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Integrando crianças surdas (e seus pais)
Por Paula Cunha / Diário do Comércio   9 de junho de 2004
O trabalho de integração de deficientes físicos à sociedade é árduo e enfrenta muitas dificuldades no Brasil. As divisões de hospitais públicos e de universidades que atuam neste campo são uma alternativa aos tratamentos particulares. Um exemplo deste tipo de iniciativa é a Derdic (Divisão de Educação e Reabilitação dos Distúrbios da Comunicação), ligada à PUC-SP (Pontifícia Universidade Católica de São Paulo).
A entidade prioriza o atendimento a crianças e adolescentes carentes com assistência extensiva às famílias. Maria Christina Cruz, diretora da entidade, explica que a Derdic conta com diversos programas de atendimento. Por isso, existe um processo de triagem tanto clínica quanto socioeconômica pelo qual todas as famílias passam.
"A maioria esmagadora das famílias atendidas, 99%, é carente e elas recebem bolsas de estudo integrais", afirma. Entretanto, a clínica tem recebido pedidos para atender crianças e jovens de classe média devido à deterioração dos serviços públicos e ao encarecimento dos planos privados de assistência médica. Estes, então, contribuem de acordo com a suas possibilidades.
Entre os programas oferecidos pela entidade, estão os destinados às crianças pequenas a partir de dois anos de idade. Segundo Maria Christina, a partir desta faixa etária já é possível iniciar as aulas de comunicação através de sinais.
A diretora da Derdic explica que a linguagem de sinais não exclui o processo normal de alfabetização dos deficientes auditivos. A prioridade, neste caso, é este tipo de comunicação e não existe preocupação com o desenvolvimento da fala.
Atualmente, são atendidas 170 crianças e adolescentes surdas em regime escolar. Elas concluem o Ensino Fundamental na entidade, que está tentando ampliar o atendimento oferecendo o Ensino Médio. "Ainda não conseguimos alcançar esta meta por falta de espaço na instituição e também porque para concretizar o plano precisamos de mais parceiros", diz ela.
Classes especiais – A escola forma, também, classes especiais para crianças mais velhas que chegam à instituição pela primeira vez e que nunca haviam freqüentado nenhum tipo de instituição de ensino. São alunos com idade média de 12 anos. Eles contam com currículo e métodos de ensino diferenciados para atender suas necessidades.
Além disso, há o Programa de Orientação Educacional e Escolar (POEE). Nele, tanto alunos da instituição quanto deficientes auditivos vindos de outras escolas ou centros de atendimento podem passar por treinamento e capacitação profissionais. Ele auxilia estas pessoas a entrar no mercado de trabalho e uma maneira de atingir este objetivo são as campanhas que a entidade faz junto às empresas para sensibilizar e conscientizar estas últimas. "Atualmente, as empresas do ramo de serviços são as mais abertas a aceitar deficientes", informa Maria Christina.
Capacitação profissional e outros projetos – Paralelamente, há o programa de capacitação profissional, formado por cursos de pequena, média e longa duração. Ele é conseqüência das necessidades do mercado de trabalho, que procura profissionais com características especiais.
A Fundação Vital, por exemplo, oferece parceria com empresas dos ramos de gastronomia e hotelaria, nas quais profissionais com deficiência auditiva são selecionados. Atualmente, a Derdic tem 30 jovens surdos passando por treinamento profissional e, além disso, conta com um cadastro de 2,1 mil deficientes auditivos adultos para colocação profissional.
Clínica e outros projetos – Na clínica da Derdic, o atendimento aos deficientes auditivos não tem limites de idade. Sua diretora, Kathry Mary Pacheco, informa que a instituição conta com uma equipe formada por fonoaudiólogos, neurologistas, otorrinolaringologistas e psicólogos.
Atualmente, 80% dos atendimentos no campo de otorrinolaringologia são para o público de baixo poder aquisitivo, o que confirma a constatação da instituição de que o poder aquisitivo da classe média caiu e esta precisa de atendimento gratuito.
Apesar deste quadro, a diretora da clínica da instituição está vendo, com otimismo, a diminuição de casos de surdez provocados por doenças como a rubéola em função do progresso das campanhas de vacinação.
