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O esforço foi recompensado

Por Carlos Ossamu / Diário do Comércio   18 de março de 2004
Fábio Paganine (foto acima), 17 anos, desde cedo teve de arregaçar as mangas e ajudar em casa. Com apenas 12 anos foi trabalhar em uma avícola, depois foi balconista de uma casa que vendia artigos do Norte, cobrador de lotação e entregador de uma drogaria. Carteira de trabalho assinada e direitos trabalhistas estavam fora de questão.

"Um colega da escola me contou da Associação, que haveria entrega de senhas e que eu devia vir aqui. Esperei quase um ano para ser chamado e agradeço muito a Deus pela oportunidade, pois consegui um bom emprego", diz orgulhoso.

Morando no Grajaú, zona sul da cidade, freqüentar a APBM&F exigiu muita boa vontade. Ele tinha de acordar por volta das 4h30 da madrugada e pegar duas conduções para estar na Associação às 7h30, onde cursou o Faz-Tudo. Estudando a noite, Fábio chegava em casa depois das 23h30. Uma rotina dura, que foi superada com muito esforço. "Valeu a pena, pois acabo de conseguir um emprego na BM&F, como auxiliar de manutenção."

"Se não fosse essa oportunidade, não sei o que estaria fazendo agora. Vi muita coisa ruim acontecer com colegas meus, muitos se envolvendo com crime e drogas", comenta de cabeça baixa, como se diversas imagens estivessem passando pela sua cabeça.

Após concluir o curso, em setembro passado, Fábio ainda permaneceu na Associação até o início deste mês, na função de monitor, uma espécie de auxiliar do professor.

"A situação anda difícil e eu não via muitas perspectivas de emprego. Acho que tive muita sorte. Minha mãe e meus irmãos ficaram muito felizes e eu também", conclui com um sorriso de satisfação.

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