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Franquia social: o Terceiro Setor sendo terceirizado
Por Tsuli Narimatsu / DIÁRIO DO COMÉRCIO   23 de julho de 2003
Pequenas e médias empresas agora têm uma forma de participar sem desviar o foco de suas atividades
Cada vez mais os empresários se interessam em contribuir, de alguma forma, para reduzir o déficit social do País. Mas a dúvida que ronda a cabeça dos mais conscientes é como conciliar a necessidade de atuar na área social e obedecer aos "mandamentos da globalização" , que impõem às empresas a ordem de não desviar nem um milímetro o foco de seus negócios. Diante desse impasse surgiu no Brasil um modelo de investimento no Terceiro Setor sem similar no mundo: a franquia social.
Empresas como Papaiz (fechaduras), Kempack (antiga Kentinha), Rodrimar Transportes, Transtecnology (tecnologia), Irmãos Parasmo (autopeças) e Metagal (espelhos automotivos) optaram por aderir à franquia social da Comunidade Inamar. A ONG, que prepara educadores e ajuda na formação pedagógica de crianças de 2 a 6 anos possui 14 creches apadrinhadas por empresas em Diadema (SP).
O custo mensal de cada pequeno participante do projeto aos empresários é de R$ 250, pouco se comparado aos R$ 1.800 gastos pela Prefeitura de São Paulo. Neste preço estão incluídos o material pedagógico e o salário dos professores. A empresa cuida do espaço físico e instalações. E o pré-requisito para ser uma franqueada é atender crianças carentes selecionadas pela Inamar na comunidade ao redor da creche.
A proposta é uma alternativa eficiente de se engajar no Terceiro Setor sem desembolsar altos recursos. Marinisa Carminetti Baptista, assistente social da Comunidade Inamar, cita um exemplo: "A Papaiz mantinha uma creche própria com 20 crianças. Ao optar pela terceirização pôde atender outras 80 com praticamente os mesmos recursos".
Iniciativas como essa não param de crescer no Brasil. A Hertz Rent a Car, subsidiária da Ford Motor Company, também optou por terceirizar a área de responsabilidade social. "Nosso negócio é locar veículos e não gerenciar a área social porque não temos expertise suficiente. Então resolvemos passar a bola para quem entende e escolhemos a Parceiros da Vida", afirma Marco Aurélio Galvão, presidente da Hertz. A ONG presta consultoria e assessoria em trabalhos sociais.
A terceirização sob o formato de franquia social é uma criação genuinamente brasileira, afirma Marcelo Cherto, consultor de franchising. O caso de maior sucesso, lembra ele, é o Comitê de Democratização da Informática (CDI) que conta com nada menos que 770 franquias, 62 delas exportadas para outros países. O projeto visa a inclusão digital de comunidades carentes e aposta no empreendedorismo dos interessados. O CDI fornece os computadores, o treinamento dos monitores e acompanha a franquia ao custo médio de R$ 750 mensais, somente no primeiro ano de implementação.
"Nossa ONG não entra dentro da comunidade. Nasce lá dentro porque os moradores é que se mobilizam para conseguir um espaço e recrutar os interessados. Depois ela tem que se manter sozinha. Os custos de manutenção e salário de professores passam a ser rateados por empresas ou pessoas da comunidade", explica Ricardo Prado Schneider, coordenador do CDI-Rio.
A Fundação Iochpe também desenvolveu um modelo próprio de franquia social voltada para médias e grandes empresas. A iniciativa oferece pacotes de assistência técnica e assessoria para a instalação, em empresas, de escolas profissionalizantes para jovens de baixa renda que estudam e moram nas proximidades desses grupos empresariais.
A empresa interessada paga uma taxa, em torno de R$ 70 mil, na assinatura do contrato para montar uma turma de, no máximo, 20 alunos. Os cursos são escolhidos de acordo com o ramo de atividade de cada grupo, duram um ano e os diplomas são reconhecidos pelo MEC. O projeto conquistou empresas como a Gradiente, AGCO (fabricante de tratores) e a Arteb (indústria de lanternas e faróis para carros ).
