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Um quarto dos idosos são voluntários
Por Agência USP   15 de abril de 2004
Baixo número pode ser explicado pelas dificuldades financeiras
Somente cerca de 27% das pessoas acima de 60 anos no município de São Paulo pratica trabalho voluntário, segundo pesquisa de mestrado defendida na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP.
O estudo envolveu 2.143 idosos da cidade, que representam o Brasil no Projeto Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento (Sabe), da Organização Panamericana de Saúde (Opas). O projeto estuda também outros seis países da América Latina.
Segundo a administradora hospitalar Heather Barker Dutra da Silva, autora da pesquisa, há índices bem maiores de voluntariado de idosos em países desenvolvidos. "Porém, não se deve encarar o número como um dado negativo. É uma alternativa de envelhecimento ativo entre outras", diz ela.
O trabalho voluntário de idosos foi recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2002, como uma força de desenvolvimento e envelhecimento ativo. "A idéia é que o idoso também pode colaborar para a sociedade, melhorando a qualidade de vida de todos; sendo necessário, no entanto, buscar atividades apropriadas para ele. " Por exemplo, deve-se levar em conta a sua baixa escolaridade: pouco mais da metade dos idosos voluntários estudados (56,4%) têm de um a quatro anos de estudo.
"É preciso se preparar para a tendência mundial de envelhecimento. Haverá um impacto muito grande se o Brasil continuar sem priorizar políticas públicas direcionadas a essa questão", diz Heather. "Países europeus já têm políticas nesse sentido, direcionando os mais velhos para serviços de jardinagem ou auxílio de outros vizinhos idosos, por exemplo."
Porém, segundo a pesquisadora, ser voluntário é uma perspectiva que se adquire desde jovem. "Se você tem que trabalhar a vida inteira para sobreviver, você não pensa na atividade voluntária como uma opção nem durante a sua vida nem no fim dela."
Mas essa não é a única forma de envelhecimento ativo. Heather aponta que muitos idosos são apoios importantes para os mais jovens da família, cuidando dos netos, por exemplo. Além disso, quase metade das pessoas estudadas (52%) são aposentadas, e destes, um quarto (25%) trabalha.
As razões variam desde a dificuldade financeira –de acordo com dados do IBGE de 1999, cerca de 40,3% das pessoas a partir de 60 anos têm renda de até um salário-mínimo– até a importância dada ao trabalho, profundamente ligado à vida. "Muitos acham que vão morrer se pararem de trabalhar", diz Heather.
"Mais da metade desse tipo de trabalho tem ligação com a Igreja e instituições ligadas à religião", diz a pesquisadora. "Escolas são outro exemplo de setor ligado ao voluntariado." Só recentemente no Brasil, começou a haver maior participação de organizações não-governamentais, nos anos 80, e de empresas, nos anos 90.
Somente cerca de 27% das pessoas acima de 60 anos no município de São Paulo pratica trabalho voluntário, segundo pesquisa de mestrado defendida na Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP.
O estudo envolveu 2.143 idosos da cidade, que representam o Brasil no Projeto Saúde, Bem-Estar e Envelhecimento (Sabe), da Organização Panamericana de Saúde (Opas). O projeto estuda também outros seis países da América Latina.
Segundo a administradora hospitalar Heather Barker Dutra da Silva, autora da pesquisa, há índices bem maiores de voluntariado de idosos em países desenvolvidos. "Porém, não se deve encarar o número como um dado negativo. É uma alternativa de envelhecimento ativo entre outras", diz ela.
O trabalho voluntário de idosos foi recomendado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2002, como uma força de desenvolvimento e envelhecimento ativo. "A idéia é que o idoso também pode colaborar para a sociedade, melhorando a qualidade de vida de todos; sendo necessário, no entanto, buscar atividades apropriadas para ele. " Por exemplo, deve-se levar em conta a sua baixa escolaridade: pouco mais da metade dos idosos voluntários estudados (56,4%) têm de um a quatro anos de estudo.
"É preciso se preparar para a tendência mundial de envelhecimento. Haverá um impacto muito grande se o Brasil continuar sem priorizar políticas públicas direcionadas a essa questão", diz Heather. "Países europeus já têm políticas nesse sentido, direcionando os mais velhos para serviços de jardinagem ou auxílio de outros vizinhos idosos, por exemplo."
Porém, segundo a pesquisadora, ser voluntário é uma perspectiva que se adquire desde jovem. "Se você tem que trabalhar a vida inteira para sobreviver, você não pensa na atividade voluntária como uma opção nem durante a sua vida nem no fim dela."
Mas essa não é a única forma de envelhecimento ativo. Heather aponta que muitos idosos são apoios importantes para os mais jovens da família, cuidando dos netos, por exemplo. Além disso, quase metade das pessoas estudadas (52%) são aposentadas, e destes, um quarto (25%) trabalha.
As razões variam desde a dificuldade financeira –de acordo com dados do IBGE de 1999, cerca de 40,3% das pessoas a partir de 60 anos têm renda de até um salário-mínimo– até a importância dada ao trabalho, profundamente ligado à vida. "Muitos acham que vão morrer se pararem de trabalhar", diz Heather.
"Mais da metade desse tipo de trabalho tem ligação com a Igreja e instituições ligadas à religião", diz a pesquisadora. "Escolas são outro exemplo de setor ligado ao voluntariado." Só recentemente no Brasil, começou a haver maior participação de organizações não-governamentais, nos anos 80, e de empresas, nos anos 90.