Notícias
O empreendedor cívico em ação
Por João de Paula Monteiro / DIÁRIO DO COMÉRCIO   23 de julho de 2003
É a cidadania, entendida
como expressão dos direitos
e deveres das pessoas
que constituem uma comunidade,
o ponto de partida do
empreendedor cívico na busca
de concretização dos seus
sonhos de desenvolvimento.
É nessa ótica que ele aborda
as questões sociais, econômicas,
políticas, culturais e ambientais
de sua comunidade.
Entendendo que todos os cidadãos
devem ser beneficiários
e agentes do desenvolvimento,
está sempre procurando
articulá-los, dinamizando organizações
existentes ou criando novas.
Tendo como campo preferencial de atuação as interseções entre áreas, o empreendedor cívico estimula o surgimento de instâncias de cooperação tais como Agências de Desenvolvimento, Conselhos, Câmaras, Consórcios, Fóruns, Grupos de Impulsão, Pactos etc.
A comunidade onde atua o empreendedor cívico pode ser um distrito, um bairro, um município, uma microrregião, um Estado. Qualquer que seja a dimensão do terreno de sua ação, ele busca incessantemente identificar os agentes que possam contribuir para o desenvolvimento daquela coletividade. Sem discriminar ninguém, pois seu princípio é o da máxima inclusão, vai aglutinando pessoas, movimentos e organizações em torno de objetivos convergentes. Para isso, desmancha preconceitos, apara arestas, reduz desconfianças. Sua crença é a de que, em ambientes propícios e em condições adequadas, a comunicação direta e franca diminui adversarismos e concorrências predatórias, desvela propósitos comuns, esclarece diferenças, aduba o solo que faz germinar confiança, gerando os novos vínculos com os quais são tecidos a rede da cooperação para o desenvolvimento.
O empreendedor cívico não esmorece diante das dificuldades. Nas condições históricas atuais, sabe-se um remador contra a corrente. Não ignora as forças adversas das tendências anti-sociais. Percebe as manifestações de individualismo, grupismo e hegemonismo. Mas, por conhecer a dinâmica que as gera, sabe que elas não são eternas. Portanto não desanima. Antes, busca formas de enfrentá- las adequadamente. O Brasil precisa de mais empreendedores cívicos – Mulheres e homens de todas as classes sociais, das mais diversas profissões e ocupações estão agindo como empreendedores cívicos em todo o País. De norte a sul, de leste a oeste do território nacional, brotam iniciativas de civismo empreendedor. Em alguns lugares são governantes que deixam de lado os ritos do poder e se investem da condição de cidadãos para conviver com outros cidadãos nas lides da cooperação entre agentes autônomos; noutros são empresários ou trabalhadores que, transcendendo seus papéis na produção, assumem as funções de articuladores comunitários e, noutros ainda, são representantes de organizações da sociedade civil que transpõem os limites de suas corporações para tratar de interesses do conjunto da sociedade. São fatos animadores mas ainda insuficientes. O Brasil precisa de mais e mais cidadãos deste tipo.
João de Paula Monteiro
É empresário cearense, presidente da Personal Consultoria e um dos idealizadores, na década de 90, do Pacto de Cooperação do Ceará - Ação de Cidadania. Durante muito tempo foi Secretário-executivo do Pacto. Autor de vários ensaios de divulgação do Pacto, escreveu também um livro (em parceria com Flávio Paiva): "Os 5 Elementos. A essência da Gestão Compartilhada no Pacto de Cooperação do Ceará", Qualitymark, Rio de Janeiro, 2001.
Tendo como campo preferencial de atuação as interseções entre áreas, o empreendedor cívico estimula o surgimento de instâncias de cooperação tais como Agências de Desenvolvimento, Conselhos, Câmaras, Consórcios, Fóruns, Grupos de Impulsão, Pactos etc.
A comunidade onde atua o empreendedor cívico pode ser um distrito, um bairro, um município, uma microrregião, um Estado. Qualquer que seja a dimensão do terreno de sua ação, ele busca incessantemente identificar os agentes que possam contribuir para o desenvolvimento daquela coletividade. Sem discriminar ninguém, pois seu princípio é o da máxima inclusão, vai aglutinando pessoas, movimentos e organizações em torno de objetivos convergentes. Para isso, desmancha preconceitos, apara arestas, reduz desconfianças. Sua crença é a de que, em ambientes propícios e em condições adequadas, a comunicação direta e franca diminui adversarismos e concorrências predatórias, desvela propósitos comuns, esclarece diferenças, aduba o solo que faz germinar confiança, gerando os novos vínculos com os quais são tecidos a rede da cooperação para o desenvolvimento.
O empreendedor cívico não esmorece diante das dificuldades. Nas condições históricas atuais, sabe-se um remador contra a corrente. Não ignora as forças adversas das tendências anti-sociais. Percebe as manifestações de individualismo, grupismo e hegemonismo. Mas, por conhecer a dinâmica que as gera, sabe que elas não são eternas. Portanto não desanima. Antes, busca formas de enfrentá- las adequadamente. O Brasil precisa de mais empreendedores cívicos – Mulheres e homens de todas as classes sociais, das mais diversas profissões e ocupações estão agindo como empreendedores cívicos em todo o País. De norte a sul, de leste a oeste do território nacional, brotam iniciativas de civismo empreendedor. Em alguns lugares são governantes que deixam de lado os ritos do poder e se investem da condição de cidadãos para conviver com outros cidadãos nas lides da cooperação entre agentes autônomos; noutros são empresários ou trabalhadores que, transcendendo seus papéis na produção, assumem as funções de articuladores comunitários e, noutros ainda, são representantes de organizações da sociedade civil que transpõem os limites de suas corporações para tratar de interesses do conjunto da sociedade. São fatos animadores mas ainda insuficientes. O Brasil precisa de mais e mais cidadãos deste tipo.
João de Paula Monteiro
É empresário cearense, presidente da Personal Consultoria e um dos idealizadores, na década de 90, do Pacto de Cooperação do Ceará - Ação de Cidadania. Durante muito tempo foi Secretário-executivo do Pacto. Autor de vários ensaios de divulgação do Pacto, escreveu também um livro (em parceria com Flávio Paiva): "Os 5 Elementos. A essência da Gestão Compartilhada no Pacto de Cooperação do Ceará", Qualitymark, Rio de Janeiro, 2001.