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Bahia Pet Reciclagem investe em projetos sociais

Por Correio da Bahia   19 de janeiro de 2004
Empresa aplicou este ano R$ 800 mil e o reconhecimento do papel social já rendeu três premiações

Mônica Bichara

Mesmo antes de começar a faturar, o que só deve acontecer a partir de abril, a Bahia Pet Reciclagem, empresa do Grupo Bahia Pet, investiu R$800 mil em um ano em programas sociais, incluindo o projeto Empreendedorismo e Cidadania. Mas valeu a pena, garante o diretor operacional Roberto Carlos de Souza, referindo-se ao reconhecimento "de que estamos no caminho certo", com a conquista de três prêmios importantes: as etapas nacional e regional do Prêmio CNI/2003, da Confederação Nacional da Indústria, na categoria Ecologia, e o Prêmio Fieb de Desempenho Ambiental, na categoria projetos Cooperativos entre ONGs e Indústria.

"Investir na área social faz parte da nossa política empresarial, não é só um programa", diz Souza, que ainda não tem a definição sobre o percentual do faturamento que o grupo pretende investir por ano em ações sociais. A previsão de faturamento mensal, a partir de abril (a fábrica só começou a produzir em dezembro), é de R$2,9 milhões. A produção inicial da Bahia Pet Reciclagem, resultado de R$6 milhões em investimentos, é estimada em 700 toneladas de flakes por mês, mas só a partir de fevereiro tem início a produção de polímeros de PET reciclado, que serão destinados tanto ao mercado interno quanto externo (Europa e Estados Unidos). Nos planos da empresa já está a ampliação da capacidade de produção, ainda em 2004.

O diferencial do projeto Empreendedorismo e Cidadania, para Roberto Carlos Araújo, é o fato de aliar proteção ambiental a uma visão socialmente responsável, através do incentivo à formação de cooperativas. Graças a parcerias firmadas com diversas instituições, o projeto cria oportunidades de geração de emprego e renda para comunidades de baixa renda, "minimizando os impactos ambientais causados pela disposição inadequada de resíduos sólidos e promovendo a educação ambiental". Além disso, ressalta o diretor, ele organiza a cadeia de PET pós-consumo, com a gestão socioambiental. Isso faz com que o processo de obtenção da matéria-prima seja transformado em ações de estímulo ao desenvolvimento sustentado.

Como fruto desse trabalho foi criada a Cooperativa de Agentes Ecológicos de Canabrava, levantando a moral, a auto-estima e os rendimentos dos antigos badameiros (catadores de lixo do aterro sanitário de Canabrava). Outras cooperativas, como a de Materiais Recicláveis de Camaçari (Coopmarc), receberam apoio do programa e do Centro de Estudos Socioambientais (Pangea). Esse apoio às cooperativas é fundamental, segundo Souza, por garantir capacitação técnica e gerencial aos cooperados.

Para viabilizar o projeto a Bahia Pet Reciclagem firmou parcerias com a Universidade Federal da Bahia, governo estadual - através do Programa Reciclar para Vencer, Universidade de Brasília, Universidade Estadual de Feira de Santana, Centro de Recursos Ambientais, projeto Axé, Secretaria de Combate à Pobreza e Banco do Nordeste.

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