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Um software para deficientes físicos

Por Paula Cunha / Diário do Comércio   13 de janeiro de 2004
O processo de inclusão de deficientes físicos também está chegando ao mundo da informática. Os estudantes do Centro Universitário da Fundação Educacional Inaciana (FEI) criaram um sistema que possibilita o uso de computadores para usuários com dificuldades de visão e audição.

O sistema, que foi apresentado na semana passada na Consumer Communications and Networking Conference (CCNC), evento paralelo ao Consumer Electronic Show, é composto de hardware e software. Batizado ACDS, ele pode ser instalado em computadores ligados em rede, o que amplia a possibilidade de atender deficientes de baixa renda.

Um dos formandos do curso de Ciência da Computação, Claudio Rodrigo da Silva, informa que o projeto começou a ser desenvolvido em abril do ano passado e que o sistema segue os padrões do World Wide Web Consortium's Website Accessibility Iniciative (Waid). Ele se baseia em conceitos de acessibilidade, ou seja, oferece um ambiente em que é possível contornar as deficiências visuais ou auditivas e ter acesso ao uso do computador e da internet.

O sistema é composto de aplicativos que possibilitam converter textos em voz para o deficiente visual. Todos os comandos do editor de texto podem ser acionados por voz. O segundo aplicativo é o ACDS Net. Silva diz que é um tipo de ICQ que transmite mensagens sem que o usuário precise acioná-lo. O último é um mouse que é acionado pela voz do usuário.

Expectativas – Todo o projeto foi desenvolvido por Cláudio Rodrigo da Silva, Daniel Sonego da Silva, Douglas Navarro e Wanderlei Renato Rosa, sob a coordenação e orientação da professora Maria Ines Lopes Brosso. O grupo espera obter, em breve, obter um financiamento do Ministério da Ciência e Tecnologia para fabricar o produto em série.

Para divulgar o trabalho, os estudantes o apresentaram em diversas feiras do setor. As mais recentes foram uma mostra na USP no ano passado e a última foi a CNCC nos Estados Unidos na semana passada. "Nosso software foi classificado em sexto lugar entre 19 projetos escolhidos e em 180 inscritos. Este é um bom passaporte", conclui.

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