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Sustentabilidade é um grande o desafio para ONGs

Por Cidadania-e   13 de janeiro de 2004
As instituições sociais e ambientais estão inseridas no mesmo contexto econômico que as empresas com fins lucrativos. A forma de arrecadação ou geração de recursos financeiros necessários para as atividades, muitas vezes, segue a lógica do mercado. Os investidores buscam instituições que conseguem atingir seus objetivos, que cumprem prazos e abrem novas oportunidades de atuação. Assim, a crescente competitividade e a escassez de recursos faz com que algumas instituições já pensem em meios alternativos de geração de renda. Para isso, é preciso muita articulação e criatividade.

As idéias vão desde a venda de produtos que são usados nas atividades sociais, como livros didáticos e artesanato, até a produção e comercialização de produtos com mercado promissor.

A Associação Difusora de Treinamentos e Projetos Pedagógicos (Aditepp), ONG que desenvolve ações de educação de adultos e formação de educadores e lideranças que atuam no meio popular, em Curitiba (PR) e região metropolitana, sempre contou com apoio de organismos internacionais. Mas os coordenadores da ONG têm um novo desafio.

Boas idéias e geração de renda

Paulo Simião, fundador da Aditepp e diretor administrativo e financeiro, conta que a necessidade de gerar renda surgiu porque as agências financiadoras internacionais estão deixando de investir no sul do Brasil. "Uma delas que está conosco desde 1976, a Novid, da Holanda, só renovou o contrato até 2006", conta Simião. Diante disso, a equipe da Aditepp decidiu buscar uma forma independente de sustentabilidade.

"A opção surgiu da necessidade da própria ONG. Estávamos procurando um material barato, simples e que ao mesmo tempo estimulasse a reflexão para ser usado nas nossas atividades educativas. Tínhamos um amigo em comum com o inventor alemão Artur Fischer e perguntamos se ele não poderia pensar em algo assim. Coincidiu que Fisher já estava desenvolvendo o produto que chamamos de Tip-Tepp aqui no Brasil. Começamos a usá-lo como material educativo e depois pensamos na oportunidade de comercializar, para gerar renda para a Instituição", continua Simião.

Artur Fischer é um dos maiores inventores contemporâneos. O brinquedo Tip-Tepp é a sua mais recente criação, cujo direito de comercialização no Brasil é exclusividade da Aditepp. O Tip-Tepp é biodegradável, leve e não tóxico. Com ele é possível construir cenários, brinquedos, personagens, letras, números, etc.

Os principais públicos consumidores são as instituições de ensino, o varejo e outros projetos de responsabilidade social. Atualmente, o Tip-Tepp já é utilizado por 36 instituições educacionais. A professora Silvana Zille, analista de sistemas pedagógicos e responsável pela oficina de robótica do Colégio Expoente, usa o Tip-Tepp nas aulas com estudantes de 5ª a 8ª séries. "O Tip Tepp é usado nas aulas iniciais, por ser um material leve e fácil de manipular. Ele é ideal para construir robôs, maquetes e protótipos", explica Silvana.

"Muitas ONGs surgem pela oportunidade de uma ajuda financeira de grandes instituições. Mas isso muda com o tempo. A idéia de investir em auto-sustentabilidade em vez de buscar parceiros locais, vem para preservar o caráter independente em relação aos governos e as empresas privadas. Esperamos que até 2005 a venda dos produtos dê sustentabilidade para a Aditepp.", conclui Simião.

Contato: Aditepp - Associação Difusora de Treinamentos e Projetos Pedagógicos

Telefone: (41) 225-2514 / 223 3260

Sites: www.aditepp.org.br e www.tiptepp.com.br

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