhões de pessoas são obrigadas a consumir água contaminada no mundo; 12 mil kms. cúbicos de água poluída circulam no planeta; em 50 anos o consumo mundial dobrou, enquanto 67% da água são utilizados pela agricultura, 19% consumidos pela indústria, 9% vão para o uso residencial e mais de 5 milhões de mortes ocorrem anualmente por doenças de veiculação hídrica. O Brasil é o 25o. colocado na relacão das nações com maior quantidade de água por habitante, dispondo de 48,3 mil metros cúbicos/habitante por ano. O primeiro lugar pertence à Guiana Francesa, com 812.121 metros cúbicos, enquanto na última colocação está o Kuwait, com 10 metros cúbicos.
A Finlândia é o país que tem a melhor qualidade. Especialistas admitem que a água caminha para ser um fator de tensão e de competição entre as nações se a tendência de escassez, contaminação e degradação continuar crescendo. Todos sabemos que o Nordeste é a região brasileira que mais sofre os efeitos da falta do líquido. Atualmente, a oferta hídrica por habitante na Região é insuficiente em nosso Estado, no Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas e Sergipe, que estão enquadrados no índice de escassez do Banco Mundial, agravando-se a situação quando se sabe que penaliza 8 milhões de brasileiros no semi-árido. No caso da região nordestina, o descaso secular no seu enfrentamento, por sucessivos governos, levou à desilusão e resignação algumas gerações. A sua magnitude se estende também, nos dias atuais, aos centros urbanos, onde tem relevo o saneamento domiciliar, o tratamento de esgotos, o lixo industrial etc. Este mês, o presidente da República anunciou R$ 1,4 bilhão para investimentos em saneamento e obras de infra-estrutura, direcionados a obras que estavam paralisadas.
É muito pouco, ainda, para tantas carências. Pela grandeza do problema, é fundamental a ajuda externa, dos organismos internacionais capazes de financiar programas específicos, conscientizando-se, também, a população sobre certas práticas que possam minizar a grave questão, vendo-se a água não como uma mercadoria, mas considerando-a imprescindível bem de que deve usufruir o ser humano.
Da Redação
A 3ª Cúpula Mundial da Água, concluída sábado em Kioto, no Japão, reuniu chefes de Estado, cientistas e empresários, além de representantes de organismos multilaterais e movimentos sociais para debater a crise mundial do produto e firmar acordos que assegurem o acesso universal. Estimativas de setores especializados revelam que 1,5 bilhão de pessoas sobrevivem em regime de escassez do líquido, situação agravada em virtude de a população mundial já explorar metade dos recursos hídricos acessíveis, enquanto prevê-se que em 2005 o consumo deverá alcançar dois terços dos recursos totais. Por isso, calcula-se que nos próximos 20 anos, se não forem realizadas ações significativas, as reservas disponíveis, por pessoa, atualmente, devem se reduzir a um terço.
Foram tratados diversos aspectos do problema, entre os quais a relação da água e a pobreza e como fator de conflitos, as mudanças climáticas, as novas tecnologias e o financiamento de infra-estrutura básica. As estatísticas são preocupantes: 29% da população do Nordeste dispõem apenas de 3% das reservas nacionais; 70% das internações hospitalares no País são causadas por doenças provocadas por ingestão hídrica; 3 bilhões de pessoas são obrigadas a consumir água contaminada no mundo; 12 mil kms. cúbicos de água poluída circulam no planeta; em 50 anos o consumo mundial dobrou, enquanto 67% da água são utilizados pela agricultura, 19% consumidos pela indústria, 9% vão para o uso residencial e mais de 5 milhões de mortes ocorrem anualmente por doenças de veiculação hídrica. O Brasil é o 25o. colocado na relacão das nações com maior quantidade de água por habitante, dispondo de 48,3 mil metros cúbicos/habitante por ano. O primeiro lugar pertence à Guiana Francesa, com 812.121 metros cúbicos, enquanto na última colocação está o Kuwait, com 10 metros cúbicos.
A Finlândia é o país que tem a melhor qualidade. Especialistas admitem que a água caminha para ser um fator de tensão e de competição entre as nações se a tendência de escassez, contaminação e degradação continuar crescendo. Todos sabemos que o Nordeste é a região brasileira que mais sofre os efeitos da falta do líquido. Atualmente, a oferta hídrica por habitante na Região é insuficiente em nosso Estado, no Rio Grande do Norte, Paraíba, Alagoas e Sergipe, que estão enquadrados no índice de escassez do Banco Mundial, agravando-se a situação quando se sabe que penaliza 8 milhões de brasileiros no semi-árido. No caso da região nordestina, o descaso secular no seu enfrentamento, por sucessivos governos, levou à desilusão e resignação algumas gerações. A sua magnitude se estende também, nos dias atuais, aos centros urbanos, onde tem relevo o saneamento domiciliar, o tratamento de esgotos, o lixo industrial etc. Este mês, o presidente da República anunciou R$ 1,4 bilhão para investimentos em saneamento e obras de infra-estrutura, direcionados a obras que estavam paralisadas.
É muito pouco, ainda, para tantas carências. Pela grandeza do problema, é fundamental a ajuda externa, dos organismos internacionais capazes de financiar programas específicos, conscientizando-se, também, a população sobre certas práticas que possam minizar a grave questão, vendo-se a água não como uma mercadoria, mas considerando-a imprescindível bem de que deve usufruir o ser humano.