Cada vez mais os empresários se interessam em contribuir, de alguma forma, para reduzir o déficit social do País. Mas a dúvida que ronda a cabeça dos mais conscientes é como conciliar a necessidade de atuar na área social e obedecer aos "mandamentos da globalização" , que impõem às empresas a ordem de não desviar nem um milímetro o foco de seus negócios. Diante desse impasse surgiu no Brasil um modelo de investimento no Terceiro Setor sem similar no mundo: a franquia social.
Empresas como Papaiz (fechaduras), Kempack (antiga Kentinha), Rodrimar Transportes, Transtecnology (tecnologia), Irmãos Parasmo (autopeças) e Metagal (espelhos automotivos) optaram por aderir à franquia social da Comunidade Inamar. A ONG, que prepara educadores e ajuda na formação pedagógica de crianças de 2 a 6 anos possui 14 creches apadrinhadas por empresas em Diadema (SP).
O custo mensal de cada pequeno participante do projeto aos empresários é de R$ 250, pouco se comparado aos R$ 1.800 gastos pela Prefeitura de São Paulo. Neste preço estão incluídos o material pedagógico e o salário dos professores. A empresa cuida do espaço físico e instalações. E o pré-requisito para ser uma franqueada é atender crianças carentes selecionadas pela Inamar na comunidade ao redor da creche.
A proposta é uma alternativa eficiente de se engajar no Terceiro Setor sem desembolsar altos recursos. Marinisa Carminetti Baptista, assistente social da Comunidade Inamar, cita um exemplo: "A Papaiz mantinha uma creche própria com 20 crianças. Ao optar pela terceirização pôde atender outras 80 com praticamente os mesmos recursos".
Iniciativas como essa não param de crescer no Brasil. A Hertz Rent a Car, subsidiária da Ford Motor Company, também optou por terceirizar a área de responsabilidade social. "Nosso negócio é locar veículos e não gerenciar a área social porque não temos expertise suficiente. Então resolvemos passar a bola para quem entende e escolhemos a Parceiros da Vida", afirma Marco Aurélio Galvão, presidente da Hertz. A ONG presta consultoria e assessoria em trabalhos sociais.
A terceirização sob o formato de franquia social é uma criação genuinamente brasileira, afirma Marcelo Cherto, consultor de franchising. O caso de maior sucesso, lembra ele, é o Comitê de Democratização da Informática (CDI) que conta com nada menos que 770 franquias, 62 delas exportadas para outros países. O projeto visa a inclusão digital de comunidades carentes e aposta no empreendedorismo dos interessados. O CDI fornece os computadores, o treinamento dos monitores e acompanha a franquia ao custo médio de R$ 750 mensais, somente no primeiro ano de implementação.
"Nossa ONG não entra dentro da comunidade. Nasce lá dentro porque os moradores é que se mobilizam para conseguir um espaço e recrutar os interessados. Depois ela tem que se manter sozinha. Os custos de manutenção e salário de professores passam a ser rateados por empresas ou pessoas da comunidade", explica Ricardo Prado Schneider, coordenador do CDI-Rio.
A Fundação Iochpe também desenvolveu um modelo próprio de franquia social voltada para médias e grandes empresas. A iniciativa oferece pacotes de assistência técnica e assessoria para a instalação, em empresas, de escolas profissionalizantes para jovens de baixa renda que estudam e moram nas proximidades desses grupos empresariais.
A empresa interessada paga uma taxa, em torno de R$ 70 mil, na assinatura do contrato para montar uma turma de, no máximo, 20 alunos. Os cursos são escolhidos de acordo com o ramo de atividade de cada grupo, duram um ano e os diplomas são reconhecidos pelo MEC. O projeto conquistou empresas como a Gradiente, AGCO (fabricante de tratores) e a Arteb (indústria de lanternas e faróis para carros ).