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Cartilha mostra como levar para a cadeia os prefeitos corruptos

Por Viviane Raymundi - Diário de S. Paulo    1 de abril de 2003
Prefeitos acostumados a usar e abusar do dinheiro público que se cuidem. A Associação dos Amigos de Ribeirão Bonito (Amarribo), que ano passado conseguir levar para a cadeia sob a acusação de corrupção o ex-prefeito da cidade, que fica a 260 quilômetros de São Paulo, vai lançar no dia 15 deste mês uma cartilha, mostrando todos os passos para apanhar um político desonesto.

A cartilha, que ganhou o nome “O combate à corrupção nas prefeituras”, lista mais de 25 dicas para qualquer cidadão constatar quando o prefeito é corrupto. “A corrupção sempre deixa sinais que podem ser percebidos e verificados porque nada há ocultado que não se venha conhecer”, alerta a cartilha, que já pode ser lida no site da Amarribo (www.amarribo.com.br).

Segundo Maria Izildinha Godoy, presidente da diretoria executiva da entidade, normalmente as pessoas desconfiam quando há problemas na prefeitura da cidade. “Os métodos são basicamente os mesmos em todas as cidades com corrupção. Mas as pessoas não sabem com agir e tem dificuldade de chegar ao Ministério Público. E, muitas vezes, a comunidade se intimida com a autoridade”, disse Maria Izildinha.

O primeiro sinal que deve deixar o cidadão atento é quando o prefeito, seus parentes e assessores começam a mostrar uma riqueza incompatível com seus ganhos. Segundo a cartilha, a declaração de bens aparentemente exagerada e a ostentação com ouro e obras de arte, por exemplo, pode ser um indício de corrupção.

Outro sinal é a resistência em prestar contas. “Os corruptos opõem-se veementemente a qualquer forma de transparência”, diz o guia. Falta crônica de dinheiro para os serviços básicos e convites de fornecimento direcionados a um determinado fornecedor são outros sinais de uma possível corrupção na prefeitura.

O lançamento da cartilha será em Brasília e contará com a presença de Waldir Pires, controlador-geral da União e responsável pelo combate à corrupção na esfera federal, e do ministro da Justiça, Márcio Tomaz Bastos.

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