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Santa Cruz do Rio Pardo tira jovens das ruas para formar aprendizes
Por Teresinha Matos / Diário do Comércio   10 de março de 2004
Na véspera de completar dois anos, o movimento Degrau é um sucesso absoluto. Onde? Na cidade de São Paulo? Não. Na pequena e próspera Santa Cruz do Rio Pardo, a beira do Rio Pardo.
O programa da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), da Rede Brasileira de Entidades Assistenciais Filantrópicas (Rebraf) e da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), chamado Convivência e Aprendizado no Trabalho, foi criado em 22 de março de 2002.
Levado adiante pela Associação Comercial e Empresarial de Santa Cruz do Rio Pardo, o Degrau conseguiu, em pouco mais de um ano, colocar 90 aprendizes, diante de uma meta de empregar 120. Parece pouco. Mas numa cidade onde existem 1.120 empresas, a maioria de médio porte para baixo, os números são significativos.
Qual o segredo do sucesso? O esforço dos coordenadores do Degrau na cidade, mas também a colaboração e boa vontade de toda a sociedade, da Associação Comercial de Santa Cruz ao Conselho da Criança e do Adolescente, Polícia Militar, Exército, empresariado e das próprias instituições de ensino.
Dificuldades – "Foi como pescar lambari. As conquistas foram obtidas uma a uma. A cada dia um ou dois jovens foram colocados nas empresas", disse o coordenador do Degrau em Santa Cruz do Rio Pardo, José Irineu Pegorer.
Os coordenadores do programa também enfrentaram dificuldades, superadas pelo entusiasmo. "A cidade é pequena, tem poucas empresas. Além disso, era preciso estruturar o projeto e ninguém sabia os caminhos", relata Pegorer. Segundo ele, o primeiro passo, mesmo antes da concretização do objetivos, foi assistir uma fita com os depoimentos de Guilherme Afif Domingos, presidente da ACSP, e Rogério Amato, da Rebraf, sobre o programa.
O empresário relata como a cidade conseguiu chegar a esses resultados: "Primeiro contou o entusiasmo e dedicação dos dez membros do conselho. Depois, convocamos os escritórios de contabilidade e explicamos o passo-a-passo e a importância de contratar um aprendiz. A terceira fase foi ir à imprensa local (jornal e rádio) e falar do projeto claramente".
Paciência e persistência são os ingredientes finais da receita. "A minha prima, proprietária de uma farmácia, prometeu que contrataria um aprendiz quando inaugurasse outra unidade. Agora, já chamou um jovem", diz Pegorer.
Com isso, a meta do Degrau de Santa Cruz do Rio Pardo de empregar 120 jovens está próxima de ser alcançada. Ainda há 100 jovens na fila de espera e as inscrições estão suspensas.
Mas o trabalho dos coordenadores prossegue. Eles estão de olho em 15 vagas prometidas por um empregador local. "Os jovens das instituições beneficentes de Santa Cruz em condições de emprego estão todos trabalhando", diz o coordenador.
Os frutos, toda a comunidade colhe: jovens e adolescentes com alta estima e uma melhoria na renda das famílias mais necessitadas. E o jovem aprendiz nessa história toda? Para eles, se abre a esperança de ter um emprego e de no futuro poder cursar uma faculdade.
Sonhos – Renata Aparecida Júlio Patrocíno, 15 anos, mineira de Ponte Novas, desembarcou em Santa Cruz há 3 anos a procura da mãe. Encontrou-a. Cheia de esperança, a menina que trabalha na Cerealista São João, como auxiliar de recepção, mora na Casa do Menor e acalenta um sonho: ser professora.
Renata cursa a 8ª série pela manhã, à tarde trabalha como aprendiz e, ainda, dedica um tempo aos projetos da instituição que a abriga. "Trabalhando aprendo, e o curso ajuda a reforçar os conceitos de português, matemática e aprofundo os conhecimentos de informática", diz ela, que poupa metade do seu salário para um dia realizar seu projeto.
