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Entrevista com o médico Drauzio Varella

Por Adauri Antunes Barbosa - O Globo   22 de abril de 2003
SÃO PAULO - Autor do livro "Estação Carandiru", que vendeu mais de 330 mil cópias e deu origem ao filme "Carandiru", o médico Drauzio Varella, acredita que é muito difícil acabar com a violência. Mas a experiência de 12 anos convivendo com presos da Casa de Detenção, o Carandiru, que chegou a abrigar mais de 7 mil presos, faz com que ele aposte no planejamento familiar como um caminho para reduzir os índices de criminalidade. Drauzio acredita que o país não pode mais continuar ignorando o nascimento de tantas crianças pobres. Segundo ele, é responsabilidade de toda a sociedade ensinar as meninas e os meninos da periferia a não ter filhos e jogá-los no mundo para que os outros criem essas crianças. Nessa entrevista ele diz que incentivar o planejamento familiar sai muito mais barato do que construir cadeias.

O senhor concorda com o endurecimento na lei de execução penal diante do poder que o crime organizado vem demonstrando?

DRAUZIO VARELLA - A reação à violência é sempre emocional. Nunca é baseada em critérios objetivos, racionais. Surge um bandido como esse (Fernandinho Beira-Mar), fica todo mundo dizendo: "Tem que trancar, tem que mandar pro meio do mato, tem que pôr num navio e mandar pro meio do oceano". E ninguém pára um pouco pra pensar quais são as conseqüências disso. Dizem: "Não, cadeia tem que ser tudo assim mesmo, de segurança máxima, com bloqueio de celular, com câmeras". Só que ninguém pensa em quanto custa uma cadeia dessas, quanto precisa de dinheiro pra fazer uma cadeia assim e quanto custa manter um homem nesse tipo de situação.

Seria suficiente tornar mais rigorosas as penas para quem pratica crimes mais graves?

DRAUZIO - As leis têm que ser fortes. Você não pode ter um sistema legal frouxo, que não consegue enquadrar as pessoas que cometem crimes graves. Estou falando também dos grandes ladrões que se apossam de bens públicos, que dão desfalques. Nós temos que ter leis que punam, para desestimular esse tipo de crime. Mas a cadeia é uma situação complicada, porque nós não sabemos resolver o problema da violência sem cadeia. O que nós sabemos fazer é prender e pôr na cadeia. Nós não temos muita idéia, não existem muitos trabalhos científicos sobre as conseqüências do aprisionamento. As conseqüências imediatas, você sabe. Temos um ladrão que está roubando no farol da esquina, que é preso. No outro dia ele não está mais lá. Você passa mais tranqüilo no farol. Esse ladrão, que está roubando relógio no farol e vai parar na cadeia, vai ter primeiro o mundo social dele desarticulado. Vai se afastar da família, dos amigos, das pessoas com as quais ele convivia. Vai ficar mais pobre, porque enquanto estiver na cadeia não vai conseguir ganhar dinheiro, roubado ou por trabalho honesto, qualquer que seja. Por outro lado, vai conhecer na cadeia uma porção de gente que vive no mundo do crime.

Vai passar a ter uma convivência assídua com o crime?

DRAUZIO - É, ele vai fazer amizades, ampliar o convívio social dele no mundo da criminalidade. Você não pode manter esse ladrão o tempo todo na cadeia. Uma hora ele vai pra rua. E quando ele voltar pra rua o ambiente social dele vai estar desarticulado: a mulher o abandonou, os vizinhos mudaram e ele não conhece mais as pessoas. Mas ele vai estar muito mais bem organizado no mundo do crime. Aí ele é solto, não consegue emprego porque já esteve na cadeia. Aí ele vai voltar pro crime. Só que não vai mais ficar na esquina, no farol. Vai praticar crimes que podem render mais de dinheiro. E é assim que o crime acaba virando uma profissão. Eu precisei de muitos anos de Carandiru para admitir que o crime é uma profissão. É uma profissão como outra qualquer, como jornalista, médico. O cara levanta de manhã pensando no que vai fazer pra roubar.

