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Instituições começam a exigir que seus clientes sejam responsáveis

Por Adriana Gavaça / Diáriodo Comércio   12 de abril de 2004
O social para alguns bancos não se restringe apenas às ações que ele desenvolve nessa área. Algumas instituições financeiras começam a exigir que também seus clientes sejam socialmente responsáveis. Banco Real e Citibank, por exemplo, não aceitam como cliente empresas que contratam mão-de-obra infantil, fabricantes de armas ou que agridam o meio ambiente. Quem tem uma conduta exemplar, ao contrário, já começa a ser premiado pelos bancos com taxas de juros diferenciadas e produtos exclusivos.

O Banco do Brasil acaba de lançar uma área de análise de perfil das empresas interessadas em obter crédito para a construção de fábricas. Dentre os critérios, o de maior peso é o que procura saber qual o impacto da construção para o meio ambiente e para a comunidade. Uma vez aprovada, a empresa terá acesso a linhas de capital de giro exclusivas.

Na hora de escolher um novo fornecedor, esse tipo de análise também é usado. No total são 14 princípios básicos de conduta social que o banco leva em conta.

Questionários – O Real optou por criar dois modelos de questionário para conhecer o perfil da empresa para quem irá conceder crédito: um bem detalhado voltado para empresas com faturamento anual acima de R$ 50 milhões e outro mais simples, para empresas com faturamento abaixo desse valor.

O objetivo é saber o tipo de atividade que a empresa desenvolve e, claro, o impacto que tem sobre o meio ambiente. Com as informações em mãos, o banco classifica a empresa e concede crédito com taxas de juros diferenciadas.

Além disso, o banco tem linhas específicas de crédito de cunho ambiental (para aquisição de kit de energia solar e kit gás para carros) e de cunho social (financiamento de veículos para portador de deficiência física). Só por meio dessas três linhas o banco pretende emprestar este ano R$ 30 milhões. No ano passado, foram destinados R$ 11 milhões para os três produtos.

As linhas têm ainda como diferencial o preço. Enquanto um financiamento de automóvel custa em média de 2% a 3% ao mês, os juros da linha para deficientes é de 1,74% ao mês. E o financiamento pode ser quitado em até 36 meses. O mesmo acontece com as linhas ambientais, cuja taxa de juros é de 1,87% ao mês e o prazo para quitação de 24 meses.

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