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Homem da Praça: ajudando mais que um morador de rua

Por Paula Cunha - Diário do Comércio   6 de novembro de 2003
Foto de Clóvis Ferreira/Digna Imagem Distribuição de cestas básicas
Para atender tantas pessoas (capa), o Homem da Praça distribui senhas para doar as 200 cestas básicas (a esq.) e utensílios

"Pense globalmente e atue localmente". A frase dita por John Lennon no início da década de 70 encaixa-se perfeitamente na política adotada pela sinagoga paulistana Beit Menachem, ao iniciar há dois meses a distribuição de cerca de 200 cestas básicas à comunidade carente da vizinhança do bairro onde está localizada, o Alto de Pinheiros. Ontem, houve mais uma distribuição, que contou com a ajuda de senhas para que aqueles que não puderam ser atendidos consigam no próximo evento.

O rabino Abrahão Zajac explica que o movimento nasceu quando Raimundo Sobrinho, que morou na praça Ernani Braga, localizada próxima à sinagoga, tornou-se o catalizador do movimento. O processo, que começou ajudando apenas esse morador de ruas, expandiu-se e virou o projeto Homem da Praça.

Foi Sobrinho, segundo o rabino, que ao ser convidado a participar do programa de distribuição das cestas, passou a divulgar o evento para as pessoas de comunidades necessitadas da região.

Atualmente, o movimento distribui 200 cestas por semana, com a colaboração de diversas empresas como Casas Bahia e Vicunha, entre outras. Além disso, mais de mil contribuidores individuais doam alimentos para compor as cestas. São pessoas que freqüentam a sinagoga e seus amigos.

Divulgação – Para conquistar mais voluntários e aumentar o número de cestas, Zajac explica que as atividades de distribuição estão sendo divulgadas através de e-mail entre a comunidade que freqüenta a sinagoga. Ele espera que estes últimos façam circular a mensagem entre seus amigos e familiares para que o movimento se expanda.

"Somos uma grande comunidade e estamos nos reunindo a cada semana para discutir meios de ampliar a distribuição. Se cada entidade ou pessoa doar dentro de seu próprio bairro ou região em que vive, menos gente passará fome", afirma o rabino. Ele acrescenta que a prática se encaixa nos preceitos judaicos, que estimulam as pessoas para realizarem ações deste tipo.

Resultados – De acordo com as informações fornecidas pelo rabino Zajac, além do auxílio fornecidos às pessoas necessitadas da comunidade, os efeitos da campanha sobre o seu inspirador foram muito positivos. Ele explica que depois que Raimundo Sobrinho começou a participar mais ativamente da campanha ele passou a se sentir mais digno e adquiriu a consciência de que tem uma função social.

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