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Frio aumenta risco de pneumonia "atípica"
Por Mariana Viveiros - Folha de S. Paulo   21 de maio de 2003
O que o ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, 66, o humorista Chico
Anysio, 72, o ator Antônio Fagundes, 53, têm em comum? Todos já fizeram
parte do contingente de 2 milhões de brasileiros que, por ano, são vítimas
de algum tipo de pneumonia. A chegada das estações mais frias (outono e
inverno) aumenta ainda mais o risco de contrair a doença, especialmente as
chamadas pneumonias "atípicas", que não são causadas por bactérias (das
quais a mais conhecida é o pneumococo), mas por vírus e outros
microorganismos que se propagam pelo ar e encontram em lugares fechados e
pouco ventilados um ambiente bastante propício para sua disseminação.
Embora não apresentem disparidades em relação à forma de se manifestar nem
à capacidade de causar danos à saúde, as pneumonias bacteriana e
"atípicas" têm uma diferença básica. Enquanto a primeira é combatida por
antibióticos, a segunda só pode ser curada pelo tempo, afinal não há
remédios que matem os vírus. Nesse caso, resta direcionar os cuidados
médicos para o estado geral do paciente -o que pode ser um perigo extra
para quem pertence ao grupo de risco das pneumonias: idosos, portadores de
doenças crônicas e pessoas que têm o sistema de defesa comprometido por
fatores como Aids ou uso de certos medicamentos. Pneumologistas ouvidos
pela Folha afirmam que a temperatura é um dos fatores determinantes nos
surtos de pneumonia. "No inverno, é mais comum contrair gripes, que podem
evoluir para pneumonias, e é mais comum haver aglomerações. O frio também
influi, mas isso é algo que a medicina constatou e não sabe explicar", diz
o presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT),
Carlos Alberto de Castro Pereira. "Além do ar frio, que irrita mais as
vias respiratórias, no inverno as condições atmosféricas costumam não ser
favoráveis à dispersão de poluentes e, portanto, dos microorganismos que
estão no ar", afirma o pneumologista Carlos Carvalho, supervisor do
serviço de pneumologia do Hospital das Clínicas de São Paulo. Embora possa
se agravar e até levar à morte, a pneumonia é uma doença oportunista, que
só surge e só se complica se as defesas do corpo estiverem abaladas,
explica o coordenador do pronto atendimento em pneumologia da Unifesp
(Universidade Federal de São Paulo), Clystenes Soares Silva. A bacteriana
não é contagiosa. As bactérias estão geralmente no próprio organismo (na
garganta, por exemplo), se desprendem e são aspiradas para os pulmões-
fenômeno que ocorre com 45% das pessoas e pode acontecer durante um sono
pesado, quando os reflexos do organismo estão menos alertas. Nas
"atípicas", os agentes estão no ar e são inalados, indo também para o
pulmão. As mortes não chegam a 5% dos casos e se concentram no grupo de
risco. No Brasil, o índice de mortalidade foi de 3,7% em 2000.
Vacina
A grande arma na prevenção contra as pneumonias é a vacinação contra a própria doença e contra a gripe. Elas respondem pela redução de até 65% na incidência da doença, diz Pereira. É à vacinação que a Funasa (Fundação Nacional da Saúde) atribui a estabilização no número de mortes e a queda das internações por pneumonia no país. Segundo o órgão, o momento ideal para tomar as vacinas é agora porque, quando o inverno chegar, a proteção já estará garantida. A vacinação de idosos contra gripe vai até o dia 30. Já a vacina contra pneumonia (do tipo bacteriana) pode ser tomada em postos de saúde. Os portadores de doenças crônicas e que tenham alterações no sistema imunológico devem procurar o Crie (Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais), cujos endereços estão no www.funasa.gov.br/imu/ cries.htm. (MARIANA VIVEIROS) Folha de S.Paulo 13 de abril
Vacina
A grande arma na prevenção contra as pneumonias é a vacinação contra a própria doença e contra a gripe. Elas respondem pela redução de até 65% na incidência da doença, diz Pereira. É à vacinação que a Funasa (Fundação Nacional da Saúde) atribui a estabilização no número de mortes e a queda das internações por pneumonia no país. Segundo o órgão, o momento ideal para tomar as vacinas é agora porque, quando o inverno chegar, a proteção já estará garantida. A vacinação de idosos contra gripe vai até o dia 30. Já a vacina contra pneumonia (do tipo bacteriana) pode ser tomada em postos de saúde. Os portadores de doenças crônicas e que tenham alterações no sistema imunológico devem procurar o Crie (Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais), cujos endereços estão no www.funasa.gov.br/imu/ cries.htm. (MARIANA VIVEIROS) Folha de S.Paulo 13 de abril