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"Vamos cumprir a nossa tarefa de acabar com a fome no Brasil"

Por Paula Cunha / Diário do Comércio   11 de fevereiro de 2004
Foto de Clóvis Ferreira/Digna Imagem O presidente Lula da Silva é cumprimentado pelo presidente da ACSP, Guilherme Afif Domingos
O Expo Fome Zero, inaugurado em 10 de fevereiro, na capital paulista, abriu suas portas às iniciativas de responsabilidade social em todo o País. O espaço foi ocupado não só por grandes empresas que já têm tradição em ações de cunho social mas também pelas iniciativas de pequenas organizações não-governamentais que buscam firmar novas parcerias tanto com o governo quanto com empresas do setor privado.

A abertura do evento foi marcada pelo tom afirmativo das autoridades governamentais presentes ao evento. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou , no discurso de abertura, que "nenhum fundamento econômico será suficientemente sólido se não houver uma contrapartida social na retomada do desenvolvimento".

Ele voltou a citar a sua proposta de adoção de uma CPMF internacional sobre transações financeiras e de comércio. "Acabar com a fome é algo difícil, porque propõe mexer com entranhas do coração, mas também com a estrutura de distribuição de renda". Utilizou o argumento ao lembrar que o comércio mundial movimenta US$ 8 trilhões e que "uma pequena vírgula disso seria suficiente para consolidar um fundo de combate à fome".

"Nós vamos cumprir a nossa tarefa de acabar com a fome no Brasil, porque, se em um ano nós fizemos o que fizemos, isso significa que nós ainda podemos fazer muito mais", afirmou o presidente.

Durante a abertura, houve um desfile de empresas que apresentaram um balanço de suas iniciativas. Cada uma desfilou com um de seus representantes acompanhado de um artista ou esportista e por crianças beneficiadas por seus projetos.

Pequenos

Lembrando o ditado "Quem não é o maior tem que ser o melhor", pequenas organizações não-governamentais aproveitaram o evento para expor seus projetos e buscar patrocinadores. Existem diversos projetos em todo o País que não se preocupam apenas com a questão alimentar, mas também lutam para que seus assistidos tornem-se auto-suficientes.

A Associação Prato Cheio, fundada há três anos por estudantes da capital paulista, coleta alimentos que são doados por empresas para entidades assistenciais e está investindo em palestras e cursos para estes assistidos. Além disso, orienta os coordenadores de lares e orfanatos que recebem as doações para o melhor aproveitamento de alimentos e para a adoção da reciclagem de lixo. Seus representantes acreditam que a participação no Expo Fome Zero pode atrair patrocínio.

Educação

A Associação de Apoio à Infância e à Adolescência Nossa Turma é um projeto que nasceu dentro da Ceagesp, a Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo, e também procura patrocinadores na exposição. Uma de suas coordenadoras Lisandra Gonsalez informa que o projeto nasceu há cinco anos e já atendeu 546 crianças.

A Organização Fênix, que atua no município paulista de Barueri, oferece cursos profissionalizantes para adolescentes e oficinas para interessados em obter renda. O objetivo é fazer com jovens vindos de famílias carentes encontrem um ofício que lhes proporcione uma remuneração mínima. Atualmente, são atendidos 35 jovens por curso de um ano.

Deficientes

No campo da integração, a Rede Saci atua como rede de informações sobre deficiências físicas. Ela pesquisa escolas e empresas que aceitam deficientes e orientam pais que desejam colocar seus filhos em escolas especializadas além de orientar empresários que desejam contratar deficientes.

Liuca Yonaha explica que a participação no Expo Fome Zero é importante porque amplia a discussão sobre a inclusãodos deficientes. "Nosso objetivo é procurar as empresas e consolidar uma maior integração dos deficientes no mercado de trabalho."

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