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Mais da metade das crianças da AL são pobres

Por Hoje em Dia    26 de outubro de 2001
LIMA - Mais da metade das crianças e adolescentes da América Latina e do Caribe são pobres, e de 1990 a 1999 o total de menores de 20 anos que vivia na pobreza subiu de 110 milhões para 114 milhões, segundo informe da Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (CEPAL) e a UNICEF.

O relatório denominado 'Construir a Eqüidade desde a Infância e a Adolescência na América Latina' também revela que o número de meninas e meninos menores de seis anos - os mais vulneráveis - somam cerca de 36 milhões em 19 países latino-americanos, que foram incluídos na pesquisa. O informe destaca que se durante a última década foram registrados avanços importantes em relação ao cumprimento dos direitos das crianças, a situação da infância e da adolescência ainda é crítica.

Daí a importância, segundo o informe, da III Conferência Ibero-Americana de ministros vinculados com a problemática infantil, a realizar-se em Lima nos dias 29 e 30, que deverá avaliar tecnicamente o 'Plano de Ação: Novos desafios para melhorar a qualidade de vida de meninas, meninos e adolescentes ibero-americanos'.

'A fome no mundo não foi derrotada', afirmou ontem o diretor-geral da agência das Nações Unidas para a alimentação e agricultura (FAO), Jacques Diouf, durante um seminário realizado em Roma. Um informe apresentado ao término do encontro afirma que 800 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem fome e desnutrição, 170 milhões de crianças apresentam peso abaixo da média, 208 milhões padecem de problemas de crescimento e 49 milhões têm grave déficit alimentar.

O seminário 'O direito à alimentação na era da globalização' foi organizado pela FAO em ocasião da Jornada Mundial da Alimentação/2001. Durante o encontro, Diouf sublinhou que a escassa alimentação acentua o perigo de doenças e infecções.

A fome ameaça milhões de pessoas no Afeganistão, enquanto que uma diminuição na produção de alimentos devido à seca em países vizinhos tornará a vida dos refugiados mais difícil. Segundo a FAO, o Paquistão e o Irã, que receberam milhões de refugiados afegãos em conflitos passados, possuem recursos insuficientes para um novo grande influxo, que poderá ser gerado com a ofensiva militar liderada pelos EUA no Afeganistão.

No Paquistão, que já hospeda cerca de 2 milhões de afegãos de guerras prévias, a safra agrícola deste ano está estimada em 18,7 milhões de toneladas, em comparação com os 21 milhões do ano anterior. No Irã, segundo a FAO, cerca de 90% da população já está sofrendo as conseqüências de uma severa seca.

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