O aprendiz Eder Martins, da Usina São Luiz, que está prestes a completar 18 anos, quer mais: ficar no emprego de auxiliar de contabilidade e cursar Ciências Contábeis. "Aprendi tudo aqui. Gosto muito de contabilidade e o curso do Degrau vai me ajudar a passar no vestibular", diz.
O programa da Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp), da Rede Brasileira de Entidades Assistenciais Filantrópicas (Rebraf) e da Associação Comercial de São Paulo (ACSP), chamado Convivência e Aprendizado no Trabalho, foi criado em 22 de março de 2002.
Levado adiante pela Associação Comercial e Empresarial de Santa Cruz do Rio Pardo, o Degrau conseguiu, em pouco mais de um ano, colocar 90 aprendizes, diante de uma meta de empregar 120. Parece pouco. Mas numa cidade onde existem 1.120 empresas, a maioria de médio porte para baixo, os números são significativos.
Qual o segredo do sucesso? O esforço dos coordenadores do Degrau na cidade, mas também a colaboração e boa vontade de toda a sociedade, da Associação Comercial de Santa Cruz ao Conselho da Criança e do Adolescente, Polícia Militar, Exército, empresariado e das próprias instituições de ensino.
Dificuldades – "Foi como pescar lambari. As conquistas foram obtidas uma a uma. A cada dia um ou dois jovens foram colocados nas empresas", disse o coordenador do Degrau em Santa Cruz do Rio Pardo, José Irineu Pegorer.
Os coordenadores do programa também enfrentaram dificuldades, superadas pelo entusiasmo. "A cidade é pequena, tem poucas empresas. Além disso, era preciso estruturar o projeto e ninguém sabia os caminhos", relata Pegorer. Segundo ele, o primeiro passo, mesmo antes da concretização do objetivos, foi assistir uma fita com os depoimentos de Guilherme Afif Domingos, presidente da ACSP, e Rogério Amato, da Rebraf, sobre o programa.
O empresário relata como a cidade conseguiu chegar a esses resultados: "Primeiro contou o entusiasmo e dedicação dos dez membros do conselho. Depois, convocamos os escritórios de contabilidade e explicamos o passo-a-passo e a importância de contratar um aprendiz. A terceira fase foi ir à imprensa local (jornal e rádio) e falar do projeto claramente".
Paciência e persistência são os ingredientes finais da receita. "A minha prima, proprietária de uma farmácia, prometeu que contrataria um aprendiz quando inaugurasse outra unidade. Agora, já chamou um jovem", diz Pegorer.
Com isso, a meta do Degrau de Santa Cruz do Rio Pardo de empregar 120 jovens está próxima de ser alcançada. Ainda há 100 jovens na fila de espera e as inscrições estão suspensas.
Mas o trabalho dos coordenadores prossegue. Eles estão de olho em 15 vagas prometidas por um empregador local. "Os jovens das instituições beneficentes de Santa Cruz em condições de emprego estão todos trabalhando", diz o coordenador.
Os frutos, toda a comunidade colhe: jovens e adolescentes com alta estima e uma melhoria na renda das famílias mais necessitadas. E o jovem aprendiz nessa história toda? Para eles, se abre a esperança de ter um emprego e de no futuro poder cursar uma faculdade.
Sonhos – Renata Aparecida Júlio Patrocíno, 15 anos, mineira de Ponte Novas, desembarcou em Santa Cruz há 3 anos a procura da mãe. Encontrou-a. Cheia de esperança, a menina que trabalha na Cerealista São João, como auxiliar de recepção, mora na Casa do Menor e acalenta um sonho: ser professora.
Renata cursa a 8ª série pela manhã, à tarde trabalha como aprendiz e, ainda, dedica um tempo aos projetos da instituição que a abriga. "Trabalhando aprendo, e o curso ajuda a reforçar os conceitos de português, matemática e aprofundo os conhecimentos de informática", diz ela, que poupa metade do seu salário para um dia realizar seu projeto.
O aprendiz Eder Martins, da Usina São Luiz, que está prestes a completar 18 anos, quer mais: ficar no emprego de auxiliar de contabilidade e cursar Ciências Contábeis. "Aprendi tudo aqui. Gosto muito de contabilidade e o curso do Degrau vai me ajudar a passar no vestibular", diz.