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No terreno ocupado pelo mosteiro viveu o cacique Tibiriçá

Por Teresinha Matos / Diário do Comércio   10 de dezembro de 2003
Foto de Reprodução Foto tirada em 1862, desde as margens do rio Tamanduateí, pelo célebre fotógrafo Militão Azevedo, já mostrava o prédio original do mosteiro (acima)
A história do Colégio São Bento está intimamente ligada ao Mosteiro de São Bento, marco histórico da cidade. Os monges beneditinos chegam a São Paulo em 1598 e frei Mauro Teixeira ergue uma ermida. O primeiro mosteiro nada mais era do que um barracão.

As primeiras terras – que ficavam no local mais ilustre da vila, depois do Colégio da Companhia de Jesus – foram doadas à ordem dos beneditinos pela Câmara Municipal, em 1600. Segundo dom Hildebrando, no local ficava a antiga taba do cacique Tibiriçá, responsável pela aproximação dos portugueses com os índios. Isso permitiu o crescimento da cidade, salvando-a da agressão dos índios tamoios, relata o historiador Affonso Taunay.

Fernão Dias – A primeira abadia teve suas obras concluídas em 1634 e a capela era dedicada a São Bento. Algum tempo depois Nossa Senhora do Monte Serrat se tornou patrona da capela, a pedido do governador da Capitania de São Vicente, D. Francisco de Sousa. Em 1720, passou a se chamar Nossa de Assunção, título que ainda conserva.

O bandeirante Fernão Dias Paes construiu a terceira capela e se tornou benemérito maior dos mosteiro. Em troca um pedido: que seus restos mortais fossem enterrados ali. Lá estão seus restos mortais e os de sua esposa.

No século XIX, o mosteiro viveu uma situação de decadência. Na primeira metade daquele século, o governo brasileiro ordenou o fechamento do noviciado de todas as ordens religiosas. O mosteiro contruído por Fernão Dias estava prestes a se tornar um prédio municipal ou um pensionato para meninas.

O novo abade dom Miguel Krause restaura a abadia de Nossa Senhora da Assunção. O antigo mosteiro no estilo colonial português, bastante parecido com o do Pátio do Colégio, é derrubado e, em 1910, surge um novo edifício. Um prédio em estilo neo-gótico dá lugar à antiga construção colonial. "Os relatos dão conta de que o mosteiro estava tomado pelos cupins", diz dom Hildebrando.

Hoje o Mosteiro de São Bento é um das atrações turísticas mais apreciadas do centro histórico da cidade. A Igreja tem missa diária com canto gregoriano. E guarda obras de arte, como o ícone russo de Nossa Senhora de Kasperovo, com o manto adornado por pérolas, rubis e lápis-lazúli. Outras preciosidades são as imagens de Nossa Senhora de origem portuguesa e as de São Bento e Santa Escolástica.

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