Não é exagero afirmar que o crime vira uma profissão?

DRAUZIO - O sujeito aplica uma grande energia no planejamento, na fuga, ele, enfim, está envolvido no trabalho. É o trabalho dele. É como o traficante que fica vendendo droga. Você conversa com eles e se acham comerciantes, não se acham traficantes. Estão ali vendendo pra quem quiser usar, não estão forçando ninguém a fumar maconha, a cheirar cocaína. Quem vai lá comprar é porque quer. E eles vendem. É assim que eles pensam.

Presídios como o Carandiru, que juntava grande número de presos, facilitam a organização dos presos?

DRAUZIO - É lógico. Esses grupos do crime nasceram aqui na Casa de Detenção. PCC, Seita Satânica, enfim todos nasceram na Detenção. No Rio de Janeiro é a mesma coisa, Comando Vermelho, Terceiro Comando, todos surgiram em presídios grandes. Essa é uma das insanidades de você manter presídios grandes. As cadeias têm de ser pequenas. E é por isso que sai absurdamente caro. Você não pode ter uma cadeia pra mais de 500, 600 homens, porque, primeiro, se você deixar mais, perde o controle da cadeia completamente. Segundo, porque você dá margem a formarem essas associações.

A solução são os presídios pequenos?

DRAUZIO - Claro, você tem mais controle. E com carcereiros experientes que, quando percebem que eles começam a se organizar, ou semeiam a discórdia entre eles ou transferem os cabeças pra outro lugar. E punam. Isso é um trabalho que tem de ser feito por gente que entenda disso. Essas pessoas existem no sistema prisional. Estão desmotivadas por uma carreira desvalorizada, mas tendo orientação e liberdade para agir eles controlam a cadeia com facilidade. Me lembro na Detenção (Carandiru) o primeiro preso que eu atendi, assassinado pelo PCC (Primeiro Comando da Capital). Foi numa segunda-feira.

Por que o termo segunda sem lei?

DRAUZIO - A segunda-feira é conhecida como segunda sem lei porque é o dia do acerto de contas. É uma data tradicional nas cadeias. Sábado e domingo são os dias que a família vem visitar. Então, te devo dinheiro, a família vai trazer no final de semana. Na segunda é dia de cobrar. É guerra. Por isso segunda-feira era o dia que tinha mais morte na cadeia. E para o corpo poder sair para o Instituto Médico Legal, tem que ter um médico que diga que saiu morto mesmo. Se não eles tiravam o cara vivo de lá e matavam na rua. Em geral as mortes na cadeia são na covardia.

Como foi a primeira morte a mando do PCC que o senhor atestou?

DRAUZIO - Eles pegam em 10, 12 para esfaquear um coitado qualquer. As facadas têm os furos de diâmetros diferentes porque são usados diferentes tipos de facas. E nesse caso, da primeira morte do PCC que atendi, o morto tinha uma facada que arrancou o músculo do pescoço, o esternoclidomastoideo. A facada expunha a base do crânio. Percebi nitidamente que aquela facada tinha sido dada depois do menino morto. Não dá pra dar uma facada daquelas com o cara pulando. Pensei: que absurdo, que maldade! Pra que essa perversidade toda? Fiquei chocado pela perversidade. Aí um rapaz falou: "Essa é a marca do PCC, todos os que eles matam eles fazem isso aí". Um funcionário da cadeia que estava junto, falou: "Estão bobeando, estão deixando crescer, daqui a pouco vai ficar difícil de controlar".

Quando foi isso?

DRAUZIO - Ahh... Sabe qual é o problema? Na cadeia os dias são muito iguais. Quando você atende um doente preso, é difícil saber quando começaram os sintomas. Você pergunta quando começou a febre e ele diz: "Faz uns dias, aí". Ele não sabe te dizer se há uma semana, duas, três. Mas isso aí deve ter sido por volta de 1996. Não, 1998 por aí.

