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Conselho do jovem pode antecipar eleição
Por Teresinha Matos / Diário do Comércio   31 de março de 2004
Depois de quase um ano de brigas internas e a renúncia de nove de seus membros –seis titulares e três suplentes–, ao Conselho Municipal da Criança e do Adolescente de São Paulo (CMDCA-SP) só resta uma alternativa: antecipar a eleição de seus novos integrantes.
A escolha dos novos titulares está prevista para o final do próximo mês. Segundo a presidente do CMDCA de São Paulo, Teresinha Sarteschi, a posse já foi marcada para o dia 14 de junho próximo.
A opinião é compartilhada por integrantes do CMDCA e pelos demissionários. "A alternativa é convocar eleições o mais breve possível, o que pode ser feito por assembléia ordinária", diz Joel Costa, ex-conselheiro, integrante da ONG Santos Martíres, do Jardim Ângela.
Segundo Teresinha Sarteschi, há a possibilidade do conselho continuar operando com dois terços dos integrantes até a realização de nova eleição. Mas a antecipação do pleito é possível.
Interesse próprio, – Os problemas no CMDCA começaram em 2003. Os membros do conselho, responsável pelo controle da política municipal de atendimento à criança e ao adolescente, não aceitavam o comando de representante do poder público municipal. A cada doze meses a presidência do conselho muda por acordo interno, ficando por sistema de rodízio ora com representantes da sociedade civil ora com os do município.
Os próprios conselheiros criticam o jogo de interesses e a falta de comprometimento com as políticas voltadas para crianças e adolescentes. Segundo Joel Costa, os problemas no Conselho tiveram como principal causa a falta de diálogo. "Enquanto isso, crianças e adolescentes ficaram à mercê de um conselho que não tomava decisões", ponderou Costa.
Ele defende a escolha de pessoas comprometidas com políticas públicas para o setor e que tenham apoio e acompanhamento das entidades que representam e vice-versa.
Teresinha Sarteschi rebate as acusações de interferência da prefeitura nas atribuições do órgão. "A prefeitura valoriza a participação popular e, inclusive, investiu numa estrutura administrativa para o conselho", disse.
Segundo ela, a captação de recursos pelo Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (Fumcad) aumentou consideravelmente agora, chegando a R$ 7 milhões. Esses recursos são oriundos do IR e beneficiam projetos aprovados pelo conselho. Os conselheiros demissionários contestam a destinação de recursos do Fumcad para outras secretarias.
Para enfatizar o trabalho do CMDCA, Teresinha Sarteschi lembrou que o programa da entidade Ensino Social Profissionalizante (Espro) foi registrado. Isso permite que a entidade continue ministrando aulas teóricas para aprendizes (lei 10.097 que permite o trabalho entre 14 e 17 anos incompletos) ligados ao Programa Convivência e Aprendizado no Trabalho do Movimento Degrau. Apenas mais uma entidade certificadora, o CIEE está com o programa registrado no conselho.
"É surpreendente que somente agora, depois de um ano de luta, o CMDCA acolha o registro de uma entidade certificadora tão séria como a Espro", diz o coordenador do Movimento Degrau, Rogério Amato. Em sua opinião, é evidente que o problema não está nas certificadoras.
"Ao contrário, o problema está no CMDCA de São Paulo", enfatizou Amato. Segundo ele, não é possível que apenas duas entidades estejam preparadas para obter o registro em São Paulo.
"É vergonhoso ver um conselho que deveria trabalhar por políticas para crianças e adolescentes se prestar a abrigar burocratas sem o menor espírito cívico. O povo de São Paulo merecia um CMDCA a altura da grandeza de suas tradições de empreendedorismo social", arrematou Rogério Amato, que é presidente da Rede Brasileira de Entidades Assistenciais Filantrópicas (Rebraf), que junto com a Associação Comercial de São Paulo e Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) levam à frente o Movimento Degrau.
Investigação – O vereador William Woo (PSDB) protocolou, ontem, um requerimento na Câmara Municipal solicitando a criação de uma Comissão de Estudos para apurar supostas irregularidades no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. A Comissão, que depende de uma aprovação em Plenário, deverá investigar as denúncias dos conselheiros.
“Se há alguma irregularidade sendo cometida pela prefeitura, precisamos descobrir e dar um fim”, disse Woo.
Falhas – O ex-conselheiro Joel Costa aponta falhas na política pública municipal voltada a crianças e adolescentes. Segundo ele, faltam espaços culturais e de lazer para crianças da periferia e das favelas e política para crianças de rua.
