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Neste Natal, invista em brindes solidários
Por Camila Doretto / Diário do Comércio   29 de outubro de 2003
Além de ajudar comunidades de artesãos, a empresa fortalece sua imagem
O final do ano já está aí. Época de presentes, lembrancinhas e para as empresas, hora de se preocupar com os brindes. Uma forte tendência é a adesão aos chamados brindes solidários, um ponto a mais para a imagem de quem presenteia com preocupação social.
O comprador engajado beneficia cooperativas e associações de comunidades à margem do grande mercado, que buscam alternativas de geração de renda.
Através de um conceito chamado Comércio Justo, uma forma de humanizar a cadeia produtiva, grupos comunitários aprendem a ter a visão comercial e ficam mais próximos de quem consome seus produtos.
De acordo com esse conceito, o ganho muitas vezes abusivo do intermediário, loja ou distribuidor, é eliminado e quem fica com a maior parte é o produtor.
Outras determinações do Comércio Justo são a proibição do trabalho infantil, a preocupação com a reciclagem dos materiais, tanto pelo baixo custo como pela preocupação da preservação ambiental.
Essa alternativa comercial surgiu na Europa, nos anos 60, por iniciativa de organizações não-governamentais preocupadas com a diminuição da pobreza nos países subdesenvolvidos.
Hoje, existem 2.500 lojas de Comércio Justo no mundo, que vendem produtos artesanais e agrícolas de comunidades da Ásia, África e América Latina.
Mundaréu
No Brasil, em 2001, a Associação Mundaréu foi criada com o objetivo de auxiliar o desenvolvimento sustentável de comunidades, promover a capacitação de artesãos e ajudar na criação e venda dos produtos.
Os benefícios da Associação chegam a 37 grupos de artesãos em 13 estados diferentes. No ano passado, a Mundaréu fundou a primeira loja de Comércio Justo do Brasil.
A loja é responsável pela venda de artesanato confeccionado por comunidades de todo País. Metade do valor arrecadado com cada peça é repassada ao artesão, 20% corresponde aos custos operacionais e 30% o Fundo de Apoio à Produção, que é reinvestido nos grupos.
Na cidade de São Paulo, além da venda, a criação das peças é acompanhada pela equipe da Mundaréu. O projeto tem o patrocínio da Fundação Telefônica.
"Pessoas não têm só produtos, mas habilidades", diz Lizete Prata, presidente e uma das fundadoras da Associação Mundaréu.
"Eu já tinha muito interesse pela produção artesanal, mas via que a maioria não era comercializada porque não havia uma visão de mercado. Nós começamos então a questionar como vencer esse comércio tido como especulatório, mas respeitando o trabalho e valorizando a cultura local", completa Lizete.
O desejo de acabar com o anonimato de produções artesanais no Brasil pôde ser aprimorado a partir do contato na Europa com ONGs que se articulavam no movimento internacional de Comércio Justo (fair trade). O anseio comum era encontrar um caminho justo e gerador de renda para a arte popular.
Apesar do fair trade ser uma proposta para as trocas comerciais internacionais, Lizete trouxe o conhecimento para ser aplicado no mercado interno.
Empresas
A Associação Mundaréu também adotou como estratégia a produção de brindes para empresas, o que fortalece a imagem da instituição tanto perante os funcionários quanto no mercado, ganhando a simpatia do consumidor.
A iniciativa tem auxiliado no aumento da renda de muitas comunidades. Hoje, 1.100 pessoas são beneficiadas diretamente.
Na zona leste de São Paulo, por exemplo, a Cooperativa Tabor, que ensina crianças a fazer peças de artesanato com madeira (marchetaria), a renda mensal aumentou 340% em seis meses. Foi de R$50,00 para R$220,00.
A Mundaréu contabilizou no ano passado que a comercialização de brindes para empresas foi responsável por 74% das vendas no atacado, representando quase seis mil peças para oito diferentes empresas.
