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Trabalhar na ONG exige um longo treinamento
Por Evelin Fomin / Diário do Comércio   28 de abril de 2004
Os trabalhos mal haviam começado. Valdir Cimino e uma voluntária em treinamento visitavam um leito. O paciente era terminal, um menino de apenas 8 anos. No meio da história, o garoto o interrompeu. "Tio, por que ela está chorando?" Quando o contador de histórias olhou para trás, quem chorava era a voluntária.
"Durante dias aquilo me angustiou. Aquela senhora chorava muito porque estava vivenciando a dor do outro da pior forma possível, e isto me incomodou". Foi daí que, estudando a literatura hindu, Cimino encontrou a frase que lhe tiraria aquela angústia: "Viva e deixe viver". "Descobri, naquele momento, qual deveria ser nosso rumo. Claro que somos de carne e osso e nos emocionamos com o próximo. Mas a proposta é trazer alegria, e não vivenciar a dor do outro", afirma.
Ser voluntário pode ser ao mesmo tempo fácil e difícil. "Todo mundo acha bonitinho contar histórias para crianças doentes. Mas poucos sabem que isto demanda muito mais disciplina e preparo do que se poderia imaginar", explica.
Até hoje, a entidade já treinou 6.700 pessoas, porém menos de 10% delas seguiram carreira. "Hoje, temos 520 voluntários e 60 mil horas doadas", calcula.
O interessado em trabalhar como contador de histórias deve, em primeiro lugar, ser maior de 18 anos. Depois de preencher um formulário pela internet ( www.vivaedeixeviver.org.br ), o candidato deverá aguardar o contato da entidade.
Em parceria com outras organizações, uma vez selecionado, o aspirante deverá participar de uma série de palestras de capacitação –que duram até nove meses–, com temas variado, como, por exemplo, "Mestre do Tempo", oferecido pela Organização Brahma Kumaris. "Se a pessoa quer fazer parte do Viva, ela tem de ter a responsabilidade com o seu tempo, porque é exatamente isto que ela vai doar", afirma Cimino.
Já existem 600 pessoas na fila para o treinamento do próximo ano. "Mas muita gente vem e vai, por causa da empolgação. Quando ela se depara, num dos cursos, com fotos do que ela provavelmente irá ver em carne e osso, desiste", conta.
Um dos temas mais importantes, estudado pelos aspirantes, é "Aprendendo a Perder". "Eu já vivenciei a triste experiência de ver uma criança partir ali, enquanto eu contava histórias", lembrou Cimino. Todos os voluntários, porém, participam da "Hora do Contador", onde recebem até oito sessões gratuitas de terapia individual, caso necessitem. "Mas o principal requisito é querer voltar a ser criança", alerta Cimino.
"Durante dias aquilo me angustiou. Aquela senhora chorava muito porque estava vivenciando a dor do outro da pior forma possível, e isto me incomodou". Foi daí que, estudando a literatura hindu, Cimino encontrou a frase que lhe tiraria aquela angústia: "Viva e deixe viver". "Descobri, naquele momento, qual deveria ser nosso rumo. Claro que somos de carne e osso e nos emocionamos com o próximo. Mas a proposta é trazer alegria, e não vivenciar a dor do outro", afirma.
Ser voluntário pode ser ao mesmo tempo fácil e difícil. "Todo mundo acha bonitinho contar histórias para crianças doentes. Mas poucos sabem que isto demanda muito mais disciplina e preparo do que se poderia imaginar", explica.
Até hoje, a entidade já treinou 6.700 pessoas, porém menos de 10% delas seguiram carreira. "Hoje, temos 520 voluntários e 60 mil horas doadas", calcula.
O interessado em trabalhar como contador de histórias deve, em primeiro lugar, ser maior de 18 anos. Depois de preencher um formulário pela internet ( www.vivaedeixeviver.org.br ), o candidato deverá aguardar o contato da entidade.
Em parceria com outras organizações, uma vez selecionado, o aspirante deverá participar de uma série de palestras de capacitação –que duram até nove meses–, com temas variado, como, por exemplo, "Mestre do Tempo", oferecido pela Organização Brahma Kumaris. "Se a pessoa quer fazer parte do Viva, ela tem de ter a responsabilidade com o seu tempo, porque é exatamente isto que ela vai doar", afirma Cimino.
Já existem 600 pessoas na fila para o treinamento do próximo ano. "Mas muita gente vem e vai, por causa da empolgação. Quando ela se depara, num dos cursos, com fotos do que ela provavelmente irá ver em carne e osso, desiste", conta.
Um dos temas mais importantes, estudado pelos aspirantes, é "Aprendendo a Perder". "Eu já vivenciei a triste experiência de ver uma criança partir ali, enquanto eu contava histórias", lembrou Cimino. Todos os voluntários, porém, participam da "Hora do Contador", onde recebem até oito sessões gratuitas de terapia individual, caso necessitem. "Mas o principal requisito é querer voltar a ser criança", alerta Cimino.