E como era o clima entre os presos do Carandiru nessa época? Já existiam crimes com essa perversidade do PCC?

DRAUZIO - Com esse requinte de crueldade não. Mas depois dessa vi muitas outras. Pessoas degoladas, a cabeça separada do corpo. Na verdade, essas facções se impõem pela força e pelo medo. O crime é de direita. O cara que fala: "Não, isso é uma questão social, o crime é uma forma de distribuição de renda". Você quer coisa mais de direita: você tem um ponto comercial, eu vou lá mato você, mato quem está tomando conta, pra ficar com o seu ponto. Existe capitalismo mais selvagem do que esse?

O crime é o capitalismo selvagem por que mata pelos lucros dos pontos de venda?

DRAUZIO - Isso! Eles matam só pelo dinheiro. Aí, depois, eles dão um dinheirinho para um vizinho que precisa comprar um remédio, porque eles precisam também que o vizinho colabore com eles, numa hora de aperto que os escondam. Aí dizem: "Mas eles ajudam..." Eles ajudam o quê? Eles ajudam o que é deles. O crime é de direita mesmo, não tem discussão.

Mas a pessoa não se envolver por um processo de exclusão social?

DRAUZIO - Não necessariamente. Na cadeia encontrei muitos pobres que diziam: "Não, lá em casa nunca me faltou nada, tive carinho da minha mãe, do meu pai, dos irmãos, gente humilde. Nunca me faltou nada, eu que peguei o caminho errado". Caminho errado por quê? Porque ele queria ter a calça da moda, o tênis. Ele queria ter o que os outros têm.

Ele queria ter tudo sem trabalhar duro?

DRAUZIO - Ele queria ter o que os outros têm e era um pouco mais ambicioso e achou que esse era o caminho melhor. Mas você pega esses que se enredaram pelo caminho do crime, e a grande maioria é de moleque que já não ia pra escola, que não estudou. Era aquele moleque mais louquinho, que não teve uma orientação mais firme. Tem três fatores que aumentam o risco de se tornar violento e isso é cientificamente demonstrado. O primeiro é uma primeira infância negligenciada ou abusada, aquelas crianças que apanham ou são abandonadas. Segundo, é uma adolescência sem limites e sem valores morais altruísticos. E o terceiro é a convivência com pares violentos. Se você pega a periferia brasileira há milhões de crianças que estão nesses três grupos de risco. São milhões.

Qual a relação entre a infância pobre e a violência?

DRAUZIO - Isso é um problema que vejo com muita preocupação. Não tem condição de nascer tanta criança pobre. Não tem condição! Não dá pra organizar. Dizem: "Ah, mas o Brasil é um país de políticos ladrões". É verdade, mas nem que fossem honestos. Como é que se organiza uma coisa dessas? Você vai chegando nas cidades, qual o primeiro sinal de que está perto da periferia? É casa sem reboque e criançada na rua. Meninas de 12, 13 anos grávidas, com crianças pequenas. Vão morar com os pais e vão empobrecer mais ainda os pais numa fase da vida em que já criaram os filhos e poderiam começar a se organizar mas têm que criar um neto, dois netos, três netos. Isso é rotina hoje. O número de gestações em meninas entre 10 e 14 anos quadruplicou nos últimos 10 anos. Quadruplicou!

A violência e o crime estão ligados a essa situação?

DRAUZIO - A história de todos os bandidos do Carandiru é de famílias assim. "Ah, fui criado só pela mãe. Ah, não conheci o meu pai", ou "meu pai era bêbado". Ou pai bêbado ou pai ausente. E a história da maioria deles é de família numerosa.

Família numerosa significa criança na rua?

DRAUZIO - Significa criança largada na rua. Qual o custo social disso? Aos 15 anos, a menina tem o primeiro filho, aos 17 o segundo, aos 18 o terceiro, aos 20 já tem quatro ou mais. Como você vai dar escola, merenda escolar, vai dar caderno, posto de saúde, vacinação, hospital público? E, depois, ainda construir cadeia para aqueles que não souberam se comportar? Esse é o problema básico!

