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Multis cultivam os ambientalistas do futuro

Por Por Dora Carvalho / Diário do Comércio   22 de agosto de 2003
Foto de Marcos Fernandes/Digna Imagem Na Philips, funcionários como Osvaldo e Sofia são voluntários
É de pequeno que se aprende. O antigo ditado popular é levado ao pé da letra por duas gigantes multinacionais, a Du- Pont e a Philips. É por meio da educação ambiental que estudantes de 7 a 10 anos da rede pública de ensino estão aprendendo a importância de preservar a natureza. Voluntários dessas empresas dedicam pelo menos um dia de trabalho por mês para trocar experiências com crianças da comunidade em que as fábricas ou escritórios estão instalados.

Material pedagógico colorido, feito de papel reciclável, lápis de cor, máscaras de bichos, revistinhas e experiências científicas são levadas para o cotidiano escolar dos alunos. Na capital paulista, funcionários da Philips dão apoio pedagógico a crianças de 1ª a 4ª série do ensino fundamental das escolas da periferia de São Paulo. Perto de mil funcionários estão envolvidos nos projetos de responsabilidade social da Philips.

A empresa atua em três frentes: o projeto Aprendendo com a Natureza, o Doe Vida –voltada à prevenção de DST/Aids– e outro de reforço em português e matemática.

Mas é o Aprendendo com a Natureza que deve render mais frutos nos próximos meses.

Todos os estudantes envolvidos irão ajudar na elaboração de um dicionário informal da biodiversidade brasileira.

"É um dicionário bastante simples e as definições dos termos serão feitas de acordo com a visão da criança. O material deverá ter a participação de pelo menos três mil alunos", diz a gerente geral de responsabilidade social da América Latina da Philips, Flávia Moraes.

Professores por acaso - A empresa investe por ano cerca de R$ 3 milhões em projetos de responsabilidade social. Para ser um voluntário, é preciso que os funcionários passem por um intenso trabalho de preparação e vivam um pouco do dia-a-dia de professores de educação infantil.

Eles aprendem como aplicar as atividades propostas, de acordo com a faixa de idade dos alunos. As aulas oferecidas pelos voluntários da Philips são sempre ligadas aos mais variados temas da fauna e da flora brasileira, com materiais lúdicos e coloridos.

Na escola João de Souza Ferraz, no bairro da Pedreira, região próxima à represa Billings, os alunos contam com um material composto por giz de cera, caderno de desenho e até uma máquina fotográfica descartável.

Depois que um tema é estudado, as crianças realizam o chamado estudo do meio. Tiram fotos, fazem desenhos, relatórios e enviam para a Philips.

Os professores também recebem material para as aulas, que consiste em livros de apoio às atividades e cartazes para a sala de aula.

Experiência científica - Há quatro anos, um grupo de funcionários da Divisão Agrícola da DuPont decidiu dar apoio ao pequeno Coral Lírios do Campo, composto por alunos da escola municipal Carlos Tancler, de Indaiatuba.

A iniciativa começou a crescer tanto que a direção da Du- Pont decidiu se integrar às comunidades locais e acabou desenvolvendo o projeto Cultivando Cidadãos.

Hoje, o trabalho social inclui o incentivo ao ensino de ciências em escolas públicas e comporta ainda a concessão de micro- créditos a pequenos produtores rurais.

Com o apoio da ONG Visão Mundial, especialistas elaboraram apostilas com atividades para o ensino da importância do ar, solo e água. Acordos foram assinados com várias secretarias municipais de Educação para viabilizar o treinamento de professores.

Um kit, composto por cartilha, três cadernos sobre o ar, a água e a terra, além de um CD, foi distribuído para todos os professores.

"Os temas tratam justamente o conteúdo que seria desenvolvido com as crianças só que, desta vez, de forma muito mais divertida e dinâmica", explica o vice-presidente de produtos agrícolas para a América do Sul e responsável pelos projetos de responsabilidade social da Du- Pont, Ricardo Vellutini.

Todo o trabalho deverá apresentar os primeiros resultados no fim deste ano. Após despertar o interesse das crianças por ciências, a empresa quer estimulá-las a participar de uma grande Feira de Ciência, envolvendo várias escolas.

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