Além da clínica, a Derdic tem o Projeto Viver, dedicado a ações de inserção cultural para deficientes auditivos. Nele, atividades culturais e de lazer são oferecidos aos alunos da instituição para inseri-los na sociedade. Todas as atividades contam com a colaboração de voluntários, empresas e outras entidades.
A entidade prioriza o atendimento a crianças e adolescentes carentes com assistência extensiva às famílias. Maria Christina Cruz, diretora da entidade, explica que a Derdic conta com diversos programas de atendimento. Por isso, existe um processo de triagem tanto clínica quanto socioeconômica pelo qual todas as famílias passam.
"A maioria esmagadora das famílias atendidas, 99%, é carente e elas recebem bolsas de estudo integrais", afirma. Entretanto, a clínica tem recebido pedidos para atender crianças e jovens de classe média devido à deterioração dos serviços públicos e ao encarecimento dos planos privados de assistência médica. Estes, então, contribuem de acordo com a suas possibilidades.
Entre os programas oferecidos pela entidade, estão os destinados às crianças pequenas a partir de dois anos de idade. Segundo Maria Christina, a partir desta faixa etária já é possível iniciar as aulas de comunicação através de sinais.
A diretora da Derdic explica que a linguagem de sinais não exclui o processo normal de alfabetização dos deficientes auditivos. A prioridade, neste caso, é este tipo de comunicação e não existe preocupação com o desenvolvimento da fala.
Atualmente, são atendidas 170 crianças e adolescentes surdas em regime escolar. Elas concluem o Ensino Fundamental na entidade, que está tentando ampliar o atendimento oferecendo o Ensino Médio. "Ainda não conseguimos alcançar esta meta por falta de espaço na instituição e também porque para concretizar o plano precisamos de mais parceiros", diz ela.
Classes especiais – A escola forma, também, classes especiais para crianças mais velhas que chegam à instituição pela primeira vez e que nunca haviam freqüentado nenhum tipo de instituição de ensino. São alunos com idade média de 12 anos. Eles contam com currículo e métodos de ensino diferenciados para atender suas necessidades.
Além disso, há o Programa de Orientação Educacional e Escolar (POEE). Nele, tanto alunos da instituição quanto deficientes auditivos vindos de outras escolas ou centros de atendimento podem passar por treinamento e capacitação profissionais. Ele auxilia estas pessoas a entrar no mercado de trabalho e uma maneira de atingir este objetivo são as campanhas que a entidade faz junto às empresas para sensibilizar e conscientizar estas últimas. "Atualmente, as empresas do ramo de serviços são as mais abertas a aceitar deficientes", informa Maria Christina.
Capacitação profissional e outros projetos – Paralelamente, há o programa de capacitação profissional, formado por cursos de pequena, média e longa duração. Ele é conseqüência das necessidades do mercado de trabalho, que procura profissionais com características especiais.
A Fundação Vital, por exemplo, oferece parceria com empresas dos ramos de gastronomia e hotelaria, nas quais profissionais com deficiência auditiva são selecionados. Atualmente, a Derdic tem 30 jovens surdos passando por treinamento profissional e, além disso, conta com um cadastro de 2,1 mil deficientes auditivos adultos para colocação profissional.
Clínica e outros projetos – Na clínica da Derdic, o atendimento aos deficientes auditivos não tem limites de idade. Sua diretora, Kathry Mary Pacheco, informa que a instituição conta com uma equipe formada por fonoaudiólogos, neurologistas, otorrinolaringologistas e psicólogos.
Atualmente, 80% dos atendimentos no campo de otorrinolaringologia são para o público de baixo poder aquisitivo, o que confirma a constatação da instituição de que o poder aquisitivo da classe média caiu e esta precisa de atendimento gratuito.
Apesar deste quadro, a diretora da clínica da instituição está vendo, com otimismo, a diminuição de casos de surdez provocados por doenças como a rubéola em função do progresso das campanhas de vacinação.
Além da clínica, a Derdic tem o Projeto Viver, dedicado a ações de inserção cultural para deficientes auditivos. Nele, atividades culturais e de lazer são oferecidos aos alunos da instituição para inseri-los na sociedade. Todas as atividades contam com a colaboração de voluntários, empresas e outras entidades.