Serviço:
Centro Social Brooklin Paulista
Rua Viaza, 50
Tel. 5531-8549
e-mail: centro_social@uol.com.br
Loja Mundaréu
Rua Mourato Coelho, 988 / Vila Madalena
Tel. 3032-4648
O final do ano já está aí. Época de presentes, lembrancinhas e para as empresas, hora de se preocupar com os brindes. Uma forte tendência é a adesão aos chamados brindes solidários, um ponto a mais para a imagem de quem presenteia com preocupação social.
O comprador engajado beneficia cooperativas e associações de comunidades à margem do grande mercado, que buscam alternativas de geração de renda.
Através de um conceito chamado Comércio Justo, uma forma de humanizar a cadeia produtiva, grupos comunitários aprendem a ter a visão comercial e ficam mais próximos de quem consome seus produtos.
De acordo com esse conceito, o ganho muitas vezes abusivo do intermediário, loja ou distribuidor, é eliminado e quem fica com a maior parte é o produtor.
Outras determinações do Comércio Justo são a proibição do trabalho infantil, a preocupação com a reciclagem dos materiais, tanto pelo baixo custo como pela preocupação da preservação ambiental.
Essa alternativa comercial surgiu na Europa, nos anos 60, por iniciativa de organizações não-governamentais preocupadas com a diminuição da pobreza nos países subdesenvolvidos.
Hoje, existem 2.500 lojas de Comércio Justo no mundo, que vendem produtos artesanais e agrícolas de comunidades da Ásia, África e América Latina.
Mundaréu
No Brasil, em 2001, a Associação Mundaréu foi criada com o objetivo de auxiliar o desenvolvimento sustentável de comunidades, promover a capacitação de artesãos e ajudar na criação e venda dos produtos.
Os benefícios da Associação chegam a 37 grupos de artesãos em 13 estados diferentes. No ano passado, a Mundaréu fundou a primeira loja de Comércio Justo do Brasil.
A loja é responsável pela venda de artesanato confeccionado por comunidades de todo País. Metade do valor arrecadado com cada peça é repassada ao artesão, 20% corresponde aos custos operacionais e 30% o Fundo de Apoio à Produção, que é reinvestido nos grupos.
Na cidade de São Paulo, além da venda, a criação das peças é acompanhada pela equipe da Mundaréu. O projeto tem o patrocínio da Fundação Telefônica.
"Pessoas não têm só produtos, mas habilidades", diz Lizete Prata, presidente e uma das fundadoras da Associação Mundaréu.
"Eu já tinha muito interesse pela produção artesanal, mas via que a maioria não era comercializada porque não havia uma visão de mercado. Nós começamos então a questionar como vencer esse comércio tido como especulatório, mas respeitando o trabalho e valorizando a cultura local", completa Lizete.
O desejo de acabar com o anonimato de produções artesanais no Brasil pôde ser aprimorado a partir do contato na Europa com ONGs que se articulavam no movimento internacional de Comércio Justo (fair trade). O anseio comum era encontrar um caminho justo e gerador de renda para a arte popular.
Apesar do fair trade ser uma proposta para as trocas comerciais internacionais, Lizete trouxe o conhecimento para ser aplicado no mercado interno.
Empresas
A Associação Mundaréu também adotou como estratégia a produção de brindes para empresas, o que fortalece a imagem da instituição tanto perante os funcionários quanto no mercado, ganhando a simpatia do consumidor.
A iniciativa tem auxiliado no aumento da renda de muitas comunidades. Hoje, 1.100 pessoas são beneficiadas diretamente.
Na zona leste de São Paulo, por exemplo, a Cooperativa Tabor, que ensina crianças a fazer peças de artesanato com madeira (marchetaria), a renda mensal aumentou 340% em seis meses. Foi de R$50,00 para R$220,00.
A Mundaréu contabilizou no ano passado que a comercialização de brindes para empresas foi responsável por 74% das vendas no atacado, representando quase seis mil peças para oito diferentes empresas.
Serviço:
Centro Social Brooklin Paulista
Rua Viaza, 50
Tel. 5531-8549
e-mail: centro_social@uol.com.br
Loja Mundaréu
Rua Mourato Coelho, 988 / Vila Madalena
Tel. 3032-4648