Como enfrentar esse problema?

DRAUZIO - Com o planejamento familiar. Não dá pra ter criança desse jeito. Tem que ter planejamento. Por que a tua filha aprende a desvincular a vida sexual da reprodutiva e consegue passar a adolescência toda sem ter filho nenhum e a filha dos pobres não consegue? Essa é uma responsabilidade social nossa, como ensinar essas meninas e esses meninos que não podem ter filho e jogar a criança no mundo e largar para os outros criarem. Não pode, tem que ter responsabilidade. Enquanto não atacar esse tipo de problema não vai ter dinheiro para construir cadeia. Uma coisa que ninguém pensa é que o problema da cadeia não tem solução.

Por que?

DRAUZIO - No dia 24 de março, quando nós passamos o filme pro pessoal do governo, o doutor Nagashi (Furukawa), secretário (estadual de Administração Penitenciária de São Paulo), disse que do dia 1.º de janeiro até aquela data tinham sido presos quatro mil cento e poucos homens no estado de São Paulo. Agora, você imagina: se tem de ter uma cadeia para cada 500 pessoas, só para manter os presos em menos de três meses completos, seria necessário construir oito cadeias. A que custo? Quantos funcionários teriam que ser contratados? É você contratando gente pra prender gente, cada vez mais. Você tem que fazer duas dessas cadeias dessas por mês.

O investimento do Estado seria bem menor se as famílias pobres fossem cuidadas do que construindo cadeias?

DRAUZIO - É lógico. Sai muito mais em conta fazer isso. Sai muito mais em conta você pegar essas meninas adolescentes e ensiná-las, ajudá-las a não engravidar. Você oferecer uma vasectomia para esses homens que tem quatro, cinco filhos, que é uma cirurgia sem complicação nenhuma, que não deixa seqüelas de nenhum tipo. Outro dia na Penitenciária do Estado, onde atendo agora, veio um rapaz falar comigo: "Doutor, eu preciso fazer uma vasectomia, o senhor precisa me ajudar. Tenho sete filhos. Minha mulher acabou de ter mais um filho". Ele está preso há 15 anos, vai ficar outro tanto. Essas crianças estão nascendo com o pai na cadeia. E a mulher como se sustenta? O cara diz: "Minha mulher não pode trabalhar porque tem que cuidar dos filhos. A minha mãe, que ganha aposentadoria, é que dá uma força". É a pauperização da família inteira.

Em um discurso recente, na posse da diretoria da Associação Comercial de São Paulo, o presidente Lula disse que ter assistido ao "Carandiru" reforçou a idéia de que cadeia é lugar de pobre. Está correta a conclusão de Lula?

DRAUZIO - Ô se está! Corretíssima! Nunca vi rico em cadeia. Nunca vi! Nunca vi uma pessoa de classe média alta na cadeia.

Por que não tem rico na cadeia?

DRAUZIO - Primeiro, porque esses grandes criminosos, que são políticos, não vão pra cadeia. Eles contratam vários escritórios de advocacia, que começam um emaranhado legal que ninguém desata mais. E eles acabam respondendo tudo em liberdade. São condenados, mas sempre cabe um recurso e eles não são presos de jeito nenhum. E nós temos, infelizmente, uma parte razoável da nossa polícia corrupta. Eu converso muito com os presos e eles dizem: especialmente a polícia civil é corrupta, a militar eles ainda poupam. O preso suborna. Fica difícil continuar preso porque ele sempre encontra as pessoas que querem ser subornadas. E aí continua por mais tempo no mundo do crime. Outra coisa que é muito comum: eles são presos por 18 assaltos. Ele dá dinheiro pra polícia e responde por dois assaltos. É preso, mas responde só por dois assaltos. Pega três anos de cadeia. Um sexto da pena cumprida e tem direito a regime semi-aberto. E se tem dinheiro, os advogados correm em cima, vai atrás, passa lá quatro, cinco meses e está na rua.

