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Cresce o número de jovens atuando em projetos sociais
Por Zero Hora / Porto Alegre   6 de fevereiro de 2004
ITAMAR MELO
Eles ainda não construíram o próprio futuro, mas já estão engajados em repartir talento e entusiasmo em nome de uma sociedade mais justa.
Conforme especialistas no setor, um número crescente de adolescentes e jovens vem direcionando seu empreendedorismo para projetos destinados à resolução de problemas sociais. É gente que se reúne com amigos de bairro ou com colegas de faculdade para oferecer por conta própria serviço voluntário.
- Ainda não chegamos ao nível ideal, mas está errado quem pensa que o jovem é um alienado - diz Francisco de Assis da Silva, diretor da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong) na Região Sul.
Essa percepção é confirmada pelos resultados de uma pesquisa promovida recentemente pela Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho. Os jovens ouvidos revelaram que estão descontentes com a realidade a sua volta e que desejam intervir para mudá-la - embora, muitas vezes, não saibam como fazê-lo. Não faltam bons exemplos para inspirar essa turma.
Um dos projetos mais bem-sucedidos nessa seara é o Canta Brasil, que Brotou da inquietação de um rapaz de 18 anos. Rubielson Medeiros estudou balé e cantou no coral de uma escola privada de Canoas, o que lhe permitiu conhecer México, Portugal e Espanha. Com 14 anos, revoltado pela falta de oportunidades para se dedicar à arte, largou o colégio e mergulhou na depressão. Emergiu em 1999, ao ministrar de forma voluntária cursos de dança e música na Escola Estadual Bento Gonçalves, no bairro Mathias Velho.
- Uma das alunas disse: "O que adianta a gente cantar e dançar, se nunca vai sair da vila?". Aquilo para mim foi um grande desafio. Queria mostrar que os jovens do Mathias Velho não precisavam aparecer em jornal só na página policial - conta Rubielson.
Em pouco tempo, o grupo artístico da escola era requisitado para apresentações. Alunos que se ressentiam de mau desempenho escolar tornaram-se mais interessados ao ingressar no grupo. Essa soma de sucessos motivou Rubielson a ampliar o projeto, que hoje forma talentos em 11 escolas de Canoas e Nova Santa Rita, totalizando 650 participantes. Os monitores são ex-alunos, com idades a partir dos 13 anos. Seis meses atrás, o Canta Brasil virou uma ONG e ganhou dois patrocinadores. A ONG ainda promove um programa de orientação sobre drogas, gravidez na adolescência e doenças sexualmente transmissíveis nas escolas.
As oficinas de balé clássico, ginástica e música formaram talentos. Entre os mais notórios está o de Lindseiara de Oliveira, 21 anos, que ensina técnicas vocais e relaxamento e integra a banda do grupo. Filha de um biscateiro e de uma dona de casa, ela havia desistido de ser cantora.
- Desde que nasci queria cantar, mas não tive chances. O Canta Brasil expandiu meu conhecimento musical e me deu a oportunidade de viajar e conhecer músicos como Gilberto Gil - diz.
Eles ainda não construíram o próprio futuro, mas já estão engajados em repartir talento e entusiasmo em nome de uma sociedade mais justa.
Conforme especialistas no setor, um número crescente de adolescentes e jovens vem direcionando seu empreendedorismo para projetos destinados à resolução de problemas sociais. É gente que se reúne com amigos de bairro ou com colegas de faculdade para oferecer por conta própria serviço voluntário.
- Ainda não chegamos ao nível ideal, mas está errado quem pensa que o jovem é um alienado - diz Francisco de Assis da Silva, diretor da Associação Brasileira de Organizações Não Governamentais (Abong) na Região Sul.
Essa percepção é confirmada pelos resultados de uma pesquisa promovida recentemente pela Fundação Maurício Sirotsky Sobrinho. Os jovens ouvidos revelaram que estão descontentes com a realidade a sua volta e que desejam intervir para mudá-la - embora, muitas vezes, não saibam como fazê-lo. Não faltam bons exemplos para inspirar essa turma.
Um dos projetos mais bem-sucedidos nessa seara é o Canta Brasil, que Brotou da inquietação de um rapaz de 18 anos. Rubielson Medeiros estudou balé e cantou no coral de uma escola privada de Canoas, o que lhe permitiu conhecer México, Portugal e Espanha. Com 14 anos, revoltado pela falta de oportunidades para se dedicar à arte, largou o colégio e mergulhou na depressão. Emergiu em 1999, ao ministrar de forma voluntária cursos de dança e música na Escola Estadual Bento Gonçalves, no bairro Mathias Velho.
- Uma das alunas disse: "O que adianta a gente cantar e dançar, se nunca vai sair da vila?". Aquilo para mim foi um grande desafio. Queria mostrar que os jovens do Mathias Velho não precisavam aparecer em jornal só na página policial - conta Rubielson.
Em pouco tempo, o grupo artístico da escola era requisitado para apresentações. Alunos que se ressentiam de mau desempenho escolar tornaram-se mais interessados ao ingressar no grupo. Essa soma de sucessos motivou Rubielson a ampliar o projeto, que hoje forma talentos em 11 escolas de Canoas e Nova Santa Rita, totalizando 650 participantes. Os monitores são ex-alunos, com idades a partir dos 13 anos. Seis meses atrás, o Canta Brasil virou uma ONG e ganhou dois patrocinadores. A ONG ainda promove um programa de orientação sobre drogas, gravidez na adolescência e doenças sexualmente transmissíveis nas escolas.
As oficinas de balé clássico, ginástica e música formaram talentos. Entre os mais notórios está o de Lindseiara de Oliveira, 21 anos, que ensina técnicas vocais e relaxamento e integra a banda do grupo. Filha de um biscateiro e de uma dona de casa, ela havia desistido de ser cantora.
- Desde que nasci queria cantar, mas não tive chances. O Canta Brasil expandiu meu conhecimento musical e me deu a oportunidade de viajar e conhecer músicos como Gilberto Gil - diz.