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Volta ao mundo social
Por Ricardo Miranda - Isto É    6 de maio de 2003
Uma mochila de 30 quilos nas costas, um laptop, uma filmadora e consciência
social. No país da juventude perdida em sinais de trânsito, em unidades de
menores superlotadas e nas favelas, duas jovens de 24 anos, a capixaba
Renata Brandão e a carioca Alice Freitas, decidiram botar o pé na estrada à
caça de idéias e iniciativas de combate à pobreza. Integrantes de um
programa de inclusão social criado por elas mesmas há cinco anos, o Realice
(fusão dos nomes das duas), Renata e Alice vão percorrer, a partir de
agosto, 73 países, do Quênia à Finlândia. Durante 900 dias, vão conhecer e
catalogar o que há de melhor - e de pior - em cada nação. "Queremos
descobrir projetos de sucesso e ver quais podem ser adaptados à realidade
brasileira", diz Renata, estudante de jornalismo e praticante de ioga e
trekking. Ela anda afiando o inglês, o alemão e o francês. "Todas essas
idéias servirão como um cardápio para empresas e pessoas que queiram
investir no social", explica Alice, estudante de direito e relações
internacionais, que adora jogar tênis e velejar. Ela fala inglês, espanhol
e - pasmem - tailandês. "Não somos as garotas superpoderosas do terceiro
setor. Só queremos fazer a nossa parte", diz Renata.
Com a iniciativa, querem incentivar o engajamento social dos brasileiros. Apenas 7% dos jovens no Brasil estão envolvidos com ações voluntárias, contra, por exemplo, 62% dos jovens americanos. "O único fenômeno que choca tanto quanto a pobreza é a passividade diante dela", recita Alice. Amigas há oito anos, quando se conheceram em um programa de intercâmbio - uma ia para a Alemanha e a outra para a Tailândia -, elas planejam desde 1998 essa volta ao mundo social. Já conseguiram o apoio das embaixadas brasileiras em todos esses países e mapearam ações sociais realizadas nos quatro cantos do mundo. Na volta da viagem, vão preparar um banco de dados e dividi-lo em quatro partes: projetos de geração de renda comunitária, de responsabilidade empresarial, de combate à pobreza infantil e aqueles criados e desenvolvidos por jovens. Depois de publicar livros e realizar exposições fotográficas, pretendem criar uma ONG de consultoria nesse tipo de projeto.
A empreitada custará R$ 476 mil, financiados por empresas. A viagem conta com a chancela da Fundo das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e com o apoio de instituições brasileiras e internacionais de combate à pobreza, como a Care Brasil, o Portal do Voluntário e o American Field Service (AFS), um programa de intercâmbio de jovens. Esta última irá hospedá-las em 44 casas de família nos países onde atua. Nos outros, elas ficarão hospedadas em albergues ou acampamentos.
De tudo de ruim que pode cruzar seus caminhos - perda de equipamento, assalto, xenofobia, guerras -, o maior medo, dizem elas, é do forte impacto do que vão testemunhar. "Vamos acordar na Namíbia, comer em Botsuana, dormir no Haiti e na Bósnia. É um mundo maravilhoso, mas muito pobre", antecipa Renata. Outro problema será a inevitável saudade da família, que elas só voltarão a ver em outubro de 2005. Quem fica terá de se contentar com os relatos e as imagens disponibilizadas diariamente por Renata e Alice no site www.realice.com.br. É esperar para ver.
Com a iniciativa, querem incentivar o engajamento social dos brasileiros. Apenas 7% dos jovens no Brasil estão envolvidos com ações voluntárias, contra, por exemplo, 62% dos jovens americanos. "O único fenômeno que choca tanto quanto a pobreza é a passividade diante dela", recita Alice. Amigas há oito anos, quando se conheceram em um programa de intercâmbio - uma ia para a Alemanha e a outra para a Tailândia -, elas planejam desde 1998 essa volta ao mundo social. Já conseguiram o apoio das embaixadas brasileiras em todos esses países e mapearam ações sociais realizadas nos quatro cantos do mundo. Na volta da viagem, vão preparar um banco de dados e dividi-lo em quatro partes: projetos de geração de renda comunitária, de responsabilidade empresarial, de combate à pobreza infantil e aqueles criados e desenvolvidos por jovens. Depois de publicar livros e realizar exposições fotográficas, pretendem criar uma ONG de consultoria nesse tipo de projeto.
A empreitada custará R$ 476 mil, financiados por empresas. A viagem conta com a chancela da Fundo das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e com o apoio de instituições brasileiras e internacionais de combate à pobreza, como a Care Brasil, o Portal do Voluntário e o American Field Service (AFS), um programa de intercâmbio de jovens. Esta última irá hospedá-las em 44 casas de família nos países onde atua. Nos outros, elas ficarão hospedadas em albergues ou acampamentos.
De tudo de ruim que pode cruzar seus caminhos - perda de equipamento, assalto, xenofobia, guerras -, o maior medo, dizem elas, é do forte impacto do que vão testemunhar. "Vamos acordar na Namíbia, comer em Botsuana, dormir no Haiti e na Bósnia. É um mundo maravilhoso, mas muito pobre", antecipa Renata. Outro problema será a inevitável saudade da família, que elas só voltarão a ver em outubro de 2005. Quem fica terá de se contentar com os relatos e as imagens disponibilizadas diariamente por Renata e Alice no site www.realice.com.br. É esperar para ver.