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Os pescadores de sonhos
Por InterCidadania   29 de outubro de 2003
Transformando lixo em arte e protesto, o Movimento Recapibaribe combate a
poluição de um dos rios mais célebres da capital pernambucana
Clayton Urbano
Garrafas, lâmpadas, latas, embalagens e até fogões e televisores que não servem mais. É com estes objetos e muitos outros que os integrantes do Movimento Recapibaribe fazem obras de arte.
Mas elas não são confeccionadas com qualquer lixo, e sim com aqueles retirados das margens do rio Capibaribe situadas nas comunidades de Cabocó e Vila Esperança, em Recife. As obras são também manifestos contra a poluição do rio, um dos mais importantes da capital pernambucana. O Recapibaribe pretende, assim, chamar a atenção das autoridades e da população para que se crie uma consciência de que é preciso preservar a natureza urbana.
"Os governantes, que deveriam estar mais atentos à questão, esquecem de olhar para o rio. É até irônico, mas tanto o Palácio do Campo das Princesas como o prédio da Prefeitura Municipal estão posicionados de costas para o Capibaribe", lamenta Maria do Socorro Catanhêde, fundadora e coordenadora do movimento.
Com sete anos de existência, o Recapibaribe organiza alguns programas sociais e ecológicos. Um deles é o de reciclagem voltado para os jovens. Nele, são ensinadas técnicas de reaproveitamento dos materiais e de criação de objetos.
Maria do Socorro e o marido, André Catanhêde, têm um bar na comunidade onde vivem. No Capibar, estão expostas as obras de arte feitas com o lixo retirado do rio. Segundo ela, a comunidade já chegou a retirar mais de 30 toneladas de lixo do Capibaribe. Todo o trabalho é feito com o apoio de voluntários. A maior parte deles é formada por jovens e crianças. E, embora o clima de brincadeira predomine, eles levam a atividade muito a sério.
"Ajudamos porque queremos ver o rio mais limpo. Sonhamos com o dia em que tomaremos banho em águas cristalinas", fantasia o garoto Thiago Oliveira, 9 anos, da comunidade vizinha chamada Vila Esperança. O grupo tem ainda planos para o futuro. O mais importante deles é deflagrar uma campanha perante os órgãos públicos e Universidades para que sejam desenvolvidos projetos que busquem resolver o problema da poluição rio Capibaribe. "Não é fácil, mas vamos tentar fazer com que essas instituições nos ajudem. Pois, sem uma orientação mais profissional não conseguiremos nunca ver o rio totalmente limpo", diz André Catanhêde.
Clayton Urbano
Garrafas, lâmpadas, latas, embalagens e até fogões e televisores que não servem mais. É com estes objetos e muitos outros que os integrantes do Movimento Recapibaribe fazem obras de arte.
Mas elas não são confeccionadas com qualquer lixo, e sim com aqueles retirados das margens do rio Capibaribe situadas nas comunidades de Cabocó e Vila Esperança, em Recife. As obras são também manifestos contra a poluição do rio, um dos mais importantes da capital pernambucana. O Recapibaribe pretende, assim, chamar a atenção das autoridades e da população para que se crie uma consciência de que é preciso preservar a natureza urbana.
"Os governantes, que deveriam estar mais atentos à questão, esquecem de olhar para o rio. É até irônico, mas tanto o Palácio do Campo das Princesas como o prédio da Prefeitura Municipal estão posicionados de costas para o Capibaribe", lamenta Maria do Socorro Catanhêde, fundadora e coordenadora do movimento.
Com sete anos de existência, o Recapibaribe organiza alguns programas sociais e ecológicos. Um deles é o de reciclagem voltado para os jovens. Nele, são ensinadas técnicas de reaproveitamento dos materiais e de criação de objetos.
Maria do Socorro e o marido, André Catanhêde, têm um bar na comunidade onde vivem. No Capibar, estão expostas as obras de arte feitas com o lixo retirado do rio. Segundo ela, a comunidade já chegou a retirar mais de 30 toneladas de lixo do Capibaribe. Todo o trabalho é feito com o apoio de voluntários. A maior parte deles é formada por jovens e crianças. E, embora o clima de brincadeira predomine, eles levam a atividade muito a sério.
"Ajudamos porque queremos ver o rio mais limpo. Sonhamos com o dia em que tomaremos banho em águas cristalinas", fantasia o garoto Thiago Oliveira, 9 anos, da comunidade vizinha chamada Vila Esperança. O grupo tem ainda planos para o futuro. O mais importante deles é deflagrar uma campanha perante os órgãos públicos e Universidades para que sejam desenvolvidos projetos que busquem resolver o problema da poluição rio Capibaribe. "Não é fácil, mas vamos tentar fazer com que essas instituições nos ajudem. Pois, sem uma orientação mais profissional não conseguiremos nunca ver o rio totalmente limpo", diz André Catanhêde.