O senhor acredita que o filme "Carandiru" pode ajudar a conscientizar sobre a solução do problema da violência?

DRAUZIO - Acho que um filme só é pouco pra isso. Mas é um passo. Isso tem que ser repetido exaustivamente. Não adianta você pegar as pessoas e trancar em cadeia. Nós fazemos assim porque não sabemos fazer de outro jeito. Nós tiramos o ladrão da rua e pomos na cadeia. A visão é simplista. No Rio, há pouco tempo, o prefeito (César Maia) disse que era preciso ter aproveitado aquela oportunidade, em Bangu 1, pra ter entrado e matado todo mundo. Depois da experiência do Carandiru repetir um absurdo desses? Mataram 111 e o que resultou isso? Diminuiu a violência por acaso? Ao contrário, depois do massacre a cadeia passou para as mãos dos ladrões. Eles é que tomaram conta de tudo.

O senhor acha que a formação dos grupos criminosos foi uma reação ao massacre do Carandiru?

DRAUZIO - Eu acho que diretamente não, mas indiretamente sim. Porque você só consegue organizar esses grupos quando os presos tomam conta da cadeia. Enquanto os funcionários estão ali, controlando a situação, eles não têm chance. Depois do massacre a cadeia caiu nas mãos dos presos.

A reação deles ao massacre foi tomar o presídio?

DRAUZIO - Não foi nada organizado. Eu tenho sérias desconfianças quanto à inteligência dos ladrões. Não foi uma reação organizada. Eles simplesmente ocuparam o espaço porque eles sabiam que aquilo não ia acontecer de novo. Aquilo gerou uma comoção social tão grande, até internacional, que ninguém ia ter coragem de mandar o Choque entrar lá de novo. Então eles tomaram conta, viraram os donos da cadeia. Cheguei a ver funcionário saindo da cadeia escoltado por ladrão. As pessoas que propõem essas soluções simplistas não têm idéia do que acontece, de quais são as conseqüências. Na hora, tudo bem, entra e mata. Mas e depois? E o dia seguinte? O dia seguinte é que é o problema.

Qual é o problema do dia seguinte?

DRAUZIO - Na droga se diz muito que não adianta pegar o vaporeiro, o sujeito que está ali vendendo a droga. Tem que pegar o chefão. Mas quando você pega o chefão e prende, e tem vários estudos mostrando isso, a violência aumenta. Esse chefão tem 35, 40 anos, é um homem que já aprendeu, já passou por todas as fases da violência. Sabe que sai mais barato resolver conflitos pela negociação. Cede um pouco aqui, ganha ali, e evita o confronto, que não é bom pra ninguém. Quando ele cai, é preso, o lugar dele vai ser disputado pelos mais jovens, que não têm a manha da negociação. E aí resolvem tudo na porrada, na facada, no tiro, matando um ao outro. Por isso a violência aumenta no universo da droga. Veja como é complexa essa situação toda. Esse é o dia seguinte que ninguém pensa.

Qual é a sua opinião sobre a pena de morte?

DRAUZIO - Sou totalmente contrário. Acho que a pena de morte funciona quando é aplicada imediatamente, para ter um efeito didático. Como seria aplicada legalmente, não pode ser imediata. Você pega e mata no mesmo dia e mostra para todo mundo que participou do crime. Legalmente não é assim. É preciso começar um processo, uma grande discussão entre advogados. Então, primeiro, é preciso ter um bom advogado para se livrar da morte, se não você está complicado. E, segundo, você vai ser executado, se condenado, anos depois do crime cometido. Que impacto educativo tem essa execução? Nenhum. Tanto que nos lugares onde há pena de morte são lugares onde a violência nunca foi afetada por isso.

Foi correta a decisão de demolir o Carandiru?

DRAUZIO - Totalmente correta. Senão, daqui a pouco ia estar cheio de presos de novo.

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