"Com isso, esses jovens se tornam presas fáceis para traficantes e ladrões". Há sinais inclusive de um aumento de crianças abandonadas nas ruas da cidade.
A escolha dos novos titulares está prevista para o final do próximo mês. Segundo a presidente do CMDCA de São Paulo, Teresinha Sarteschi, a posse já foi marcada para o dia 14 de junho próximo.
A opinião é compartilhada por integrantes do CMDCA e pelos demissionários. "A alternativa é convocar eleições o mais breve possível, o que pode ser feito por assembléia ordinária", diz Joel Costa, ex-conselheiro, integrante da ONG Santos Martíres, do Jardim Ângela.
Segundo Teresinha Sarteschi, há a possibilidade do conselho continuar operando com dois terços dos integrantes até a realização de nova eleição. Mas a antecipação do pleito é possível.
Interesse próprio, – Os problemas no CMDCA começaram em 2003. Os membros do conselho, responsável pelo controle da política municipal de atendimento à criança e ao adolescente, não aceitavam o comando de representante do poder público municipal. A cada doze meses a presidência do conselho muda por acordo interno, ficando por sistema de rodízio ora com representantes da sociedade civil ora com os do município.
Os próprios conselheiros criticam o jogo de interesses e a falta de comprometimento com as políticas voltadas para crianças e adolescentes. Segundo Joel Costa, os problemas no Conselho tiveram como principal causa a falta de diálogo. "Enquanto isso, crianças e adolescentes ficaram à mercê de um conselho que não tomava decisões", ponderou Costa.
Ele defende a escolha de pessoas comprometidas com políticas públicas para o setor e que tenham apoio e acompanhamento das entidades que representam e vice-versa.
Teresinha Sarteschi rebate as acusações de interferência da prefeitura nas atribuições do órgão. "A prefeitura valoriza a participação popular e, inclusive, investiu numa estrutura administrativa para o conselho", disse.
Segundo ela, a captação de recursos pelo Fundo Municipal da Criança e do Adolescente (Fumcad) aumentou consideravelmente agora, chegando a R$ 7 milhões. Esses recursos são oriundos do IR e beneficiam projetos aprovados pelo conselho. Os conselheiros demissionários contestam a destinação de recursos do Fumcad para outras secretarias.
Para enfatizar o trabalho do CMDCA, Teresinha Sarteschi lembrou que o programa da entidade Ensino Social Profissionalizante (Espro) foi registrado. Isso permite que a entidade continue ministrando aulas teóricas para aprendizes (lei 10.097 que permite o trabalho entre 14 e 17 anos incompletos) ligados ao Programa Convivência e Aprendizado no Trabalho do Movimento Degrau. Apenas mais uma entidade certificadora, o CIEE está com o programa registrado no conselho.
"É surpreendente que somente agora, depois de um ano de luta, o CMDCA acolha o registro de uma entidade certificadora tão séria como a Espro", diz o coordenador do Movimento Degrau, Rogério Amato. Em sua opinião, é evidente que o problema não está nas certificadoras.
"Ao contrário, o problema está no CMDCA de São Paulo", enfatizou Amato. Segundo ele, não é possível que apenas duas entidades estejam preparadas para obter o registro em São Paulo.
"É vergonhoso ver um conselho que deveria trabalhar por políticas para crianças e adolescentes se prestar a abrigar burocratas sem o menor espírito cívico. O povo de São Paulo merecia um CMDCA a altura da grandeza de suas tradições de empreendedorismo social", arrematou Rogério Amato, que é presidente da Rede Brasileira de Entidades Assistenciais Filantrópicas (Rebraf), que junto com a Associação Comercial de São Paulo e Federação das Associações Comerciais do Estado de São Paulo (Facesp) levam à frente o Movimento Degrau.
Investigação – O vereador William Woo (PSDB) protocolou, ontem, um requerimento na Câmara Municipal solicitando a criação de uma Comissão de Estudos para apurar supostas irregularidades no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente. A Comissão, que depende de uma aprovação em Plenário, deverá investigar as denúncias dos conselheiros.
“Se há alguma irregularidade sendo cometida pela prefeitura, precisamos descobrir e dar um fim”, disse Woo.
Falhas – O ex-conselheiro Joel Costa aponta falhas na política pública municipal voltada a crianças e adolescentes. Segundo ele, faltam espaços culturais e de lazer para crianças da periferia e das favelas e política para crianças de rua.
"Com isso, esses jovens se tornam presas fáceis para traficantes e ladrões". Há sinais inclusive de um aumento de crianças abandonadas nas ruas da cidade.