Notícias

Venda garante mais dignidade

Por (AD) / Diário do Comércio   6 de agosto de 2003
Foto de Newton Santos/ Digna Imagem Apesar do emprego em uma floricultura, Carlos Donizete vende OCAS
O ex-frentista Carlos Donizete,que há menos de um mês foi contratado como entregador de uma floricultura na Avenida Paulista,mas continua vendendo OCAS"no fim de semana,diz que OCAS"o salvou."Passei quatro meses morando embaixo do viaduto e tentei me matar". Antes,Carlos ganhava cerca de R$240 com a revista e morava em albergue.Agora,fatura R$540 e alugou um quarto. Vai publicar um livro –"Até que a morte nos una para sempre"–sobre sua vida nas ruas. "Vender a OCAS"é muito mais digno do que pegar comida em boca de ramo,que é humilhante",acredita Zeca,como é conhecido José Fernandes Júnior,que vende a revista no Pátio do Colégio,no centro da cidade,há mais de um mês. Com o dinheiro da OCAS", Zeca compra o básico para sobreviver."Almoço no Bom Prato,compro produtos de higiene pessoal e,de vez em quando,uma cervejinha.Porque não sou de ferro",diz. Ele conheceu o trabalho no albergue em que está dormindo."Está difícil arranjar em prego principalmente por eu estar sem registro na carteira há sete anos",diz.Mas Zeca, que já trabalhou de operador de caixa,tem esperança e vai fazendo cursos.Ele não tem experiência com vendas,mas recebe apoio da ONG para melhorar seu desempenho."É difícil fazer as pessoas pararem para ouvir.Algumas nem respondem",diz.Zeca trabalha das 11h às 16h durante a semana e quer fixar o ponto. Nos finais de semana deste mês,a idéia é vender a OCAS" na Festa da Achiropita.

Comentários dos Leitores